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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Dança Gamboa recebe solos de Denise Stutz e Dudude


"Finita" e "A projetista" terão apresentações no teatro Galpão Gamboa

Nos próximos dias 27 e 28 de setembro, a mostra Dança Gamboa terá programação dupla. O projeto receberá os solos "Finita", de Denise Stutz, e "A projetista", de Dudude, que se apresentarão às 19h30 e às 21h, respectivamente.

Lançado no dia 30 de agosto, o Dança Gamboa, projeto do Galpão Gamboa dedicado à dança, está em sua segunda edição e vai até novembro. A curadoria é da bailarina e coreógrafa Marcia Rubin e do diretor e produtor Cesar Augusto. A direção de produção está a cargo de Fernando Libonati, diretor do Galpão Gamboa e sócio da produtora Pequena Central, ao lado do ator Marco Nanini.

Finita

Desenvolvido nos últimos dois anos o espetáculo teve como ponto de partida uma carta enviada pela mãe da artista Denise Stutz. Com essa inspiração, Denise utilizou a arquitetura cênica do teatro para elaborar o conceito de perda e trabalhar os temas do envelhecimento e da ausência, sob a perspectiva da dança.
O solo "Finita" surge da necessidade de compreender e suportar a ausência. Entender o movimento naquele que observa, naquela que falta. A presença que se estabelece a partir da ausência do outro, o desaparecimento, o esquecimento. Na trilha sonora, J.S.Bach, Tchaikovsky e outros.

"Finita é um projeto que desenvolvi durante dois anos. Durante o processo, publiquei em um blog (denisestutz.wordpress.com/) anotações, leituras, fotos e vídeos de referência. Produzi e criei um vídeo-ensaio ("Até que você me esqueça"), para pesquisar texto, movimentos e palavras", explica Denise. "A palavra, o texto, o silêncio como movimento. A proximidade do espectador sem implicar em uma ação direta, mas buscando no reconhecimento da plateia a afetividade da memória, a sensação do presente momento que encadeia o discurso são elementos que busco trabalhar neste projeto", completa.

Denise Stutz
Iniciou seus estudos de dança em Belo Horizonte. Em 1975, junto a outros 10 bailarinos fundou o Grupo Corpo. Trabalhou com Lia Rodrigues como bailarina, professora e assistente de direção. Foi professora do curso técnico da Escola Angel Vianna. A partir de 2003 começa a desenvolver seu próprio trabalho solo apresentando-se em várias cidades brasileiras, na Europa, África e Austrália. Trabalhou com o diretor da Rede Globo, Luiz Fernando Carvalho, criando as coreografias e a direção de movimento da minissérie Capitu.

Ficha técnica
Texto, direção e interpretação: Denise Stutz
Colaboração: Clara Kutner
Direção técnica: Daniel Uryon
Musicas:
J.S.Bach (Prelúdio e fuga em dó maior)
Tchaikovsky (Quebra nozes)
Ray Noble e Al Bowlly (Midnight whit the stars and you)

Duração: 50 minutos
Classificação: 14 anos


A projetista, de Dudude

Em cena, a intérprete disserta todo o tempo sobre o seu possível e próximo projeto artístico. Ela projeta no espaço sempre um pouco mais adiante. Cada insinuação de dança ou pensamento é uma nova ideia e vontade que brota de uma mente e um corpo inquieto. "Este trabalho talvez seja um desabafo, um manifesto, de mais um artista criador de nosso tempo, frente aos mecanismos para se viabilizar a cultura e a arte", afirma Dudude.

O espetáculo estreou no Festival 1, 2 na dança, em Belo Horizonte, em setembro de 2011, e, em março de 2012 cumpriu uma mini temporada também na cidade. "A projetista" participou de festivais por várias capitais e cidades do Brasil, como São Paulo, Santos, Salvador, Natal ,Recife, Brasilia, São Luiz do Maranhão, Uberlândia, Ouro Preto, entre outras.

A ideia de montar o espetáculo nasceu no momento em que Dudude encerrava as atividades de seu estúdio e de sua companhia BenVinda, em Belo Horizonte, e se preparava para uma fase de construção de novos modos operantes de trabalho: a palavra de "ordem" ou "desordem" é simplificar. Assim, Dudude se torna uma artista autônoma, reaprendendo a administrar a liberdade de uma pessoa só. Agora ela começa a buscar outras formas de financiar seus desejos e faz as próprias escolhas, como por exemplo, entrar ou não em editais. Em 2010, ela sinaliza uma primeira tentativa com a fundação de um Atelier, que já nasce com esse propósito independente, prezando o encontro, o compartilhamento, a troca, o fomento e a criação.

Depois de mais de 15 anos atuando na direção de seus espetáculos, Dudude se propõe a trocar de lugar e ser dirigida. Para a função, a artista convida Cristiane Paoli Quito, de São Paulo, diretora da Cia Nova Dança 4. "Ser dirigida por Quito é um desejo antigo, que agora se realiza", explica. Outro bom retorno foi com Lydia Del Picchia, do Grupo Galpão, que assume a assistência de direção. As duas trabalharam juntas no Grupo TransForma, extinto em 1985.

Para a construção desse trabalho, a artista bebeu em fontes geradoras de potência, poetas e pensadores que alimentam e fazem lembrar do poder de imaginar, da liberdade e da simplicidade. Como Leonardo DaVinci, que viveu como um verdadeiro projetista; Henry D. Thoreau, preocupado com a direção que o mundo tomava, com a vida dos rios, montanhas, bichos; Gibran Kahlil com seus poemas de autonomia e liberdade; Fayga Ostrower, com sua delicadeza de entender a arte, entre outros.

Dudude
Bailarina, improvisadora, coreógrafa, diretora de espetáculos e professora de dança, Dudude começou os estudos nos anos 70 e fez parte da geração do Grupo Trans-Forma BH/MG. Dirigiu seu estúdio por 15 anos com diversas atividades na área de dança e seus desdobramentos. Esteve à frente da Benvinda Cia de Dança por 16 anos. Foi bolsista do Ministério da Cultura do Brasil pelo projeto Bolsa Virtuose 2000, em residência no Centro Coreográfico de Orleans. Em 2003/2004 desenvolveu seu projeto "Poética de um Andarilho - a escrita do movimento no espaço de fora", viabilizado pelas Bolsas Vitae de Artes. No ano de 2012 celebra 40 anos de caminho artístico e lança seu livro "Caderno de notações- a poética do movimento no espaço de fora" Ministra cursos e oficinas no campo da produção de sensibilidades.

Cristiane Paoli Quito
Começou a trabalhar com arte em 1977. Desde então, atuou como diretora, criadora, realizadora, atriz e produtora. Sócio-fundadora da Pimba Produções artísticas e diretora da Cia. Nova Dança 4. Projeta-se na cena teatral paulista nos anos 90, com seus espetáculos que trazem as técnicas e referências da commedia dell'arte. Poucos anos depois, volta-se para a dança, e desenvolve linguagem própria, com foco na pesquisa sobre a dramaturgia do intérprete improvisador. A partir de 1996 une-se a Tica Lemos e cria a Cia. Nova Dança 4. Recebeu diversas indicações e levou: o Prêmio SHELL (2004) de melhor direção e melhor espetáculo, Prêmio do Governador do Estado de São Paulo para a Cultura por melhor espetáculo de dança (2010), entre outros. Foi contemplada pelo Bolsas Viatae de Artes (2001) e participou de Festivais nacionais e internacionais, como Festival Nacional de Teatro de Cutiriba, Curta Dança Nacional e São José do Rio Preto e Festival Internacional de Dança.

Ficha técnica
Concepção e interpretação: Dudude
Direção: Cristiane Paoli Quito (SP)
Assistência: Lydia Del Picchia
Figurino: Marco Paulo Rolla
Costureira: Mercia Louzeiro
Trilha sonora: Natalia Mallo e Danilo Penteado
Desenho de luz: Bruno Cerezoli
Captura de imagem e vídeo: Joacelio Batista e Frederico Herrmann

Duração: 50 minutos
Classificação: 12 anos


SERVIÇO
Data: 27 e 28/09
Horário: 19h30 (Finita) e 21h (A projetista)
Local: Galpão Gamboa - Teatro
Capacidade: 80 lugares
Endereço: Rua da Gamboa, 279 - Centro - RJ
Telefone: (21) 2516-5929
Ingressos: R$ 20 (inteira)/R$ 10 (meia)/R$ 5 (para moradores dos bairros da Zona Portuária, apresentando comprovante de residência)
Vendas de ingressos:
- No Galpão: Terça a quinta: das 14h às 19h (Nos dias de espetáculo a bilheteria funciona das 14h até a abertura da sala ou até esgotarem os ingressos)