Três grandes executivas que ocupam cargos de liderança no Bank Of America Merrill Lynch (BofAML) estiveram na Escola de Direito de São Paulo (FGV Direito SP), no último dia 10, para debater sobre os desafios que as mulheres enfrentam para alcançar altas posições na cadeia de comando de grandes empresas.
O evento fez parte do segundo encontro de um ciclo de palestras sobre carreiras de mulheres, organizado pelo Grupo de Estudos em Direito e Gênero da FGV Direito SP, em parceria com o BofAML.
Entre os temas abordados na palestra, estiveram: a necessidade de equilíbrio da vida pessoal e profissional, a importância de se ter um mentor, além do incentivo ao diálogo com superiores para solução de problemas.
Apesar da proporção de mulheres em cargos de liderança ainda ser muito pequena e estar distante da equidade de gênero, segundo as executivas, o cenário está mudando. De acordo com Silvia Wulkan Halperin, líder de Recursos Humanos para a America Latina do BofAML, a proporção de mulheres em posições de alta chefia chega a aproximadamente 27% no BofAML.
Para ilustrar o valor da comunicação com superiores, Andrea Chamma, vice-chairwoman do BofAML, relatou o momento em que descobriu a inexistência de salas de amamentação em sua empresa. A executiva contou que, como a empresa havia sido pensada por homens, nunca se havia contemplado essa necessidade. Após ter ciência disso, a instituição buscou uma solução para esta questão.
Flavia Niccoli, gerente de produtos corporate do BofAML, enfatizou a necessidade de deslocar-se para outras áreas da empresa, progredindo horizontalmente antes de buscar uma promoção a fim de encontrar um setor em que a profissional se identifique totalmente. Ela disse, ainda, que a busca por um horário mais flexível tem aumentado tanto por homens quanto por mulheres, uma vez que a mentalidade vigente está mudando e cada vez mais os homens procuram maneiras de estar presente na vida dos filhos.
Gerente de Análise de Investimentos do banco, Isabella Simonato falou sobre como equilibrar a vida pessoal e profissional. Segundo ela, a flexibilidade no horário é uma conquista ao longo do tempo. Ela ressaltou também a importância do feedback a fim de estar com os interesses alinhados com a empresa.
Para Lígia Paula Pires Pinto Sica, coordenadora do Grupo de Estudos em Direito e Gênero da FGV Direito SP, ainda estamos longe de uma cultura corporativa que considere a experiência de ser mulher. A coordenadora também ressaltou a importância de ouvir os relatos de mulheres que conseguiram atingir espaços de liderança para aprender com seus erros e acertos "Precisamos conhecer a realidade para poder propor mudanças adequadas", concluiu.