Você sabe o nome de pelos menos três celebridades que apareceram nos musicais ao vivo que Jerry Adriani apresentava na TV Excelsior? E em que época Erasmo Carlos ostentou um garboso bigodinho? Isso foi mais ou menos quando um grande galã brasileiro – quem? – passou a representar o papel de Eduardo Braga, o James Bond brasileiro. E quanto ao casal-sensação Vanusa e Antônio Marcos?
Para os nascidos depois dos anos 1970 responder a essas perguntas pode ser realmente difícil. Já para os mais velhos, em especial se leitores das famosas fotonovelas desta mesma época, o parágrafo acima pode ter trazido à tona boas lembranças.
Hoje quase esquecidas, embora fenômeno de vendas no Brasil na década de 1970, as fotonovelas foram basicamente as sucessoras dos folhetins, romances publicados nos rodapés de jornais ou em seus suplementos. Os assim chamados “romances folhetinescos” destacavam quase sempre temas amorosos, fantásticos e dramáticos, muitas vezes voltados ao público feminino. Com o crescente interesse popular por imagens, estas narrativas passaram a ser desenvolvidas em sequências de imagens, formando assim o embrião das fotonovelas: folhetins ilustrados em quadrinhos. Tempos depois, o uso da fotografia reinventaria o gênero.
As fotonovelas surgiram na década de 1940, na Itália pós-Guerra, em revistas que publicavam adaptações de filmes para os quadrinhos. O sucesso da fotonovela foi, de fato, proporcionado pela popularização do cinema nesta época.
No Brasil, ente 1949 e 1980, cerca de trinta títulos de revistas de fotonovelas foram publicados. Destes, os maiores foram Grande Hotel, Sétimo Céu e Capricho – a mais vendida, com tiragens aproximadas de 400 mil exemplares por edição. Muitas destas revistas nada mais que republicavam fotonovelas produzidas na Itália para o público nacional, mas, a exemplo de Sétimo Céu, algumas se arriscaram a produzir suas próprias narrativas, “abrasileiradas”.
Já nos anos 1970 as fotonovelas nacionais flertavam com a televisão, emprestando seus atores e celebridades. Por volta de 1980, no entanto, as fotonovelas entraram em declínio, sobretudo por conta da popularização da televisão, que passava a ser o centro das atenções do grande público. Muitas publicações originalmente de fotonovela tiveram que se reinventar, passando a tratar da sucessora do gênero: a telenovela.
Com essa exposição, a Biblioteca Nacional busca reviver um pouco dos mais de trinta anos em que a fotonovela teve espaço na imprensa brasileira, além de repensar o papel do gênero frente à dramaturgia e a comunicação de massa nacionais. Tente achar aqui, a título de curiosidade, algumas importantes figuras da televisão e do cinema brasileiros – com algumas rugas a menos, é claro!
Coordenadoria de Publicações Seriadas da Biblioteca Nacional
A Novela além do Horário Nobre
Documentos originais e reproduções das principais fotonovelas editadas entre as décadas de 1940 e 1970. Em exibição, revistas como Sétimo Céu, Grande Hotel, Encanto, Capricho e Contigo, que traziam em suas páginas histórias estreladas por Vera Fischer, Jerry Adriani, Agnaldo Rayol, Susana Vieira, e astros internacionais, como Sophia Loren e Clark Gable.
Documentos originais e reproduções das principais fotonovelas editadas entre as décadas de 1940 e 1970. Em exibição, revistas como Sétimo Céu, Grande Hotel, Encanto, Capricho e Contigo, que traziam em suas páginas histórias estreladas por Vera Fischer, Jerry Adriani, Agnaldo Rayol, Susana Vieira, e astros internacionais, como Sophia Loren e Clark Gable.
Biblioteca Nacional
Av. Rio Branco, 219, Centro, Rio de Janeiro
Segunda a sexta, 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados, 12h às 17h. Entrada franca.
Av. Rio Branco, 219, Centro, Rio de Janeiro
Segunda a sexta, 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados, 12h às 17h. Entrada franca.