O Boletim de Conjuntura Energética do mês de agosto traz, em seu editorial, uma análise do licenciamento ambiental para o setor energético no Brasil. No periódico, são mencionadas as origens, os principais agentes envolvidos e as etapas do processo de licenciamento ambiental. São descritos também alguns entraves atuais sobre o tema nos setores de gás natural, petróleo e elétrico. A coluna de opinião retrata algumas questões e reflexões referentes ao Planejamento e Segurança Energética no Brasil, tema de um dos painéis do V Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira, organizado pela FGV Energia em parceria com Instituto Brasileiro de Economia da FGV (IBRE).
No setor de petróleo, o mês de junho apresentou redução de 3,9% da produção nacional em relação ao mês anterior, e aumento de 6,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação à média de preços dacommodity em julho, a queda dos preços do petróleo WTI (West Texas Intermediate), comparada à média de junho, se deve ao elevado nível de estoques nos Estados Unidos. No caso do Brent, o aumento dos estoques devido à redução do ritmo das economias emergentes, bem como a possibilidade de aumento da produção iraniana, contribuíram para a queda do preço. Sobre os derivados de petróleo, no mês de maio a diferença entre os preços domésticos e internacionais de gasolina continuou praticamente nula em termos reais e reduziu para o caso do diesel. No caso do óleo combustível, os preços internos ficaram ainda maiores que os internacionais em junho.
No setor de gás natural, houve queda de 11,40% nas importações no mês de maio, provocada pelo recuo de 5,80% no consumo e leve aumento da produção nacional disponível ao mercado. Dentre outros motivos, a queda do consumo no mês esteve principalmente relacionada à queda de 8,33% no consumo do segmento de geração de energia elétrica. Com relação ao cenário internacional, os preços na Europa e no Japão seguem em queda, com destaque para este último que registra queda de 14,92% no mês de maio, chegando a 8,72 US$/MMBTU (MMBTU =one million of british thermal unit).
Referente ao setor elétrico, no mundo físico, nota-se um aumento de 36,92% na Energia Natural Afluente (ENA), entre julho e junho deste ano, enquanto a geração hidráulica teve um aumento menos expressivo, de 3,98%. Isto resultou em um aumento na energia armazenada de 6,40%. A geração eólica também teve um pequeno aumento no período, mas a geração térmica sofreu redução. A demanda permaneceu quase estável com relação ao mês anterior, com um aumento de apenas 0,52%.
No mundo contratual, houve um crescimento da participação das fontes alternativas, que bateram novo recorde de geração no mês de junho, influenciadas pelo aumento de 9,16% e 20,55% na geração eólica e por térmicas a biomassa, respectivamente. O Generation Scaling Factor (GSF) continua causando preocupações ao setor, o que fez com que, no dia 1º de setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) iniciasse a terceira etapa da Audiência Pública nº 32/2015 com o objetivo de repactuar o risco hidrológico das usinas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), nos moldes da MP 688.
Quanto aos processos tarifários, o boletim fornece informações importantes sobre os nove reajustes do período, bem como a RTP aprovada para a CELPA, com novas tarifas praticadas desde o início de agosto.
Os boletins fazem parte de um conjunto de publicações regulares da FGV Energia e estão disponíveis em seu site.