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domingo, 30 de julho de 2017

'Vigilância Epidemiológica Hospitalar' é tema de pesquisa da ENSP

A vigilância em saúde tem papel fundamental na identificação, resposta e controle às doenças e agravos em saúde, bem como monitoramento dos perfis de morbi-mortalidade. Em particular, a Vigilância Epidemiológica Hospitalar (VEH) foi instituída pelo Ministério da Saúde, em agosto de 2010, como forma de melhorar a vigilância em saúde, a partir da visão hospitalar, com aplicação de incentivos financeiros para implantação e manutenção dessa ação estratégica. A pesquisa da aluna de Mestrado Profissional em Saúde Pública da ENSP, Maria Beatriz Ruy, orientada pela pesquisadora Maria Angélica Borges dos Santos, foi ao encontro desse tema e teve como objetivo avaliar a rede de núcleos de VEH, segundo modelos de vigilância e financiamento no Brasil entre 2008-2016. Os resultados do estudo apontam aumento do número de núcleos de VEH no período de 2014 a 2016, momento de mudança do modelo de vigilância, de sentinela para base populacional. "Isso aconteceu, provavelmente, em virtude de mais flexibilidade dos gestores locais em indicar os hospitais mais convenientes ou com maior necessidade de monitoramento”, disse a aluna.
 
Segundo Maria Beatriz , a mudança de modelo de vigilância influenciou os dados produzidos pela Rede de Vigilância Epidemiológica Hospitalar Nacional (Reveh), mas a Estratégia Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar tem se mostrado eficaz ao longo dos anos. “É necessário aguardar a estabilização e adequação dos novos estabelecimentos na rede de interesse nacional, bem como análises mais específicas dos resultados dos núcleos após a habilitação nos novos moldes.” A aluna explicou que é dessa forma que a estratégia de VEH subsidia o planejamento das ações de prevenção e promoção em saúde, controle de doenças, agravos e eventos de saúde pública e orienta a tomada de decisão nos três níveis de gestão do Sistema Único de Saúde. Mas, de acordo com ela, as recentes mudanças no desenho da estratégia ainda precisam ser melhor avaliadas.
 
Esse estudo avaliativo com análise de implantação deu-se em duas etapas: delimitação conceitual para estabelecimento da teoria da intervenção, por meio de revisão bibliográfica narrativa e de análise documental, para descrição dos modelos de vigilância e de mecanismos de financiamento, bem como da evolução da Reveh; e análise de dados de bases do Datasus - que tem como responsabilidade prover os órgãos do SUS de sistemas de informação e suporte de informática, necessários ao processo de planejamento, operação e controle - para dados cadastrais dos estabelecimentos de saúde, financiamento federal (na forma de incentivo) da VEH e registros de notificações compulsórias.
 
Sobre a aluna
 
Maria Beatriz Ruy é graduada em Enfermagem pela Universidade São Francisco (2005), especialista em Saúde Pública com ênfase no Programa de Saúde da Família pelo Centro Universitário São Camilo (2009);  em Epidemiologia pela Universidad Nacional de Córdoba/AR (2015); e em Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz (2015). Atualmente, é servidora da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (DF), atuando como gerente de Planejamento, Monitoramento e Avaliação na Diretoria de Atenção Primária à Saúde e exercendo função de coordenadora das ações de vigilância em saúde da região de saúde leste do Distrito Federal. Ela possui experiência na área de Enfermagem e Saúde Pública, atuando, principalmente, em DST/Aids, Estratégia da Saúde da Família, Gestão em Saúde, Vigilância Epidemiológica e Vigilância em Saúde, Segurança do Paciente, Resistência aos Antimicrobianos e Educação em Saúde.