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quinta-feira, 18 de maio de 2017

Debate sobre produtividade reúne autoridades e especialistas na FGV

O Instituto Brasileiro de Economia da FGV (IBRE) realizou no dia 11 de maio o seminário Dimensões da Produtividade. O encontro foi organizado em quatro mesas de trabalho, que analisaram áreas de política econômica em que é possível definir iniciativas com potencial para elevar a produtividade no Brasil: Crédito Direcionado e Poupança Forçada, Promoção da Concorrência, Política Comercial e Regulação da Infraestrutura. O encerramento do evento foi feito pelo secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcello Estevão, que representou o ministro Henrique Meirelles.
“O Brasil está vivendo um momento de transição. No curto prazo se discute o trabalho do Banco Central. Se fala muito da crise, se discute quanto a economia vai crescer nos próximos anos, mas o que essa conferência falou é algo muito importante, pois é algo que pode impactar a vida de todo mundo daqui a cinco, 10, 20, 30 anos, que é o crescimento da produtividade. O aumento da produtividade aumenta o bem-estar, que traz benefícios para o cidadão comum”, disse.
Mais cedo, o economista Fernando Velloso destacou, durante a abertura, que a produtividade no Brasil se mantém estagnada desde a década de 1980, com alguns episódios de crescimento nas décadas de 1990 e 2000. Ainda na abertura, o assessor especial de Reformas Microeconômicas do Ministério da Fazenda, João Manoel Pinho de Mello, analisou os fatores-chave para aumento da produtividade: aumento da força de trabalho, do capital humano e do capital físico.
A primeira mesa do seminário, voltada para o debate sobre Crédito Direcionado e Poupança Forçada, contou com a participação de Vinícius Carrasco (BNDES) e Mark Dutz (Banco Mundial), que concentrou sua apresentação em alguns aspectos de um estudo desenvolvido pelo Banco Mundial sobre a revisão das despesas públicas, política industrial, razões para o interesse público para o crédito direcionado e de quem se beneficiou desses créditos subsidiados. Nos debates, comentários adicionais foram feitos por Marcio Nakane (USP).
Já a segunda mesa, mediada pelo pesquisador do IBRE, Regis Bonelli, contou com participação de Otávio Damaso (Banco Central), Leandro Fonseca (ANS) e José Tavares (CINDES), com comentários de Leonardo Rezende (PUC-RJ). Os palestrantes debateram aspectos da promoção da concorrência e de que forma a produtividade pode ser estimulada a partir deles.
Na parte da tarde, os debates se voltaram para a Política Comercial. Marcello Estevão (Ministério da Fazenda) moderou o painel, que contou com a participação de Sandra Rios (CINDES), Carlos Márcio Cozendey (Ministério das Relações Exteriores), Alexandre Messa (IPEA), com comentários de Jorge Arbache (Ministério do Planejamento). Os palestrantes apresentaram suas perspectivas sobre o grau de integração do Brasil ao crescimento do comércio internacional sua relação com o crescimento da produtividade.
Por fim, o último painel dedicou-se à regulação da Infraestrutura. A questão, uma das mais complexas da economia brasileira, foi moderada por Marcos Mendes (Ministério da Fazenda) e contou com apresentações de Joísa Dutra (diretora do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da FGV – CERI), Cláudio Coutinho Mendes (BNDES), Adriano Pires (CBIE), com comentários do economista Armando Castelar Pinheiro (IBRE). Os participantes destacaram que a taxa de juros no Brasil é uma das mais elevadas do mundo, que os agregados macroeconômicos são altamente voláteis, o que prejudica investimentos de longo prazo, a isso se somando a grande dependência de financiamento do setor público.
O seminário deu continuidade a uma bem-sucedida parceria entre o IBRE e o Ministério da Fazenda e foi também a oportunidade para o lançamento do livro “Anatomia da Produtividade no Brasil”, organizado por Regis Bonelli, Fernando Veloso e Armando Castelar Pinheiro, do IBRE. Tanto o evento quanto a publicação derivam de uma decisão do IBRE de eleger a produtividade como uma das preocupações centrais da sua missão institucional de contribuir para o debate sobre o desenvolvimento brasileiro.