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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Artigos: Indústrias Criativas


O termo utilizado para expressar o conceito emergente de indústrias criativas, que intersectam a criatividade, a arte, o negócio e a tecnologia, ainda não é consensual, nem existe, para já, uma definição “científica” devido à complexidade da sua origem.
Segundo o Department for Culture, Media and Sport, Indústrias Criativas são aquelas que têm a sua origem na criatividade, competências e talento individual, com potencial para a criação de trabalho e riqueza através da geração e exploração da propriedade intelectual.
Numa primeira abordagem ao tema das indústrias criativas surge o termo Indústria cultural. Theodor Adorno e Max Horkheimer, no livro Dialektik der Aufklärung (1947), mencionam pela primeira vez o termo indústrias da cultura, no qual os autores criticam o processo de massificação e mercantilização da arte com algum cepticismo e rejeitam a relação entre esta e a economia, alegando que a exploração e comercialização da cultura e da arte se transformam num processo industrial, do qual o homem é um mero instrumento de trabalho e consumo. A partir da década de 70 as actividades culturais, quando ainda não eram consideradas nas suas vertentes empresariais e comerciais, tornaram-se foco de atenção e sustentação por parte das políticas culturais.
Na década de 1980 o Greater London Council começou a utilizar o termo indústrias culturais para englobar actividades culturais que operavam como actividades comerciais, mas que não estavam integradas no sistema de financiamento público, sendo importantes fontes de riqueza e emprego. Por outro lado, uma parte significativa dos bens e serviços que a população consumia (tais como televisão, rádio, cinema, música, concertos, livros) não se relacionavam com o sistema público de financiamento.
O termo Indústrias Culturais surge, então, para expressar a ligação existente entre arte e economia, consequência do desenvolvimento das actividades culturais como importantes fontes de riqueza e trabalho e da necessidade de formulação, desenvolvimento e financiamento por parte das políticas públicas.
Em meados da década de 90 o conceito de indústrias culturais, baseado nesta definição restrita que se referia apenas a arte e cultura, mostrou-se insuficiente, uma vez que os avanços nas tecnologias de informação e comunicação, software e, em particular, a rápida emergência e massificação da Internet tiveram um impacte significativo nestas actividades, não permitindo o seu enquadramento em nenhuma das categorias convencionais, o que as excluía do campo das artes e cultura.
É neste contexto que as indústrias culturais, tendo estado na origem das indústrias criativas, são, actualmente, consideradas por muitas instituições e autores de referência como um subconjunto destas.
O conceito de indústria criativa surge no início da década de 90, na Austrália, mas é no final deste período que obtém maior relevância ao ser inserido nas políticas definidas pelo Department for Culture, Media and Sport (DCMS) do Reino Unido, com a criação do Creative Industries Unit and Task Force, em 1997. No Creative Industries Mapping Document as Indústrias Criativas são definidas como aquelas que têm a sua origem na criatividade, competências e talento individual, com potencial para a criação de trabalho e riqueza através da geração e exploração da propriedade intelectual.
A organização das Indústrias Criativas traçada pelo DCMS deve-se a uma tentativa de medir o contributo económico destas indústrias no Reino Unido, identificando, ao mesmo tempo, as oportunidades e ameaças que elas enfrentam. Foram definidos os seguintes segmentos para o sector criativo: Publicidade, Arquitectura, Artes e Antiquários, Artesanato, Design, Design de Moda, Cinema e Vídeo, Software Interactivo de Entretenimento, Música, Artes Performativas, Edição, Software e Serviços de Informática, Televisão e Rádio. Este Departamento refere que existem também relações económicas com outros domínios, tais como Turismo, Museus e Galerias, Património e Desporto.