Começa quarta-feira, 2 de maio, a programação 2012 da Galeria Laura Alvim, vinculada à Secretaria de Estado de Cultura, com a exposição do carioca Ricardo Becker, de esculturas e vídeo inéditos. A temporada deste ano, sob curadoria de Fernando Cocchiarale, inclui, ainda, as individuais de Jarbas Lopes, Franz Manata & Saulo Laudares, Marta Jourdan e Fernanda Gomes.
Intitulada Projeto cisco, a mostra de Ricardo Becker se baseia no mais invisível dos elementos: o ar. O artista se propõe a ultrapassar a fronteira de tornar visível o vento. O curador considera o título sugestivo e argumenta: "Ciscos estão à solta e o vento pronto para levá-los aos nossos olhos. Talvez eles sejam uma das poucas maneiras de ver o vento – ainda assim, por meio de seu efeito mais incômodo, posto que compromete o ato indicial que negativamente evoca. Visualizá-lo, de maneira poética, foi o desafio maior que o artista se propôs a vencer neste Projeto cisco", escreve Cocchiarale, no texto do folder que acompanha a mostra.
A exposição começa com o vídeo de um areal, sobre o qual o vento produz desenhos. Becker escolheu filmar o efeito de um vento específico, o leste, porque este provoca sobre a areia o efeito que o artista queria para o trabalho.
Ainda na mesma sala, um espelho, preso à parede, gira em alta velocidade, de forma que, a imagem do espectador sofre a deformação como se ele estivesse em uma situação de ventania ou descendo de paraquedas.
A obra seguinte é uma grande escultura penetrável, de 10 metros de comprimento, que serpenteia entre duas salas da galeria. Ela é intencionalmente desproporcional ao espaço, como explica Becker: “Tal como o vento que avassala”. O visitante entra neste “túnel”, onde recebe vento equivalente a um ventilador de 3.400 rpm. A peça é revestida por dentro e por fora por ripas de madeira variadas, em tipo, cor e tamanho, porque são sobras refugadas de uma marcenaria. Elas recobrem o penetrável de maneira caótica e em grande quantidade. O volume de ripas usadas dá para encher uma sala de 20 metros quadrados.
Mais duas esculturas completam a exposição. Uma é uma pequena árvore, que Becker esperou morrer para submetê-la à ação das intempéries. A copa ficou toda voltada para o mesmo lado, em consequência do vento. Foi a partir deste trabalho que o artistas tomou o ar como tema de sua produção subsequente. A outra é um conjunto de galhos secos de três metros de altura, amarrados por fios de aço. São resquícios de uma árvore que, durante uma ventania, perdeu todas as folhas e flores. A amarra no centro dos galhos é para dar a impressão de resultado de um tornado.
Ricardo Becker é professor do Núcleo de Escultura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Nasceu, em 1961, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Estudou Direito e Publicidade. Foi diretor de arte em agências de propaganda no Rio e em Lisboa, onde morou seis anos. Paralelamente, estudou desenho e pintura no MAM-RJ. Começou a expor em 1985. Desde então, soma 11 individuais e 45 coletivas, no Rio de Janeiro, em São Paulo e Lisboa. Em 1998, foi prêmio aquisição do Salão da Bahia [MAM, Salvador] e, em 2001-2002 recebeu a Bolsa Rio arte de Pesquisa. Em 2011, participou da SP Arte e da ArtRio.
Intitulada Projeto cisco, a mostra de Ricardo Becker se baseia no mais invisível dos elementos: o ar. O artista se propõe a ultrapassar a fronteira de tornar visível o vento. O curador considera o título sugestivo e argumenta: "Ciscos estão à solta e o vento pronto para levá-los aos nossos olhos. Talvez eles sejam uma das poucas maneiras de ver o vento – ainda assim, por meio de seu efeito mais incômodo, posto que compromete o ato indicial que negativamente evoca. Visualizá-lo, de maneira poética, foi o desafio maior que o artista se propôs a vencer neste Projeto cisco", escreve Cocchiarale, no texto do folder que acompanha a mostra.
A exposição começa com o vídeo de um areal, sobre o qual o vento produz desenhos. Becker escolheu filmar o efeito de um vento específico, o leste, porque este provoca sobre a areia o efeito que o artista queria para o trabalho.
Ainda na mesma sala, um espelho, preso à parede, gira em alta velocidade, de forma que, a imagem do espectador sofre a deformação como se ele estivesse em uma situação de ventania ou descendo de paraquedas.
A obra seguinte é uma grande escultura penetrável, de 10 metros de comprimento, que serpenteia entre duas salas da galeria. Ela é intencionalmente desproporcional ao espaço, como explica Becker: “Tal como o vento que avassala”. O visitante entra neste “túnel”, onde recebe vento equivalente a um ventilador de 3.400 rpm. A peça é revestida por dentro e por fora por ripas de madeira variadas, em tipo, cor e tamanho, porque são sobras refugadas de uma marcenaria. Elas recobrem o penetrável de maneira caótica e em grande quantidade. O volume de ripas usadas dá para encher uma sala de 20 metros quadrados.
Mais duas esculturas completam a exposição. Uma é uma pequena árvore, que Becker esperou morrer para submetê-la à ação das intempéries. A copa ficou toda voltada para o mesmo lado, em consequência do vento. Foi a partir deste trabalho que o artistas tomou o ar como tema de sua produção subsequente. A outra é um conjunto de galhos secos de três metros de altura, amarrados por fios de aço. São resquícios de uma árvore que, durante uma ventania, perdeu todas as folhas e flores. A amarra no centro dos galhos é para dar a impressão de resultado de um tornado.
Ricardo Becker é professor do Núcleo de Escultura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Nasceu, em 1961, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Estudou Direito e Publicidade. Foi diretor de arte em agências de propaganda no Rio e em Lisboa, onde morou seis anos. Paralelamente, estudou desenho e pintura no MAM-RJ. Começou a expor em 1985. Desde então, soma 11 individuais e 45 coletivas, no Rio de Janeiro, em São Paulo e Lisboa. Em 1998, foi prêmio aquisição do Salão da Bahia [MAM, Salvador] e, em 2001-2002 recebeu a Bolsa Rio arte de Pesquisa. Em 2011, participou da SP Arte e da ArtRio.