O presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, o diretor da FGV Projetos, Cesar Cunha Campos, o diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, Carlos Geraldo Langoni, e o presidente do Comitê de Cooperação Empresarial da FGV, João Carlos de Luca, participaram do seminário “Reavaliação do Risco Brasil”, promovido pela FGV e pela Firjan e que contou com o apoio do Valor Econômico. O evento reuniu cerca de 300 líderes empresariais e formadores de opinião no dia 21 de novembro, no auditório da Firjan, no Rio de Janeiro.
A abertura foi realizada pelo vice-presidente da Firjan, Carlos Mariani Bittencourt, que traçou um panorama da economia brasileira atual, com foco no papel do setor industrial. Na sequência, o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, chamou atenção para o momento de mudança de mentalidade do país rumo a uma economia mais moderna. O resultado disso é a nova postura do governo, focada na contenção fiscal capaz de dar maior previsibilidade às contas públicas e estimular uma maior participação da iniciativa privada. Essas medidas, juntamente com uma flexibilização das reformas trabalhistas, forneceriam condições para que a economia brasileira retomasse o seu crescimento. O diretor da FGV Projetos, Cesar Cunha Campos, ressaltou a necessidade de atração de investimentos externos, falando da importância do novo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Durante os debates, os especialistas apresentaram dados e discutiram os desafios para a recuperação da economia brasileira. Segundo os palestrantes, embora o país esteja melhorando suas condições de investimento, ainda há muito o que avançar para que percam o receio de investir no Brasil, pois a relação risco-retorno continua indefinida. De acordo com Carlos Geraldo Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, o país está na direção correta, promovendo medidas necessárias de austeridade fiscal e monetária e realizando privatizações e concessões, já que o motor da retomada do crescimento deve vir da iniciativa privada. Porém, o ambiente externo mais complexo e o crescente protecionismo representam desafios e reformas, como a da Previdência e a das leis trabalhistas, são urgentes.
O evento contou ainda com a participação de Mansueto de Almeida Junior, secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, que reforçou que, nos últimos 20 anos, houve um aumento dos gastos públicos e que, por isso, se faz necessário um ajuste fiscal, uma reforma na previdência e o controle da taxa de juros. Lisa Schineller, Managing Director da Standard & Poor’s Global Ratings, destacou a política monetária como a âncora das políticas públicas e refletiu sobre alguns fatores que influenciam na posição do Brasil, como a reforma fiscal, o fortalecimento institucional e a reforma política.
O presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, encerrou o evento por meio de uma mensagem vídeo, na qual salientou a ampla agenda de reformas estruturais que devem ser empreendidas, visando uma maior previsibilidade das contas públicas.