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sábado, 9 de junho de 2018

Memórias da ENSP reúne mais de 1700 documentos

A história da saúde pública brasileira obteve mais um capítulo no tocante à sua preservação no dia 21 de maio. Na ocasião, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca apresentou os primeiros resultados do projeto Memórias da ENSP, cujo objetivo geral é fomentar uma cultura de preservação, organização e divulgação da produção científica e pedagógica e do conhecimento gerado nos últimos cinquenta anos. Durante o evento, o diretor da COC, Paulo Elian, unidade parceira da proposta, divulgou iniciativas de institucionalização do projeto, como o a realização do I Fórum Fiocruz de Memória, o lançamento do Prêmio Fiocruz de Memória e a candidatura do Pavilhão Mourisco a Patrimônio Cultural Mundial da Unesco.


Presente na mesa, o diretor da ENSP, Hermano Castro, reforçou que o conhecimento da memória e do passado das instituições são fundamentais para garantir bases sólidas no futuro. Para exemplificar, relembrou o percurso da saúde pública brasileira. “Apesar de todos os desmontes em diversos setores da saúde, percebemos o quanto é difícil desestruturar certas politicas quando elas têm uma construção mais solida. Fica mais difícil para qualquer golpista de plantão. A trajetória da saúde pública e a concepção de suas políticas mostram o quanto é árduo desmonta-la. Mesmo assim, devemos nos manter sempre no campo da resistência”.
 
O Memórias da ENSP teve origem no resgate das atividades do Programa de Estudos Socioeconômicos em Saúde e do Programa de Estudos Populacionais e Epidemiológicos (Peses/Peppe) e busca disseminar a cultura de preservação da produção científica em todos os departamentos da Escola. No referido programa, já foram descritos 217 documentos textuais do Fundo Presidência da Fundação Oswaldo Cruz, na COC, distribuídos em 13 dossiês temáticos e inseridos na base Arch da ENSP.  Nos arquivos da Finep, 347 documentos textuais foram digitalizados e inseridos na base e distribuídos em 10 dossiês temáticos.
 
O Laboratório de Paleoparasitologia também incorporou-se ao projeto, e já foram organizados e descritos 807 documentos textuais e iconográficos. No Departamento de Ciências Sociais, foram construídos 51 dossiês das pesquisadoras aposentadas Jeni Vaitsman, Célia Leitão e Regina Bodstein, além da criação de um centro de referência da documentação permanente, nomeado Sala de Memória.
 
O Programa Radis, o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, o Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde, o Departamento de Endemias Samuel Pessoa, o Departamento de Políticas de Medicamentos e Assistência Farmacêutica, o Departamento de Administração e Planejamento em Saúde, o Departamento de Direitos Humanos e Saúde, o Centro de Referência Professor Hélio Fraga e Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental já desenvolvem ações e seguem organizando a documentação para incorporação à proposta. 
 
Memórias da Saúde Pública
 
No futuro, um grande desejo do projeto é a criação de uma iniciativa de “memórias da saúde pública”. Por intermédio da Redescola, os métodos do Projeto Memórias da ENSP serão levados às demais escolas de saúde pública do Brasil. “A proposta já foi discutida com a secretaria executiva da rede, com alguns representantes das escolas e recebeu forte adesão. Ainda este ano será realizado um projeto piloto de educação à distância que, a partir de 2019, será ampliado para as demais escolas de saúde pública do Brasil”, afirmou Sergio Goes, consultor do Memórias da ENSP.
 
Confira, no canal da ENSP no Youtube, a apresentação na íntegra e a navegação na base Arch.