“Haveria de chegar um tempo no qual as ruas começariam a queimar. Desde 2008, elas queimam nos mais variados lugares. Em Túnis, em São Paulo, no Cairo, Istambul, Rio de Janeiro, Madri, Nova York, Santiago, Brasília. Elas ainda queimarão em muitos outros e imprevistos lugares, recolocando o que é separado pelo espaço em uma série convergente no tempo.
Na verdade, por mais que alguns procurem se convencer do contrário, por mais que agora o fogo pareça ter momentaneamente se retraído, as ruas desde então não pararam de queimar, elas só deslocaram suas intensidades. É importante lembrar disso, pois há algo que pode existir apenas quando as chamas explodem em uma coreografia incontrolada de intensidades variáveis.
Por isso, diante de ruas queimando não há de se correr, não há de se gritar, há apenas de se perguntar: O que fala o fogo? O que se diz apenas sob a forma do fogo?” Vladimir Safatle
Data: 19 de outubro, nesta quarta-feira, às 10h30
Local: Faculdade de Letras, UFRJ, Auditório G-1.