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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Atendimento domiciliar é prejudicado em área de risco do RJ

De que forma os serviços de saúde hospitalar se organizam para garantir a assistência domiciliar em saúde de quem reside em área de violência urbana? Esta foi a questão que norteou o estudo da aluna de mestrado profissional em Saúde Pública da ENSP Cláudia Mendes de Araújo, orientada pela pesquisadora Cláudia Mara de Melo Tavares. A estratégia mais utilizada pelos serviços de atenção domiciliar da rede federal do município do Rio de Janeiro, de acordo com a pesquisa, é mudar o paciente de endereço para garantir a assistência, ou seja, para que a assistência seja realizada o paciente precisa ter outro endereço em local seguro, seja a casa de um amigo ou familiar para que a equipe possa atendê-lo. “Isto nem sempre é possível e o paciente, em sua maioria, permanece internado ou sem o atendimento domiciliar”, diz a aluna. 
 
Segundo Cláudia, outra estratégia utilizada por um dos serviços é a aproximação com a rede básica de atenção e o treinamento desta. “Como a rede é muito grande e a equipe deles é pequena, ainda não conseguiram treinar toda a rede na especificidade do serviço, sendo assim, quando a rede não é capaz de absorver aquele paciente, ele permanece internado.”
 
Comparando as estratégias utilizadas pelos serviços de atenção domiciliar da rede federal do município do Rio de Janeiro, explica a aluna, foi possível perceber que apesar dos serviços não dialogarem entre si, realizam a mesma ação de tentar mudar o paciente de endereço para garantir a assistência. “Apenas um serviço já iniciou o processo de aproximação com a rede básica, apesar de os outros serviços estudados considerarem o mapeamento/conhecimento da rede importante, mas têm dificuldades em utilizá-la, seja pela falta de capacitação da mesma, seja pela falta de pessoal para realizar o mapeamento.”
 
A estratégia de mudar o paciente de endereço já é utilizada pela Unidade de Atendimento Domiciliar (Udomi), porém após este estudo a aluna entende a possibilidade e a necessidade de aproximação com a rede básica de saúde e os serviços que essa oferece, assim como conhecer os serviços de atenção domiciliar do município. “Também é necessário um treinamento dos serviços de atenção domiciliar no manejo e cuidado com o paciente traumato-ortopédico que é foco do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). 
 
Conforme relata a pesquisa, das 21 instituições federais existentes no estado do Rio de Janeiro, 12 não oferecem o serviço de atenção domiciliar. Entre 2013 e 2014, quatro instituições deixaram de oferecer o serviço de atenção domiciliar até 2014: em duas a aluna não obteve contato da instituição, enquanto que as outras duas instituições em que o contato foi efetivado atualmente não trabalham com atendimento domiciliar e mudaram o foco de funcionamento para desospitalização, pois entenderam que a atenção domiciliar passou a ser de responsabilidade da atenção primária. 
 
A aluna entrevistou quatro hospitais da rede federal que possuem sede no município do Rio de Janeiro, sendo um hospital de ensino ligado a uma universidade, dois institutos, sendo um especializado em assistência, ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico na área de saúde da mulher e da criança e outro de cuidados paliativos e um hospital federal de média e alta complexidade. Os critérios para a inclusão destes serviços no estudo, segundo Cláudia, foram instituições federais sob o mesmo regime administrativo em nível de governo do serviço em que atuam e exercem os seus atendimentos em município análogo, estando expostos a semelhante tipo de risco de violência urbana e tendo acesso aos mesmos recursos financeiros e de recursos humanos.    
 
Cláudia Mendes de Araújo possui graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000). Atua na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem de Saúde Pública, no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.