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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Debate sobre futuro de Itaipu e exposição de carro elétrico marcam último Energia em Foco de 2017

A FGV Energia recebeu, no dia 6 de dezembro, o diretor-geral da Itaipu Binacional, Luiz Fernando Leone Vianna. O evento marcou o encerramento da série “Energia em Foco – Estratégias e Desafios para o Futuro” em 2017. Além da palestra, em que o convidado falou sobre o mercado de geração de energia hidrelétrica, o evento teve como destaque a exposição do veículo elétrico Twizzy na esplanada da sede da FGV, no Rio de Janeiro.
Na abertura do evento, o diretor da FGV Energia, Carlos Quintella, focou na importância de desenvolver tecnologias de baixa emissão de carbono, como é o caso do Twizzy, veículo 100% elétrico. Segundo ele, é preciso começar a pensar nessas novas tecnologias e que é inevitável que o mercado de automóveis seja dominado por veículos elétricos no futuro.
“Qualquer esforço que venha a ser dado, mesmo que pequeno na matriz energética para um Brasil melhor, para um mundo melhor, com menos combustão, com menos poluição, é melhor para todo mundo”, destacou.
Na sequência, a pesquisadora Tatiana Bruce fez uma breve apresentação sobre o estudo “Carros Elétricos”, desenvolvido pela FGV Energia. Ela falou especificamente sobre o Twizzy, fruto de uma parceria da Renault com Itaipu e que tem autonomia de 100 km.
“Isso é um exemplo de como a FGV Energia e Itaipu estão contribuindo uma com a outra para o desenvolvimento da mobilidade elétrica no Brasil. Começamos a pesquisar sobre carros elétricos porque isso vai mudar a forma como consumimos energia. Eles são importantes porque nós precisamos descarbonizar o setor de transportes. Trata-se da evolução natural da tecnologia veicular”, disse Tatiana.
Já o convidado desta edição do Energia em Foco falou sobre a importância de Itaipu para o Brasil e para o Paraguai. Ele destacou que a hidrelétrica é um caso de sucesso quando se fala em integração regional, que gera muitos ganhos, em especial a otimização de recursos energéticos. Ele também apresentou dados sobre o funcionamento da hidrelétrica e da busca pela eficiência no aproveitamento dos recursos.
“O aproveitamento percentual da disponibilidade hídrica, a partir de 2012, atingiu níveis altos, superiores a 97%, um número bem maior do que o verificado até este ano, quando a média era de 90%”, destacou Vianna.
O executivo também falou sobre os compromissos da Itaipu com a sustentabilidade. Ele explicou que a partir de 2003 a empresa mudou sua missão para contemplar o desenvolvimento sustentável, as preocupações com o meio ambiente e responsabilidade social. Ele apresentou alguns projetos liderados pela binacional, como o “Cultivando água boa”, além de projetos socioambientais
Por fim, Vianna falou sobre os desafios da hidrelétrica. Ele falou sobre a possível desestatização da Eletrobras e assegurou que a empresa não será privatizada, pois é regida pelo Tratado de Itaipu, firmado entre os governos do Brasil e do Paraguai. O diretor-executivo de Itaipu finalizou afirmando que a empresa está em processo de aproximação com o Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), mas ressaltou que o Brasil precisa começar a se planejar para substituir a energia de Itaipu. Ele também falou que a contribuição da hidrelétrica com o SEB deve diminuir por conta do aumento do consumo paraguaio e da necessária atualização tecnológica da usina. Segundo ele, há equipamentos em operação há mais de 30 anos e com muita instrumentação analógica. A atualização que permitirá a digitalização e automação da hidrelétrica deverá ser concluída em um prazo de 10 anos.
A FGV Energia promove, desde 2014, a série de palestras “Energia em Foco”, com profissionais da alta gestão do setor energético. O objetivo é debater os desafios políticos, econômicos e tecnológicos para o seu desenvolvimento no Brasil.