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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Mostra de Gravuras de Anna Letycia



Uma artista que moldou sua carreira a partir de expressivos mas sóbrios traços geométricos e cores  –  inserida numa trajetória de intenso diálogo com a história da gravura no Brasil -,  Anna Letycia ganha retrospectiva a partir do dia 17 de julho,  no Museu Nacional de Belas Artes/IBRAM/MinC.
Dominando como poucos o seu oficio, nesta exposição onde estarão 80 obras, em técnicas como gravura em metal água-tinta, água-forte, relevo, ponta-seca, o público vai poder sentir a segurança, criatividade e densidade que caracterizam a obra de Anna Letycia.   O MNBA vai abrigar uma produção abrangendo o começo da década de 1950 até 2008, em mais de 50 anos de carreira.
Descrevendo os trabalhos da gravadora fluminense (nascida em Teresópolis, 1929), o escritor Anibal Machado  dizia que deles emanava uma atmosfera de silêncio.  Enquanto isso, o critico Frederico Moraes apontava “um máximo de despojamento nas obras,  uma espécie de minimalismo gráfico, que revela uma sensibilidade muito apurada e uma beleza serena”.
Sobre o contexto do surgimento da carreira de Anna Letycia, o critico Ferreira Gullar situa que “Os  anos 60, nas artes plásticas brasileiras, foram marcados por mudanças drásticas, particularmente pela ruptura com a tradição modernista  nascida em 1922. Mas, se a pintura e a escultura logo aderiram à linguagem geométrica  do Concretismo, a gravura, com raríssima exceção, avaliou com maior cautela as novas propostas e só lentamente as foi assimilando. Anna Letycia, que começou a gravar naquela época, é um exemplo dessa resistência dos gravadores a abrir mãos da linguagem figurativa e da expressão carregada de emoção e subjetividade”.
Privilegiada  aluna de mestres do porte de Oswaldo Goeldi e de Iberê Camargo, na década de 1950,  Anna foi convidada por Edith Behring para dar aulas no MAM/RJ. Investindo neste horizonte, levou sua bagagem artística para instalar uma oficina de gravura no Museu do Ingá (Niterói), em 1976. Foram mais de 20 anos de ensino, cujas aulas dividiu com outros artistas como Rubem Grilo, Newton Cavalcanti, Isa Aderne, Isis Braga e Carlos Martins,  entre outros. A importância deste trabalho foi reconhecida com  o prêmio Golfinho de Ouro do Estado do  Rio de Janeiro.
O sólido percurso de Anna Letycia  se traduziu em várias exposições, sendo que a primeira se deu na galeria Gea(no Rio de Janeiro),  em 1956.  O conjunto de suas obras expostas na Bienal dos Jovens de Paris,  nas edições de 1959, 1961 e 1963, mereceu o Prêmio Andre Maulraux. Nos anos de 1962 e 1965 faz individuais na lendária Petite Galerie, no Rio e São Paulo; o ano de 1965 também abre novas perspectivas, quando a artista obtém o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna, MEC.
As mostras no exterior foram se sucedendo: expôs em l962 e l968 na Bienal de Veneza; em l967 e l972 na Bienal de Tóquio e Bienal de Liubliana; em l970 na Bienal de Florença. No cenário nacional, realiza mostras individuais na Galeria Gravura Brasileira em l979, l984, l988 e 2000 no Rio; e em São Paulo, na Galeria Suzana Sassoum, em l983 e l985. O Paço Imperial sedia em 1996 uma retrospectiva da artista.
Pareando a arte, outras vertentes de Anna Letycia  sempre estiveram à mão.   Trabalhou com o escritor Jorge Amado no jornal “Paratodos”. Somando esforços com Aloísio Magalhães, Márcia Barrozo do Amaral, Tereza Miranda e Haroldo Barroso,  inaugura em 1976  a primeira galeria de arte dedicada à gravura e desenho. Nos anos 1980, fez parte da Comissão Nacional de Belas Artes, sob a direção de Rodrigo Mello Franco de Andrade, no Ministério da Educação e Cultura e posteriormente integrou a Comissão de Artes Plásticas da Funarte.
Uma profícua parceria com a Dra. Nise da Silveira na Sociedade de Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente gerou a curadoria da exposição “Os Inumeráveis Estado do Ser” realizada em 1987, no Paço Imperial(no Rio de Janeiro) para celebrar os 40 anos daquele Museu.
Mais recentemente, realizou em 2008 a exposição “Gravuras de Anna Letycia” no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, e em 2009, na Caixa Cultural, em Brasília, seguindo-se mostra no Museu de Arte Aloísio Magalhães/MAMAM/Recife, entre outras realizações.

Exposição:  Anna Letycia Gravuras
Inauguração: 17 de julho,  às 18:30h
Período: 18 de julho a 9 de setembro
Visitação:  de terça a sexta: das 10h até 18h; sábados, domingos e feriados:                      das 12h até 17h.
Visitação Gratuita.
O MNBA/IBRAM/MinC fica na avenida Rio Branco, 199 – Cinelândia