O Índice de Confiança da Construção (ICST), do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), subiu 1,7 ponto em julho, para 81,0 pontos, recuperando parte da perda de 3,1 pontos em junho . Em médias móveis trimestrais, o índice se mantém relativamente estável com variação de 0,3 ponto.
“A Sondagem mostra que a queda da confiança observada no mês passado foi exagerada, um efeito do ambiente conturbado pela greve dos caminhoneiros. Mas o indicador não retornou ao patamar anterior, o que decorre de outro fator apontado pelos empresários em junho: o ritmo lento de retomada da economia. A frustração com o crescimento está levando a um ajuste de expectativas. A própria atividade do setor segue avançando muito devagar, corroborando o sentimento mais pessimista dos empresários”, comentou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.
A alta do ICST em julho foi influenciada principalmente pelas perspectivas de curto prazo dos empresários do setor. O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 2,7 pontos, atingindo 91,0 pontos, o segundo menor nível do ano – mantendo-se abaixo do patamar do início do ano. O indicador que mais contribuiu para alta do ICST foi o que mede a tendência dos negócios para os próximos seis meses, que cresceu 3,3 pontos, passando a 91,4 pontos.
O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,6 ponto em julho, chegando aos 71,4 pontos. A alta do ISA-CST foi exclusivamente influenciada por indicador que mede a percepção sobre a situação atual da carteira de contratos, que avançou 1,4 ponto, atingindo 69,8 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor se manteve estável ao variar -0,1 ponto percentual, para 65,5%. Em relação aos NUCIs para Mão de Obra e Máquinas e Equipamentos, as variações foram opostas: -0,2 e 0,6 ponto percentual, respectivamente.
Diante da alta incerteza gerada pelos acontecimentos recentes, os empresários do setor calibraram suas perspectivas de curto prazo em relação às contratações. O indicador que mede o ímpeto de contratação das empresas para os próximos três meses variou -0,1 ponto, mantendo a tendência negativa pelo segundo mês consecutivo. A proporção de empresas projetando redução no quadro de pessoal nos próximos três meses passou de 24,5% em junho para 23,4%, em julho, enquanto que aquelas que esperam contratar mais caiu de 18% para 15,7% no mesmo período de comparação.
Vale notar que em junho, a construção registrou redução do número de empregados, quebrando a série de resultados positivos registrada desde março, de acordo com o CAGED. “A piora pelo segundo mês consecutivo do indicador de contratação, reflete o desânimo empresarial com o ritmo de retomada da atividade”, observou Ana Maria.
O estudo completo está disponível no site.