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domingo, 1 de abril de 2012

XVI Festival Internacional de Documentários

Festival de documentários vai do Black Power à geopolítica mundial


O festival internacional de documentários É Tudo Verdade tem sua primeira sessão, exclusiva para convidados, nesta quinta-feira (31), em São Paulo. O filme escolhido para a abertura, com sessão às 20h30 no Cine Livraria Cultura 1, é "The Black Power mixtapes 1967 - 1975", que inclui registros raros, em 16 mm, sobre a explosão do Movimento Negro nos Estados Unidos.
Em sua 16ª edição, o É Tudo Verdade traz 92 documentários, de 29 países, em sua seleção oficial. Entre as produções brasileiras, há 18 documentários ainda inéditos no país. A abertura do festival no Rio de Janeiro acontece nesta sexta, também às 20h30, na sala 6 do Unibanco Arteplex, com a exibição de "...Mas o cinema é minha amante", documentário sobre a obra do cineasta sueco Ingmar Bergman. Todas as sessões têm entrada franca.


Angela Davis em cena de 'The Black Power mixtapes 1967 - 1975', de Göran Hugo Olsson

"The Black Power mixtapes" reúne material registrado entre 1967 e 1975. E o filme faz mais que catalogar discursos inflamados de figuras históricas do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos. Eles estão lá, claro: Stokely Carmichael aparece em visita a Paris e Martin Luther King durante encontro com o Rei Gustaf VI da Suécia.

Mas o interessante aqui é vê-los também em momentos de descontração, conversando com colegas nos bastidores de reuniões e durante viagens.

Na outra ponta, em um dos momentos mais dramáticos do filme, a ativista Angela Davis aparece em sua cela, numa prisão da Califórnia, em 1972. Ela aguardava pelo julgamento que poderia levá-la a pena de morte. Angela fala da adolescência violenta no Alabama e da perseguição que sua família e amigos sofriam.

O documentário detalha a organização dos Panteras Negras (com imagens de seus comitês e crianças cantando músicas de resistência) e a cobertura que a imprensa sueca fez do Movimento dos Direitos Civis dos Estados Unidos. Depoimentos atuais, de gente como os músicos Talib Kweli e Erykah Badu, completam o arco de entrevistas.

Depois da sessão de abertura desta quinta, "The Black Power Mixtapes" terá reprises em São Paulo, nesta sexta, às 21h, e às 15h do dia 8, no Centro Cultural Banco do Brasil. No Rio de Janeiro, o filme será exibido neste sábado, às 19h, com reprise no dia 4, às 17h, no mesmo local, ambos no Unibanco Arteplex.


O ex-presidente americano Ronald Reagan, tema de documentário no festival (Foto: Divulgação)
O ex-presidente americano Ronald Reagan, tema
de documentário no festival (Foto: Divulgação)


Eliot Spitzer e Ronald Reagan

Das batalhas pelos direitos civis nas décadas de 60 e 70 à luta contra os crimes de colarinho branco nos anos 2000, o É Tudo Verdade traz ao país "Cliente 9 - A ascensão e queda de Eliot Spitzer". Dirigido por Alex Gibney, o filme, que compete na mostra internacional, narra a trajetória do ex-procurador geral e ex-governador do estado de Nova York que viu sua carreira afundar depois de se envolver com uma rede clandestina de prostituição.
O longa-metragem de Gibney, vencedor do Oscar de documentário de 2007 por "Taxi to the dark side", terá sua primeira sessão em São Paulo nesta sexta, às 15h, no Centro Cultural Banco do Brasil, e será reprisado na próxima quarta, às 21h, na sala 4 do Reserva Cultural. No Rio, "Cliente 9" passa na sala 6 do Unibanco Arteplex às 16h deste sábado e tem nova sessão no dia 8, às 14h, na mesma sala.
Outro nome da política norte-americana, o ex-presidente Ronald Reagan é o tema de "Reagan", de Eugene Jarecki. O filme investiga as contradições do ex-presidente - e ator de Hollywood - que iniciou a carreira na política como um Democrata e terminou se tornando um dos principais ícones do Partido Republicano e da corrida armamentista norte-americana nos anos 80 durante a Guerra Fria.
Em São Paulo, "Reagan" terá duas sessões, ambas no Cine Livraria Cultura: uma no próximo domingo, às 17h, e outra no dia 5, às 19h. No Rio, o documentário terá sua primeira exibição às 16h deste sábado, no Espaço Museu da República, e outra no dia 6, às 19h, no Unibanco Arteplex.

Rússia e Irã

 No outro bloco da Guerra Fria, a União Soviética, a cineasta Marina Goldovskaya é homenageada no festival com uma retrospectiva de nove de seus filmes. Pioneira no trabalho com documentários no país, ela registra desde a existência dos "gulags" - os campos de concentração do regime comunista - nas décadas de 20 e 30, passando pelo início da abertura econômica da URSS nos anos 80 e 90, até o cenário recente no país, ainda manchado por corrupção e assassinatos políticos.
"O gosto amargo da liberdade", trabalho mais recente de Goldovskaya, terá sua première mundial no É Tudo Verdade e retrata a trajetória da repórter investigativa russa Anna Politkovskaya, assassinada aos 48 anos, supostamente por criticar o governo de Vladimir Putin.

A cineasta Marina Goldovskaya, autora do documentário 'Um gosto de liberdade' (Foto: Divulgação)
A cineasta Marina Goldovskaya, autora do filme
 
'Um gosto de liberdade'
O longa será exibido no Cine Livraria Cultura de São Paulo às 19h do dia 7 e terá duas reprises, na Cinemateca, às 20h do dia 9, e no Centro Cultural Banco do Brasil, às 19h do dia 10. Os cariocas terão apenas uma chance de ver o novo documentário da diretora: será no dia 10, às 16h, no Instituto Moreira Salles.
Para completar o panorama da geopolítica internacional montado pelo É Tudo Verdade, o festival dedica ainda espaço aos filmes do jornalista e cineasta iraniano Maziar Bahari. Ex-correspondente em Teerã para a revista "Newsweek", Bahari foi detido e torturado por quatro meses pelo regime de Mahmoud Ahmadinejad após as revoltas nas eleições presidenciais de 2009 e vem ao Brasil como convidado do júri internacional de documentários.
Dois de seus filmes mais recentes serão exibidos por aqui. "A queda de um xá" faz um raio-x do controverso monarca iraniano Reza Pahlevi, que comandou o país dos anos 50 até a Revolução de 1979. Já "Uma odisseia iraniana", traça o perfil do primeiro-ministro iraniano, Mohammad Mossadegh, derrubado por um golpe de estado planejado pela CIA em 1953 após sua tentativa de nacionalizar o petróleo no país.
O Cine Livraria Cultura de São Paulo exibirá ambos os filmes já nesta sexta-feira, a partir das 15h, e reprisa no dia 6, a partir das 17h.
No Rio, "A queda de um xá" terá sessões no sábado, às 13h, no Unibanco Arteplex, e no domingo, às 16h, no Espaço Museu da República. Os mesmos cinemas exibem "Uma odisseia iraniana" no dia 4, às 19h, e no dia 8, às 14h.