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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Especialistas debatem papel do Estado e indicam caminhos para o Brasil voltar a crescer

No último dia 12, a Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV (EBAPE), em parceria com a Columbia Global Centers no Rio, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e a UM BRASIL, promoveu o evento “Estratégia para o crescimento: o papel de controle do Estado”. O encontro reuniu especialistas, pesquisadores, além de representantes de instituições de fomento nacionais e internacionais para debater a crise econômica brasileira, os principais entraves ao desenvolvimento e apontar os melhores caminhos para alavancar novamente a economia do país. 
O debate mostrou pontos em comum entre os participantes, que acreditam que não há fórmulas mágicas para o Brasil sair de vez da sua pior recessão. Para eles, é preciso controlar os gastos e aplicar os investimentos de forma mais eficiente e em projetos fundamentais para o país.
“A PEC dos gastos diz para a gente a realidade, temos que fazer escolhas. Se queremos ter mais investimentos e mais despesas correntes em determinados setores, temos que reduzir em outros. Pela primeira vez, vamos discutir um orçamento de verdade”, avaliou Maria Silvia Bastos Marques, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sobre a importância da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55.
Maria Silvia falou sobre ações do BNDES, como o Programa de Parceria de Investimentos (PPI) e projetos voltados para a área de saneamento básico, além de apontar que a instituição está buscando mecanismos para melhorar sua eficiência. “Estamos tentando estabelecer um arcabouço diferente, inclusive na gestão financeira. Estamos avaliando metodologias. Nossa intenção é fazer uma avaliação mais simplificada para projetos menores e mais sofisticada para maiores”, explicou.
Para a diretora do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da FGV (CERI), Joisa Dutra, é preciso também estar atento aos contratos de concessão, para que as políticas tenham o efeito esperado. “Precisamos regular adequadamente essas empresas”, disse.
Segundo o vice-diretor da EBAPE, professor Álvaro Cyrino, o Brasil tirou lições da crise e de políticas que não funcionaram. O diretor destacou aspectos importantes que foram abordados no evento. “Outro ponto, várias vezes colocado hoje, é como tornar o ambiente de negócios no Brasil mais interessante para o investidor e mais propenso, eficaz para a melhoria da produtividade e da competitividade”, afirmou.