A Neurastenia ainda hoje é um termo utilizado com diferentes classificações cobrindo uma diversidade de afecções nervosas obscuras do mais variados e opostos tipos, provocando grande confusão de diagnóstico de forma exata e científica de tratamento.
O termo Neurastenia pode estar ligado ao termo fadiga crônica ou depressão mascarada, relacionada à dificuldade de adaptação a situações nas quais a pessoa não encontra recursos físicos e mentais para coping ou enfrentamento.
A neurastenia relacionada à depressão desencadeada pelo estresse é uma das formas de classificar os sintomas negativos desenvolvidos nestes casos.
O conceito de estressor segundo Lipp&Malagris, (2001 a, p.280), é “qualquer situação geradora de um estado emocional forte que leve a uma quebra da homeostase interna e exija alguma adaptação”.
O stress produz uma relação intensa entre o corpo e a mente, relação esta, que por sua vez gera reações físicas e emocionais. Manifestando como reações físicas, onde o que muitas vezes é de origem psicológica pode aparecer no corpo e vice-versa. Às vezes a pessoa tem dificuldade de perceber suas emoções reais, e em decorrência disto, entram num processo de somatização, este que segundo Cabral&NicK (2001,p.299) é a “conversão de experiências mentais em sintomas físicos”.
Os fatores estressores podem ser de origem interna e externa. Os eventos externos, decorrentes da vida de uma pessoa, podem ser definidos pelos acidentes, mortes, brigas, situação política econômica do país, inclusive doenças, entre outros. E, dentre os internos estão o seu próprio mundo interno , seu modo de ver o mundo, suas cognições, suas crenças e seus valores, seu nível de assertividade, seu padrão de comportamento.
De acordo com Lipp&Malagris (2001a,p.281), existem três fases de stress:
“1) fase de alerta:
Ocorre quando a pessoa se confronta inicialmente com o estressor, uma reação de alerta se prepara para o que Cannon em 1939 designou de “luta ou fuga”. Se o estressor tem uma duração curta, esta fase termina algumas horas após o seu fim, após a eliminação de adrenalina e a restauração da homeostase. Neste caso, o organismo se restabelece e nenhum dano maior ocorre. É nesta fase que a produtividade aumenta e se a pessoa sabe administrar o stress, ela pode usá-lo a seu favor devido à motivação, entusiasmo e energia que esse estágio produz.
2) fase de resistência:
Se o estressor perdura ou se ele é de uma intensidade excessiva, mas não letal, o organismo por meio de sua ação reparadora, tenta restabelecer o equilíbrio interno, encontrando, então, na fase de resistência ao stress. Nesta fase a pessoa automaticamente utiliza toda a energia adaptativa para se reequilibrar. Quando o consegue, os sintomas iniciais desaparecem e a pessoa tem a impressão de que esta melhor.
Quando o organismo está se aproximando do fim da fase de resistência, varias doenças já começam a aparecer, tais como: herpes simplex, psoríase, picos de hipertensão e até o aparecimento de diabetes nas pessoas geneticamente predispostas, e em outras se verifica a retração de gengivas, gripes, tonturas, sensação de estar levitando a redução da libido.
3) fase de exaustão:
Quando o estressor perdura mais ainda, ou quando outros estressores ocorrem simultaneamente, o processo do stress evolui, há um aumento das estruturas linfáticas, a exaustão psicológica, em forma de depressão normalmente ocorre e a exaustão física se manifesta, doenças começam a aparecer e em alguns casos a morte pode ocorrer. Na fase de exaustão, ou quando ela está próxima, as doenças ocorrem com muita freqüência, tanto na área psicológica, em forma de depressão, ansiedade aguda, inabilidade de tomar decisões, vontade de fugir de tudo, autodúvida, irritabilidade; como na área física, na forma de hipertensão arterial essencial, úlceras gástricas, retração de gengivas, psoríase, vitiligo e até diabetes. Naturalmente, o stress não é o elemento patogênico dessas doenças, ele leva a um enfraquecimento do organismo de tal modo que aquelas patologias programadas geneticamente se manifestam devido ao estado de exaustão presente.”
De acordo com Lipp&Malagris (2001 a, p. 282) “na área emocional, o stress pode produzir desde apatia, depressão, desânimo e sensação de desalento, hipersensibilidade emotiva até a raiva, a ira, a irritabilidade e a ansiedade”.