Abrindo o ano de 2018, a Galeria do Ateliê inaugura no dia 2 de fevereiro, às 19h, a exposição "a casa é quando a gente volta", com obras da artista, cineasta e poeta Ana Costa Ribeiro.
Segundo a artista, “esse verso é uma síntese do principal eixo que permeia a exposição, o dos deslocamentos entre espaço e tempo. Pensar o espaço em função do tempo e vice-versa. Por isso "a casa é quando" e não "a casa é onde". Penso que todos esses trabalhos, em que me volto para a memória da minha família, têm uma busca por um pertencimento. E nesse sentido a família é a casa, um espaço/tempo para onde eu quero voltar, para poder seguir em frente. Entendo que esse meu processo de deslizamento quer levar comigo a casa. A casa que navega”.
“Quando me perguntam o que eu faço, costumo responder que eu faço filmes. Seja em imagem, palavra ou som, estou sempre trabalhando com o tempo, “esculpindo o tempo”, para usar uma expressão de Tarkovski. No entanto, sempre pensei que o tempo era algo muito abstrato, e durante toda a minha trajetória acabei me debruçando mais sobre o espaço, que me parecia algo mais palpável. Com o passar dos anos, percebi que a relação entre o espaço e o tempo era indissociável, e passei a investigar justamente as poéticas do deslocamento entre eles. Mas o que isso importa no meu trabalho? Importa o avanço dos corpos.”
Divididos em dois núcleos, um em preto & branco e outro em cor, a artista apresenta obras em filme, fotografia e instalação. O primeiro núcleo se constitui de um material “pós-filme”, que tem origem no curta-metragem Arpoador, um filme sobre a perda de sua mãe. Essa parte da exposição é composta pelo próprio filme e pela série de fotografias Os Corpos e o Tempo. Os trabalhos desse núcleo se apresentam de forma mais “acabada”, fixados em filme e fotografia emoldurada. O outro núcleo da exposição é constituído por um material “pré-filme”, e reúne parte do processo criativo do longa-metragem em desenvolvimento Termodielétrico, um filme baseado nas pesquisas de seu avô, um físico experimental. Essa parte da exposição é composta pela instalação Pranchas para roteiro de um longa-metragem e pelo vídeo Trailer para um longa-metragem. Os trabalhos desse núcleo se apresentam de forma “inacabada”, mais volátil, indicando uma obra em processo.
Ana Costa Ribeiro
Artista, cineasta, poeta e professora. Doutorado em Arte e Cultura Contemporânea pela UERJ, Master of Fine Arts em Cinema pela San Francisco State University e graduação em Comunicação Social pela UFRJ. Seus filmes foram exibidos em festivais no Brasil, na Holanda, na Alemanha, na Espanha, na Índia e nos Estados Unidos e seus textos foram publicados em revistas no Brasil e em Portugal. Dirigiu sete curtas-metragens, entre eles, ARPOADOR, e quatro séries documentais: #302 – 2ª temporada (26 EPS/ Canal Brasil), RIO 2020 (4 EPS/ Web), SONHADORES (5 EPS Aline Silva/ SporTV) e DE LÁ PRA CÁ (40 EPS/ TV Brasil). Trabalhou como freelancer durante doze anos nas equipes de roteiro, direção, fotografia, som, produção e, sobretudo, montagem, até fundar a Gaivota Studio, onde atua principalmente como diretora. Colaborou com diversos realizadores no Rio de Janeiro e em São Francisco, na Califórnia. Foi assistente de direção de Karim Aïnouz em Madame Satã (Best Film – Chicago International Film Festival) e montadora de diversos filmes, entre eles, o longa-metragem Tamboro, de Sérgio Bernardes (Melhor Montagem e Prêmio Especial do Júri – Festival do Rio). É professora há quase dez anos, tendo ministrado cursos de montagem na Escola de Cinema Darcy Ribeiro e de processo criativo audiovisual no Ateliê da Imagem, entre outros. Atualmente se dedica ao desenvolvimento de seu primeiro longa-metragem como diretora, TERMODIELÉTRICO, selecionado para o Pitching do DocMontevideo.
SERVIÇO:
Galeria do Ateliê
Inaugura sexta, dia 2 de fevereiro, às 19h
"a casa é quando a gente volta" / Exposição da artista Ana Costa Ribeiro
Visitação até 7 de abril de 2018
Aberto ao público
Ateliê da Imagem Espaço Cultural