A última medição dos indicadores de mercado de trabalho, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE), reflete o atual cenário econômico do país, antecipando seu rumo.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 1,0 % em dezembro de 2015, atingindo 100,0 pontos – o maior nível da série desde março de 2007 (101,5 pontos). Em relação a dezembro de 2014, o crescimento acumulado foi de 35,9%. Esta é a quarta alta seguida do ICD, reforçando a continuidade de tendência de aumento do desemprego.
Já o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) voltou a crescer em dezembro, ao variar 2,6%, alcançando 70,0 pontos – no ano, o indicador apresentou queda de 7,9%. Com o resultado, o indicador de médias móveis trimestrais reverteu a trajetória de queda e passa agora a sinalizar taxas menos intensas de redução do total de pessoal ocupado na economia ao longo dos próximos meses.
“A alta do ICD reflete o aumento persistente do desemprego, percebida por consumidores de todas as faixas de renda familiar, com destaque para os extremos: as famílias de renda mais baixa e as de renda mais elevada”, afirma Itaiguara Bezerra, economista do IBRE. “No caso do IAEmp, a mudança de tendência do indicador deve ser analisada com cautela, já que o resultado pode sinalizar uma atenuação das taxas negativas, mas seus níveis ainda muito baixos indicam que a fase de ajustes do mercado de trabalho brasileiro ainda está longe de acabar”, completou.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da Sondagem do Consumidor, e o IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor.