Presidente da CNseg destaca resiliência do setor de seguros em discurso na Rio Money Fair
Em painel, Marcio Coriolano comentou estatísticas recentes do mercado e defendeu reformas estruturais para ampliar alcance do segmento
O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcio Serôa de Araujo Coriolano, destacou a resiliência do mercado segurador em meio à crise e comentou estatísticas de crescimento do setor durante painel da Rio Money Fair – A Feira do Dinheiro, realizado nesta quarta-feira (10). O evento, que reuniu empresários, líderes do mercado financeiro e representantes de diversas entidades no Centro de Convenções Bolsa do Rio, pôs em pauta perspectivas de retomada da economia brasileira e debateu propostas específicas que permitam o reaquecimento do mercado no segundo semestre de 2017.
Em seu discurso, Coriolano enfatizou o crescimento estável do setor de seguros, que registrou, em março, expansão nominal de 13,9% no acumulado de 12 meses. Em sua avaliação, os números obtidos no primeiro trimestre deste ano revelam uma estabilidade positiva que se aproxima dos resultados alcançados pelo segmento no ano de 2015. “O mantra da Confederação é introduzir o seguro nas políticas econômicas do país, ou seja, incluí-lo nas melhores propostas para a recuperação do país“, frisou Coriolano, para o qual o setor representa um “oceano de oportunidades” que ainda precisa ser mais explorado pelo governo e pelas empresas e pessoas. “A atividade seguradora, como um todo, tem uma importância para a vida da nação, do país, absolutamente desproporcional ao pouco conhecimento que as pessoas têm sobre o seguro”, completou, durante o painel “Polo de Seguros e Resseguros da América Latina.”
O presidente da CNseg ressaltou que em 2016, no auge da recessão, o setor arrecadou um total de R$ 403,4 bilhões, com crescimento apenas 1 ponto percentual abaixo do registrado no ano anterior. E, embora outros setores atravessem ainda uma fase de relativa inércia, o mercado de seguros já consolida hoje um crescimento real.
Além da queda consistente da inflação geral de preços ao longo das últimas semanas, contribuem atualmente para esse cenário o desempenho dos segmentos de planos de Previdência VGBL e PGBL e o Seguro de Vida Individual, principais carros-chefe da arrecadação do setor. Além disso, somam à conta os resultados positivos obtidos nos ramos de Seguro de Garantias e Seguro Rural. "O que moveu o setor de seguros nestes dois anos de ciclo recessivo foi, basicamente, o seguro de pessoas. O plano de previdência cresceu cerca de 25%. Mas é óbvia a preferência da população por se proteger. O fato é que plano de previdência tem crescido nessa ordem percentual e o plano de saúde na ordem de 13%", explicou Coriolano.
Ao avaliar o atual cenário da economia brasileira e projeções de futuro, Coriolano ressaltou a importância da aprovação das reformas previdenciária e trabalhista no Congresso Nacional para que haja uma retomada de investimentos no país. Em um recorte específico do mercado de seguros, ele defendeu as mudanças trazidas pela nova Lei de Licitações e o “compromisso proativo” de autoridades econômicas e da Susep no destrave de importantes produtos do setor. Entre eles estão o seguro de vida universal e a modalidade de capitalização para planos e seguros de saúde, assim como a abertura à iniciativa privada do seguro estatal de acidentes de trabalho. “Esse mercado tem de ser chamado a oferecer produtos e pessoas capazes de atender ao que poderá vir por aí”, destacou o presidente da CNseg, referindo-se ao cenário de reformas em várias frentes e sob intenso debate no Congresso Nacional.
Coriolano reforçou a necessidade de uma revisão na Lei 8.666, que regula licitações e contratos da administração pública: “Existem processos decisórios que precisam ser rapidamente decididos. Um deles importantíssimo: a decisão da Lei 8.666, que trata das licitações. Uma lei arcaica, que só atrasa o processo decisório, enfim, entre outras consequências.”
Dividindo o painel com o presidente do IRB, Tarcisio Godoy, o diretor da Icatu Seguros, Bernardo Dieckmann, e a presidente da Cariocas em Ação, Eduarda LaRocque, Coriolano destacou a importância do atual cenário para que os mercados de seguros e resseguros ampliem sua capacidade de proteção e contribuam para o desenvolvimento sustentável do país. Segundo ele, reformas estruturais e novas coberturas securitárias poderão inaugurar uma “nova era do setor segurador e de resseguros”.
A CNseg
A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) congrega as empresas que compõem setor, reunidas em suas quadro Federações (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap). É missão primordial da CNseg representar as suas associadas em seu relacionamento com sociedade, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além das entidades nacionais e internacionais do setor, disseminando, assim, a cultura do seguro por meio do Programa de Educação em Seguros e de outras ações de amplo alcance para a sociedade.