O Brasil atravessa um momento de grandes desafios econômicos. Independente do tamanho, da origem e das consequências imediatas, é urgente analisar os desequilíbrios estruturais e as perspectivas para a economia brasileira a longo prazo. Esse é o objetivo do seminário “A Agenda de Crescimento do Brasil”, organizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE) e pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV/EBAPE), que acontecerá nos dias 6 e 7 de agosto, na sede da FGV no Rio de Janeiro, em Botafogo.
Coordenado pelos pesquisadores do FGV/IBRE, Regis Bonelli e Armando Castelar, e pelo professor Carlos Pereira, da FGV/EBAPE, o seminário conta com a participação de importantes nomes, como: Ricardo Paes de Barros (INSPER); Bráulio Borges (FGV/IBRE); Otaviano Canuto (diretor do Fundo Monetário Internacional - FMI); Fernanda de Negri (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea); Paulo Guilherme Corrêa (secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda); Mansueto Almeida (economista, especialista em Finanças Públicas); e Afonso Arinos de Mello Franco (secretário de Política Econômica, do Ministério da Fazenda).
Com aprofundamento nos âmbitos individuais das ciências econômica e política, o seminário integra economistas e cientistas políticos para realizar um mapeamento das principais questões de relevância para a agenda do crescimento. “No primeiro momento, vamos identificar os problemas estruturais que impedem um avanço mais rápido do país em direção ao desenvolvimento. Em seguida, analisar as medidas que permitiriam resolver esses problemas e liberar o país para crescer mais rápido. Por fim, discutir a possibilidade de tornar essas reformas politicamente viáveis”, explica Regis Bonelli, pesquisador do FGV/IBRE.
O professor Carlos Pereira, da FGV/EBAPE, ratifica a importância da discussão num contexto de grandes mudanças políticas e econômicas ao longo dos últimos anos. “Não existiria um modelo ‘ideal' de sistema político capaz de gerar mais crescimento econômico, uma vez que maior performance econômica pode ser alcançada numa grande variação de combinações de instituições políticas. Embora o desenho institucional que emergiu da Constituição de 1988, que combina presidencialismo forte com grande fragmentação partidária, contenha elementos favoráveis para implementação de políticas econômicas geradoras de inclusão social e equilíbrio macroeconômico, os dois últimos governos brasileiros relaxaram os constrangimentos e imperativos fiscais necessários para um processo de inclusão responsável. É como se o Plano Real tivesse sido capaz de colocar em estágio de 'coma profundo' as ideologias desenvolvimentistas dominantes até então. Entretanto, a descoberta do pré-sal, o boom de preços de commodities e a crise financeira de 2008 abriram janelas de oportunidade para a reanimação do "coma" dessas ideologias populistas, as repaginando sob o nome de 'nova matriz econômica'. A realidade agora está cobrando o preço desses desvios”, conclui.
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