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quinta-feira, 1 de junho de 2017

XII Ciclo de Debates - Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família


O XII Ciclo de Debates - Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família discutiu temáticas importantes da política macroeconômica, da política de saúde e da própria Estratégia de Saúde da Família abordando seus conceitos, práticas, desafios e potências. Reunidos durante cinco dias, professores, alunos, trabalhadores e residentes desfrutaram de diversas experiências da produção de conhecimento de forma compartilhada. O último dia de atividades trouxe a redução de danos, conceito que surgiu na década de 1990, quando diversos países latino-americanos passaram a desenvolver programas de troca de seringas entre pessoas que faziam uso de drogas injetáveis, como parte de suas respostas frente à epidemia de HIV/Aids. Para discutir a questão, estiveram presentes o professor e pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) Denis Petuco e a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rita Cavalcante. A mesa Política de redução de danos e produção de cidadania foi coordenada pelo membro da Equipe Consultório na Rua (CnaR-CFADS), Césio Sotero. Finalizando esta edição do Ciclo de Debates, houve, também, a formatura da 11ª turma de Residência Profissional em Saúde da Família (2015/2017).

Denis Petuco levou sua fala para o campo, que, segundo ele, vem trabalhando, nos últimos anos, a articulação entre democracia e saúde. Ele questionou o quanto a política de drogas se articula com a democracia, pensando de uma forma global, e o quanto a política de drogas é legitimadora de ações violentas. “Na guerra contra as drogas, por exemplo, para as populações vulneráveis, não existe outra ação que não seja a violência, e ela é sempre justificada pelo combate às drogas, tornando tudo possível”, lamentou. No campo da Saúde, o professor foi categórico ao afirmar que saúde é um direito de todos e dever do Estado, e isso inclui os usuários de drogas, todos, sem exceção.

Para ele, o uso de drogas não justifica ações arbitrárias; é necessário resgatar a saúde do indivíduo, e saúde é democracia. “Infelizmente, no contexto que vivemos atualmente, o conceito de redução de danos se enfraquece, se fragiliza. Na Venezuela, por exemplo, a redução de danos é feita de forma clandestina." Denis também trouxe para o debate a questão da determinação social do processo saúde-doença e citou a importância de articular a defesa da democracia com a justiça social. Após a exposição de Denis, Rita Cavalcante pontuou algumas questões com base na fala do professor.

Segundo ela, não há uma linearidade nem no Brasil e nem no mundo sobre a política de redução de danos. Rita afirmou que a redução de danos é uma questão de saúde para uma sociedade. “A redução de danos não deve ser vista apenas para quem usa drogas especificamente, mas sim para todos os sujeitos envolvidos nesse processo, e, para isso, nós temos que avaliar o conservadorismo no Brasil”, defendeu. Para Rita, temos que produzir políticas com redução de danos como uma espécie de provocador de políticos. “A redução de danos não pode ser irmã do liberalismo; temos que dar possibilidades de cuidados para aqueles que querem abstinência, mas para aqueles que não querem também.

Por fim, Rita ressaltou ser necessário refinar as conexões, que não são naturais, entre democracia, cidadania e redução de danos. Costurando a fala do conferencista e da debatedora, o coordenador da mesa Política de redução de danos e produção de cidadania, Césio Sotero, membro da Equipe Consultório na Rua (CnaR-CFADS), ponderou o resgate da saúde e democracia por meio das Equipes de Saúde da Família e Consultório de Rua, com novas políticas de saúde.

Formatura: emoção e alegria marcam cerimônia de residentes

Após as ricas discussões do XII Ciclo de Debates – Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família, foi realizada a tradicional formatura dos alunos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família. A cerimônia contou com a participação do diretor da ENSP, Hermano Castro, das coordenadoras da Residência, Maria Alice Peçanha e Helena Seidel, e das coordenadoras executivas do curso, Margareth Garcia e Mirna Teixeira. A formatura da 11ª turma de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (2015/2017) foi marcada por muita alegria e emoção.