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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Monitor do PIB aponta queda de 3,8% em 2015

O Monitor do PIB-FGV mostra que 2015 foi marcado pela contínua e intensa deterioração da atividade econômica terminando o ano com queda de 3,8%. A Indústria teve queda de 6,6% e os Serviços de 2,5%. No momento, não há qualquer indicação de reversão nesse quadro. Entre os componentes da demanda apenas Exportações se mostram positivas graças, principalmente, às commodities agrícolas e minerais”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
Neste número, com informações até dezembro, o Monitor do PIB-FGV (ver apêndice com nota explicativa) detalha os seguintes resultados, conforme a tabela Excel anexa:
 
1) O PIB brasileiro continua caindo e, até dezembro, registra queda de 3,8%, no acumulado em 12 meses. Mensalmente essa taxa tem se reduzido desde março de 2014, tornando-se negativa a partir de janeiro de 2015, conforme ilustrado no Gráfico 1.
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2) A taxa do quarto trimestre, contra igual trimestre do ano anterior, apresenta queda de 5,6%. Já na comparação mensal, contra igual mês do ano anterior, é negativa em 5,9%, a pior queda desde 2000, nesta comparação.

3) Em termos de taxas dessazonalizadas estima-se que o PIB recuou 1,2% no quarto trimestre, em relação ao terceiro trimestre. Este é o quarto trimestre consecutivo a apresentar taxa negativa em relação ao imediatamente anterior.
 
4) Das 12 atividades que compõem o PIB, sete apresentaram retração no ano de 2015, com destaque para as indústrias de Transformação (-9,7%) e Construção (-8,9%), e para os serviços de Comércio (-8,7%) e Transporte (-6,3%). A indústria extrativa mineral com crescimento de 4,7% e a Agropecuária com 1,5% são os destaques positivos entre as atividades.
 
5) Em termos da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo liderou o processo recessivo a partir de agosto de 2014 e encerra o ano de 2015 com queda de 14,7%, comparativamente a 2014. Seu componente ‘máquinas e equipamentos’ apresenta em 2015, comparado com 2014, queda de 26,1%. No Gráfico 2 está ilustrada a composição da taxa acumulada em 12 meses da Formação Bruta de Capital Fixo, por componentes.
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6) O Consumo das Famílias, ilustrado no Gráfico 3, apresenta em 2015 queda de 3,5% comparado a 2014. Seu principal componente (cerca de 50%), os Serviços (transportes, outros serviços, aluguéis, etc.), termina o ano de 2015 com taxa negativa de 0,9% comparado a 2014. O segundo componente mais importante, os bens não duráveis (alimentos, bebidas, combustíveis, etc., com 27%, em média de participação), termina o ano de 2015 com queda de 2,3% comparado a 2014. O agregado dos bens semiduráveis (vestuário, borracha, plásticos, etc.) registrou -6,9%. Enquanto que o agregado de bens duráveis (veículos, eletrodomésticos, nacionais e importados) encerrou o ano de 2015 com queda de 15,3%, comparado a 2014.
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7) As Exportações apresentaram, no ano de 2015, crescimento de 5,7% comparado com 2014. Três aspectos chamam a atenção: a reversão da tendência declinante da taxa acumulada em 12 meses dos produtos industrializados, a partir de março de 2015, encerrando o ano com crescimento de 4,6%; o ótimo desempenho dos produtos agropecuários (17,5%) e da extrativa mineral (18,7%).
 
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8) As Importações, cujas taxas acumuladas em 12 meses eram elevadas, começaram a desacelerar a partir de janeiro de 2014, e encerraram 2015 com queda de 14,5%, comparado a 2014. A importação de produtos industrializados caiu 14,8% em 2015. Os destaques nessa categoria são os bens de consumo duráveis (-24,5%), bens de capital (-17,9%) e os bens intermediários (-15,5%).
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APÊNDICE – NOTA EXPLICATIVA
O Monitor do PIB-FGV estima mensalmente o PIB brasileiro em volume. O objetivo de sua criação foi prover a sociedade de um indicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE. Sua série inicia-se em 2000 e incorpora todas as informações disponíveis das Contas Nacionais do IBGE (Tabelas de Recursos e Usos, até 2013, último ano de divulgação) bem como as informações do PIB-Tri do IBGE, até o último trimestre divulgado.
 
O indicador é ajustado ao PIB-Tri do IBGE sempre que há mudanças metodológicas e a cada trimestre divulgado. Ou seja, nos trimestres calendários, as médias trimestrais dos índices de volume do Monitor do PIB-FGV serão iguais aos indicadores trimestrais, sem ajuste sazonal, do PIB-Tri do IBGE. Além disto, são utilizados os mesmos modelos do IBGE para calcular todas as séries desagregadas com ajuste sazonal, tanto pela ótica da oferta, como da demanda.
 
Assim, as estimativas do Monitor do PIB-FGV antecedem o PIB-Tri do IBGE nos meses em que este é divulgado. E, nos meses em que não há divulgação, o Monitor representa uma excelente antecipação para as tendências do PIB e seus componentes.
 
O Monitor do PIB-FGV compõe-se de um relatório descrevendo os principais resultados com ilustrações gráficas e de uma tabela Excel com informações das 12 atividades econômicas que agrupadas formam os 3 setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços).
Apresenta, ainda, o Valor Adicionado a preços básicos, os impostos sobre os produtos e o PIB. Apresenta também os componentes do PIB pela ótica da demanda. Outro ponto a ser destacado é que o Monitor torna disponíveis desagregações que não são divulgadas pelo IBGE, mas que são relevantes para um melhor entendimento da absorção doméstica e da demanda externa. As desagregações disponibilizadas pelo Monitor são:
 
Consumo das Famílias: bens de consumo duráveis, semiduráveis, não duráveis e serviços. Adicionalmente eles são classificados em nacionais e importados;
 
Formação Bruta de Capital Fixo: em máquinas e equipamentos, construção e outros. Para máquinas e equipamentos e outros, há a desagregação entre nacionais e importados;
 
Exportações e Importações: em produtos agropecuários, produtos da extrativa mineral, produtos industrializados de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis), produtos industrializados de uso intermediário, bens de capitais e serviços.
 
São divulgadas as séries de base móvel, séries encadeadas, séries encadeadas dessazonalizadas, as taxas mensais, trimestrais e anuais comparadas a igual período do ano anterior e as taxas mensais e trimestrais comparadas a período imediatamente anterior. Uma metodologia detalhada está disponível no link: http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=4028818B3BDE4A56013C071D12034B4B&lumItemId=8A7C82C54F7DAFDC01515E1BC9904F17