Os Observatórios são, hoje, uma potente ferramenta da democracia. Em razão de seu potencial como coletores de dados mas, principalmente, da grande capacidade de processamento e análise destes, além de conseguirem fazê-los circular em larga escala, os Observatórios têm ampliado a produção de conhecimento para a autonomia dos cidadãos, nas áreas das quais se ocupam e observam. Por essa razão, a Rede Brasileira de Escolas de Saúde Pública (RedEscola) promoveu, na sexta-feira (30/9), um seminário-oficina sobre Observatórios em Saúde, apresentado pela diretora da Escola de Saúde Pública da Bahia e integrante do Grupo de Condução da Rede, Marcele Paim.
A atividade foi divida em dois momentos: manhã e tarde. A sessão da manhã foi dedicada a compreender o que são os Observatórios, suas histórias, origens e formatos, seus principais conceitos operacionais e suas áreas de observação na saúde. Na ocasião Marcele Paim apresentou os resultados iniciais de sua pesquisa de doutorado sobre o tema, ainda em curso, e expôs com detalhes o planejamento, implementação e funcionamento do recém-lançado Observatório Análise de Políticas de Saúde no Brasil.
Efetuando, a princípio, uma importante distinção entre os observatórios que atuam como rede (de universidades e pesquisadores, principalmente) e os observatórios que funcionam com mais propriedade como repositórios virtuais, Marcele debateu com os presentes os formatos possíveis de observatórios – segundo suas funções e finalidades – e preparou terreno para a oficina, realizada na sessão da tarde da atividade.
O encontro contou com a presença e as contribuições de profissionais do Instituto Desiderata, OSCIP que atua contra o câncer infantil e que, do mesmo que a RedEscola, também tem se debruçado atualmente sobre a ideia de criar um Observatório em seu campo de atuação.
Os trabalhos da tarde, assim, visaram discutir o primeiro desenho de um possível Observatório da Educação Permanente em Saúde. A ideia surgiu como consequência dos resultados da pesquisa realizada pela RedEscola sobre o assunto, que envolveu a participação de cinco escolas da Rede nos estados do Paraná, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Pernambuco. O encontro pôde ser acompanhado pela web por todos os interessados.