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quinta-feira, 17 de março de 2016

Exposição de fotos denuncia abusos da TKCSA em Santa Cruz


A ENSP recebe, na próxima segunda-feira, 21 de março, a exposição Baia de Sepetiba e Santa Cruz – Em busca de um futuro legal.  A mostra de fotografias, que ficará exposta no saguão da Escola, denuncia os abusos que a Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) vem promovendo na Zona Oeste do Rio desde 2010, operando sem licença legal e causando danos à saúde, ao ambiente e à economia dos que vivem em seu entorno. A exposição acontece uma semana antes de um seminário organizado pela ENSP em conjunto com a Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), a Defensoria Pública do Estado do Rio – com quem a ENSP firmou parceria no ano passado – e o Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS). No evento, a ser realizado em 28 de março, será feita a reapresentação do relatório elaborado pela Fiocruz sobre as ações da TKCSA em Santa Cruz.

De acordo com os organizadores da mostra de fotografias, além de fazer denúncias a proposta é também trazer um olhar de esperança. As fotos de André Mantelli mostram a resistência dos moradores e pescadores e as belezas e potenciais da região. A TKCSA atua em Santa Cruz há seis anos sem licença graças a um termo de ajuste de conduta (TAC), feito em 2014 e com previsão para vencimento em abril deste ano. Os pesquisadores da Fundação e as demais entidades envolvidas no seminário querem chamar a atenção para a possibilidade da TKCSA obter uma licença e continuar desenvolvendo suas ações, que tantos danos vem provocando.

A TKCSA, maior siderúrgica da América Latina, é responsável por aumentar em 76% a emissão de CO2 no Rio de Janeiro e pelo fenômeno da “chuva de prata” em seu entorno. Muitos moradores vizinhos da fábrica vêm sofrendo com problemas respiratórios e a poluição na Baia de Sepetiba tem prejudicado a pesca artesanal. A companhia já foi embargada pelo Ministério do Trabalho, multada por órgãos ambientais, denunciada em reportagens na grande imprensa e alvo de dois processos criminais movidos pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A discussão sobre suas ações ganha um novo capítulo depois do acidente com a barragem da Samarco/Vale/BHP em Mariana, no ano passado. Os pesquisadores envolvidos na elaboração do seminário do próximo dia 28 de março alertam para a importância de se discutir o modelo das megaminerações e suas consequências para a vida e lembram que a Vale, acionista da Samarco, também é uma das donas da TKCSA.