O Instituto Tomie Ohtake realiza mostra inédita de Marco Maggi (Montevideu, 1957), consagrado artista uruguaio que vive entre Nova York e Montevideu, conhecido dos brasileiros principalmente por sua participação na 25ª Bienal Internacional de São Paulo e nas 3ª e 4ª edições da Bienal do Mercosul. Para Maggi, estamos fundando “a sociedade da informação desfuncional: a realidade se faz ilegível; e as artes visuais, invisíveis”.
Desinformação funcional, desenhos em português reúne 12 trabalhos realizados entre 2008 e 2012, entre os quais duas instalações que ilustram uma singular poética a favor do tempo, da dúvida e do devaneio. “Desenhar se parece com escrever em um idioma que não se lê, sou um promotor de pausas e minha intenção é sugerir uma mudança de protocolo que permita fazer visível o tempo”, afirma.
A mostra propõe um itinerário de 700 escalas, compostas de agrupamentos de folhas de papel abundantes e incisões sutis que estabelecem uma trama espacial a um só tempo compasso, topografia e desenho. O conjunto de trabalhos revela insólitas maneiras de operar o desenho: ora construídos por cortes sobre 500 folhas A4 emolduradas em caixa de acrílico, ora feitos a lápis sobre azulejos de argila, ou a grafite sobre a folha de grafite, entre várias outras estratégias e materiais. “Todo meu trabalho fica no limiar entre duas e três dimensões: a gravura e o desenho, o plano e a instalação, a linha que corta o papel e a micro escultura”, explica Maggi.
Segundo ele, deixar de entender e sentir-se inseguro é uma forma de reduzirmos a velocidade de nossas decisões e multiplicarmos a nossa atenção, sermos delicados e mais cuidadosos. “Esta mostra é um escândalo lento, uma detenção que pretende estimular a nossa frágil simpatia pelo insignificante”, completa.
Além de seu vídeo Micro & Soft on Macintosh Apple, em cartaz permanente no MoMA, em New York, a obra do artista vem sendo exibida amplamente nos Estados Unidos, Europa e América Latina, desde 1998. Entre as exposições estão: No Idea, MoLAA, Long Beach, EUA (2012); Optimismo Radical, Fundación NC, Bogotá (2011); Poetics of the Handmade, Museum of Contemporary Art, Los Angeles, CA, EUA (2007); Doubtful Strait, TEOR/éTica Foundation, San José and Alajuela, Costa Rica (2006); Gyroscope, Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Washington DC, EUA (2006); Drawing from the Modern 1975-2005, Museum of Modern Art, New York (2005), The Fifth Gwangju Biennial, Korea (2004); The San Juan Triennial, Puerto Rico (2004); VIII Bienal de Havana , Cuba (2003).
Os trabalhos de Maggi pertencem a importantes coleções públicas e privadas como: MoMA, New York; Whitney Museum of American Art, New York; The Daros Collection, Zurich, Suíça; Patricia Phelps de Cisneros Collection, New York; Kemper Museum of Contemporary Art, Kansas City; Museum of Contemporary Art, Los Angeles; Museum of Fine Arts, Boston; Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Washington DC.
Marco Maggi – Desinformação funcional, desenhos em português
Abertura: 7 de março de 2012, às 20h (convidados)
Até 13 de maio de 2012, de terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Local: Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros SP
Contato: (11) 2245 1900