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terça-feira, 1 de maio de 2012

Dia Mundial da Asma


O dia Mundial da Asma, celebrado desde 1998, é comemorado na primeira terça-feira do mês de maio. Neste ano de 2012 a data coincidiu com o feriado do 1º DE MAIO. No Brasil, encabeçada pela Iniciativa Global contra a Asma (GINA), a data serve de alerta contra a doença, responsável por 250 mil mortes prematuras em todo o mundo, três mil delas só no Brasil. Quase todas poderiam ser prevenidas com tratamento adequado.
O principal objetivo da iniciativa GINA, de lideranças e de associações interessadas no combate à asma em todo o mundo é criar esta cultura de tratamento contínuo, evitando a necessidade de hospitalizações ou atendimentos de emergência no momento das crises, que podem ser fatais.
A asma é uma doença crônica de alta prevalência e um problema de saúde pública. Afeta pessoas de todas as idades e, se não controlada, acarreta limitações das atividades diárias e pode levar á morte. Causada por uma inflamatória crônica das vias aéreas, a asma ataca o sistema respiratório e resulta na redução ou até mesmo obstrução no fluxo de ar. A inflamação crônica é associada a uma hiperrresponsividade das vias aéreas que levam a episódios recorrentes de chiado, cansaço, aperto no peito e tosse, particularmente á noite ou no início da manhã. Dependendo da gravidade da asma, a pessoa pode ficar completamente sem sintomas durante as crises, embora a situação que mais prevaleça seja os sintomas passarem despercebidos ou atribuídos erroneamente á falta de condicionamento físico.
Sua fisiopatologia está relacionada à interação entre fatores genéticos e ambientais e, portanto, os filhos de pais asmáticos e pessoas que vivem em áreas urbanas têm risco mais elevado desenvolverem a doença. Outros fatores implicados na doença são as alergias, as infecções respiratórias e a obesidade. Importante é reconhecer os desencadeantes das crises de asma que podem ser diferentes para cada pessoa: poeira, cheiros forte, fumo, pelos de animais, grandes altitudes, variações de temperatura, estresse emocional e até exercícios físicos.
O diagnóstico é principalmente clínico e o tratamento inclui medicamentos que melhorem o fluxo aéreo na crise asmática e medicamentos anti-inflamatórios, principalmente a base de corticoides, ao lado de medidas educativas. A grande maioria desses medicamentos é inalada diretamente para os pulmões. As bombinhas, pois assim ficaram conhecidas entre nós, brasileiros, estão disponíveis desde a década de 70. Podem ser encontradas em monoterapia ou combinações de medicamentos para melhorar a eficácia e em várias opções de dispositivo, facilitando a inalação para bebês, crianças, adultos e idosos. Existem várias delas disponíveis no SUS, aliás, ressalta-se que há tratamentos gratuitos ou subsidiados para todas as formas da doença: leve, moderada ou grave. Alguns medicamentos podem ser encontrados nos postos de saúde do SUS ou nos locais de dispensação das secretarias estaduais de saúde de acordo com a complexidade da doença e também com custo muito acessível, no programa da Farmácia Popular.
DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A ASMA
Estima-se que 10% da população brasileira tenha a doença, mas apenas 20 a 30% dos pacientes seguem o tratamento corretamente. A grande maioria abandona o tratamento porque acredita que não precisa do tratamento e só usa a bombinha na crise, sem controle médico. A doença mata por ano no Brasil cerca de 2500 pessoas (sete por dia). Foram 156 mil hospitalizações por asma em 2011, segundo o Ministério da Saúde. Grande parte dessas mortes (37%) ocorreu em pessoas com mais de 75 anos.
Todos esses danos são evitáveis com o tratamento adequado e com maior disseminação da cultura do autocuidado.
ABANDONO DOS REMÉDIOS POR CONTA PRÓPRIA É A MAIOR CAUSA DE MORTE PELA DOENÇA.
Os asmáticos abandonam o tratamento porque ainda acreditam na cura pelos medicamentos, embora nenhum medicamento ou tratamento cure a asma. É possível conseguir o controle da doença, usando esquemas de tratamento diferentes em cada pessoa. Somente após acompanhamento adequado e monitoramento do controle da doença, é possível em alguns casos, a retirada dos medicamentos controladores. E mesmo com o tratamento adequado, em ataques mais graves, que incluem aqueles com maiores dificuldades para respirar e falar, é imprescindível procurar assistência médica.
O CUSTO DA ASMA
É muito elevado o custo social e econômico para a família da pessoa com asma. As numerosas exacerbações levam à procura constante dos serviços de emergência e as frequentes hospitalizações refletem a precariedade da assistência à doença, elevando os gastos com a assistência emergencial e os custos da doença sem causar nenhum impacto na vida do paciente asmático.
A ASMA NA SAÚDE PÚBLICA DO BRASIL: é hora de avançar!
A abordagem da asma pelas políticas públicas de saúde avançou muito nesta primeira década do terceiro milênio. Várias portarias e numerosos programas de saúde, espalhados pelos municípios brasileiros, mostram que assistência à doença evoluiu muito em alguns deles, evidenciando uma preocupação com a integralidade das ações de saúde.
A meta mundial ancorada na campanha do Dia Mundial da Asma é reduzir as hospitalizações até 2015 em 50% e no Brasil, felizmente, conseguimos ultrapassar essa meta. O número de internações de pacientes com asma pelo Sistema Único de Saúde caiu 61% nos últimos onze anos, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados em 2012. De um total de 397.333 internações, em 2000, a rede pública de saúde registrou 192.601 pacientes, em 2010 e 156.000 pacientes em 2011. A nossa tarefa agora é, portanto, reduzir as mortes prematuras por asma.
A assistência integral é sem dúvida um pilar que cada vez mais se faz necessário em doenças crônicas como a asma. A abordagem integral da asma passa por um eixo no qual o atendimento por múltiplos profissionais torna-se obrigatório para ampliar as possibilidades de assistir ao asmático em toda sua complexidade. Então também incluímos aqui a luta por atendimento por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e assistentes sociais, cada qual contribuindo para o controle da doença.
As informações sobre asma e seu tratamento precisam chegar a todos os brasileiros, como já chegaram os medicamentos. Precisamos aprender a cuidar de nós mesmos, da asma que temos; a Equipe de Saúde da Família precisa conhecer os asmáticos de sua comunidade; os profissionais de saúde precisam reciclar seus conhecimentos e a forma de abordar o asmático oferecendo o melhor tratamento disponível e desmistificando conceitos errôneos que dificultam o controle da doença; os gestores de saúde precisam ofertar medicamentos essenciais na Farmácia Básica e procurar meios de ofertar assistência com qualidade, incluindo aí facilitar o acesso aos medidores de pico expiratório e espirometria, ferramentas importantes no manejo de asmáticos de maior gravidade.
Nesta luta precisamos mobilizar não apenas os pacientes, mas também os profissionais de saúde, imprensa, lideranças políticas e sociedade. Temos a oportunidade de usar nossos próprios recursos para ampliar e consolidar as conquistas na área da saúde particularmente no que diz respeito à asma no território brasileiro.