Durante os próximos cinco anos, as pesquisadoras Letícia Cardoso, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, e Fátima Pina, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, estarão empenhadas em responder à seguinte pergunta: As cidades da América Latina podem ser mais saudáveis? O questionamento, suscitado com base no projeto internacional “Construindo cidades mais saudáveis, equânimes e ambientalmente sustentáveis: lições da América Latina”, é liderado pela Universidade Drexel e envolverá 11 instituições da América Latina e mais 3 dos Estados Unidos.
O projeto, um dos selecionados pela agência de financiamento do Reino Unido Welcome Trust para receber o total de 10 milhões de dólares em cinco anos, teve origem na Rede Latino-Americana de Saúde Urbana, da qual a Fiocruz participa desde 2015. "A América Latina (AL) é ideal para estudar o impacto da urbanização na saúde por ser uma das regiões mais urbanizadas no mundo, com 80% da população vivendo nas cidades. Estima-se que, em 2050, a AL será a região mais urbanizada do planeta. Em contrapartida, trata-se de localidade com maiores desigualdades sociais, uma vez que, no ranking das 30 cidades mais desiguais em indicadores sociais e de saúde, 19 estão na América Latina."
O plano de trabalho prevê que os pesquisadores estudem centenas de cidades na região e estabeleçam parcerias com gestores da saúde e do planejamento urbano. O projeto, que foi um dos três selecionados em um total de 80 propostas do mundo inteiro, inclui pesquisadores de oito países e gerará múltiplas oportunidades de participação de estudantes de mestrado e doutorado, assim como de gestores públicos e sociedade civil. No Brasil, o projeto é liderado por pesquisadores da UFMG, de Belo Horizonte, e contará com pesquisadores da Fiocruz do Rio de Janeiro e Salvador e da USP, de São Paulo.