O trabalho Treponematoses em remanescentes humanos do período colonial do Brasil, apresentado pela aluna de doutorado do Programa de Epidemiologia em Saúde Pública da ENSP/Fiocruz Lucélia Guedes foi premiado durante o Paleopathology Association Meeting in South America, realizado de 12 a 14 de agosto, em Buenos Aires, na Argentina. O estudo, que analisou remanescentes humanos escavados nos sítios arqueológicos Igreja Nossa Senhora do Carmo (INSC) (séculos XVII-XIX) e Cemitério Praça XV (CPXV) (séculos XVIII-XIX), localizados no Rio de Janeiro, foi o vencedor da categoria ‘Best Podium Apresentation’.
Foram analisados para a detecção de aDNA de Treponema sp. fragmentos de crânios de quarenta e oito indivíduos. O trabalho indica que aproximadamente 30% dos indivíduos estudados sofreram de algum tipo de treponematose independentemente da origem da população, o que se corrobora com os dados históricos e registros epidemiológicos principalmente de sífilis, mas também de bouba no período Histórico Brasileiro.
O trabalho, também de autoria dos pesquisadores Ondemar Dias e Jandira Neto, do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), Sheila Maria Ferraz Mendonça de Souza, da ENSP/Ficoruz, e Alena Mayo Iñiguez, do IOC/Fiocruz, revela que a infecção por sífilis foi confirmada genericamente em um indivíduo do estudo, o que abre uma oportunidade para explorar populações Pré-Colombianas com o propósito de investigar a origem controversa da sífilis.