FOTOGRAFIAS

AS FOTOS DOS EVENTOS PODERÃO SER APRECIADAS NO FACEBOOCK DA REVISTA.
FACEBOOK: CULTURAE.CIDADANIA.1

UMA REVISTA DE DIVULGAÇÃO CULTURAL E CIENTÍFICA SEM FINS LUCRATIVOS
(TODAS AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NAS PUBLICAÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DE QUEM NOS ENVIA GENTILMENTE PARA DIVULGAÇÃO).

terça-feira, 16 de julho de 2013

Exposição "Fluxos"



Joe Weerasethakul, um estar entre as fronteiras da linguagem

A exposição Fluxus: Apichatpong Weerasethakul está centrada na exibição de Hotel Mekong (2012), último trabalho do artista. O filme, para o qual uma sala de cinema não-convencional foi criada, traz personagens entre o real e o fantasmagórico, nos quartos de um hotel vazio a beira do Rio Mekong. Nele, está o próprio diretor, que investe nos relatos orais de personagens locais, compondo uma música com Chai Bhatana, em uma espécie de ensaio metalinguístico, que segue o curso do filme-rio.
A proposta curatorial da exposição é apresentar simultaneamente à Hotel Mekong, sete filmes curtos do artista, dispostos cenograficamente, em telas grandes distribuídas no mesmo espaço. São eles: Cactus River (2012), Ashes (2012), Uma Carta para o Tio Boonmee (2009), Vampiro (2008), Pessoas Luminosas (2007), Esmeralda (2007), O Hino (2006). Vistos em conjunto assim, esta matéria fílmica parece iluminar ainda mais sua beleza e conceitos. São filmes que dialogam intensamente com sua obra e especialmente com Hotel Mekong.
Apichatpong Weerasethakul recria fronteiras entre a ficção e o documentário, o realismo e alegoria, a memória e o presente... Com a intenção de que o visitante possa, ao assistir a cada um dos oito filmes, montar mentalmente significados e se entregar à proposição: ouvir, ver, refletir e, fundamentalmente, aceitar a obra de arte como objeto de observação dado a si, sem precedentes.
A obra fílmica de Apichatpong Weerasethakul está basicamente centrada nas questões que envolvem a força da natureza como soberana ao homem (o rio, a densa floresta, os animais, o seres vivos ou mortos), que vem da forte tradição budista de seu país; e as forças sobrenaturais dos fantasmas (o animismo, o homem incorporado, mediúnico, meio-homem, meio animal).

Ao longo de seu processo, o artista investiga a forte cultura oral tailandesa e expõe relatos desta cultura, através do seu "fazer falar" seus personagens. Personagens que são representados, muitas vezes, por atores não-profissionais. Ou que atuam em seus filmes desde o início de sua carreira, como a atriz Jenjira Pongpas, que está em seu primeiro (Blissfully Yours - 2002) e no último longa, Hotel Mekong, e curta Cactus River em 2012. Perscruta, ainda, temas tabus como a afetividade homossexual; a reencarnação de vidas passadas como elemento para dúvida e comprovação religiosa e a presença, quase desconhecida para nós, do militarismo no norte da Tailândia, na fronteira do Laos.
Apichatpong Weerasethakul sobrepõe, ainda, camadas de linguagem no campo da enunciação cinematográfica - como um toque de sofisticação a esta pureza metafísica. Por exemplo, ao inserir uma não linearidade sonora, em um jogo, comum em seus filmes, do "escuto o que não vejo, vejo o que não escuto". Propõe planos longuíssimos, silenciosos ou sonoros, numa espécie de jogo hipnótico da observação que gera uma sensação de sonhar acordado. Desconstrói sutilmente o tempo da estrutura narrativa lançando novos campos de significação. Assistir aos filmes requer do espectador uma atenção especialmente desviada, um "estar" atento e ao mesmo tempo, um "estar a se perder".


Apichatpong Weerasethakul é considerado uma das vozes mais originais do cinema atual. Nascido em Bangok, em 1970, seus seis longas, diversos curtas e instalações lhe renderam reconhecimento internacional e numerosos prêmios em festivais de todo o mundo. Com o filme Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas, Weerasethakul ganhou a Palma de Ouro em Cannes em 2010. Seu trabalho anterior Síndromes e um Século (2006) foi eleito, no final de 2009, por mais de 60 curadores, historiadores de cinema, arquivistas e programadores como o melhor filme da década numa votação organizada pelo TIFF (Toronto International Film Festival) Cinematheque.Tropical Malady, seu filme de 2004, recebeu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes; e Blissfully Yours recebeu o Prêmio Un Certain Regard, em Cannes 2002. Seu último filme, Hotel Mekong, foi lançado no Festival de Cannes em 2012.
Weerasethakul começou a fazer filmes e vídeos em 1994 e completou o seu primeiro longa em 2000. Suas obras não-lineares, líricas e, muitas vezes, fascinantemente misteriosas lidam com a memória e invocam, de maneira sutil, questões sociais e de política pessoal. Trabalhando de forma autônoma, ele se dedica a promover o cinema experimental e independente por meio de sua produtora, fundada em 1999: Kick the Machine Films.
Weerasethakul tem realizado, também, desde 1998, exposições e instalações em diversos países. Suas instalações incluem o projeto em telas múltiplas, intitulado Primitive (2009). Além de fazer parte de coleções de vários museus importantes, esse projeto foi apresentado em diversos locais, tais como: a Haus der Kunst de Munique, o Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris e o New Museum de Nova York. Em 2012, apresentou uma instalação na Documenta de Kassel. Seus projetos mais recentes incluem filmes online para o Mubi (Ashes, 2012) e para o Walker Art Center dos Estados Unidos (Wonders of the World, 2012).

VISITAÇÃO

03/07 A 01/09 DE 2013

TER/SÁB DAS 11H ÀS 21H
DOMINGOS, DAS 11H ÀS 19H

OI FUTURO - GALERIA

AV. AFONSO PENA, 4001
BELO HORIZONTE - MG

CRÉDITOS

Idealização e Produção
Zeta Filmes

Curadoria
Francesca Azzi

Museografia
Valdy Lopes Jn.

Assistente de Museografia
Irma Zica

Produção
Daniella Azzi
Eduardo Garreto Cerqueira

Assistente de Produção
Elida Silpe

Cenotecnia
Opa! Cenografia e Montagem

Equipamento e Montagem de Áudio e Vídeo 
On Projeções
Identidade Visual, Peças Gráficas, Sinalização e Website
Voltz Design

Direção de Criação e Produção Gráfica
Alessandra Maria Soares
Cláudio Santos

Website (programação)
Redemunho Web Design

Fotografia
Alexandre C. Motta

Tradução e Versão em Inglês
Alcione Silveira

Agradecimentos
Apichatpong Weerasethakul
Patrocínio
Realização
Idealização e Produção
 
Incentivo