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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Novos blocos renovam o carnaval de rua do Rio de Janeiro

Ousadia, ecletismo e bom humor são elementos garantidos no carnaval de rua carioca que, a cada ano, se reinventa, com opções para todos os gostos. Em 2016 não poderia ser diferente. A nostalgia tomará conta dos foliões com o bloco Elymar pra Pular, lançado pelo cantor e compositor Elymar Santos, e com o Bloco Exagerado, que relembra os clássicos de Cazuza. Na lista dos mais irreverentes, a novidade fica por conta do Pega na Minha Tocha e Balança, cujos integrantes da bateria vão usar roupas que representam as modalidades olímpicas no dia do desfile, marcado para 10 de fevereiro. Para quem curte um samba-reggae cheio de malemolência, a pedida é o Agytoê, criado em 2013 e que integra, pela primeira vez, a lista dos blocos oficiais divulgada pela Riotur na última semana.

Serão 505 blocos desfilando por toda a cidade (49 a mais do que no ano passado) ao longo de quase um mês, entre 16 de janeiro e 14 de fevereiro. Entre os estreantes, nenhum da Zona Sul, que já vinha restringindo o número de desfiles nos últimos três anos. Com isso, garante o secretário de Turismo do município, Antônio Pedro Figueira de Mello, a tendência é que a distribuição da folia fique mais equilibrada, se tornando expressiva em regiões como Jacarepaguá e Barra da Tijuca. "Estamos mantendo nosso objetivo de distribuir melhor os desfiles de blocos por toda a cidade, tornando a festa mais equilibrada sem mexer, no entanto, em sua principal característica, que é a espontaneidade", afirma.

Há anos participando de carnavais pelo interior do estado, em municípios como Vassouras e São João da Barra, Elymar Santos decidiu se lançar na folia carioca com o bloco Elymar Pra Pular, no ano que completa três décadas de carreira. A estreia do bloco, que tem como padrinhos a cantora Ivete Sangalo e o grupo Cacique de Ramos, está marcada para o dia 8 de fevereiro, na Ilha do Governador. "Morei na Ilha durante 12 anos, minha carreira começou lá", explica o cantor, que se diz animado frente ao desafio de organizar um bloco pela primeira vez.

"Sempre fui folião, desde moleque. Essa foi a forma que arrumei de conseguir continuar sendo folião e brincando meu carnaval. Tem o Bloco da Preta, por que não do moreno aqui?", brinca o cantor. O repertório, eclético, inclui sucessos de sua carreira, como Eu e Você, e ritmos como axé e rock. "Faço carnaval do Brasil, fico no trio de quatro a cinco horas, canto tudo". Elymar participa, ainda, da abertura oficial do carnaval de rua, que acontece neste sábado (16), a partir das 17h, na Praça da Harmonia (Saúde), com o desfile da Liga de Blocos e Bandas da Zona Portuária. O Elymar Pra Pular é um dos 12 blocos que integram a liga.   

Quem viveu o auge do rock brasileiro nos anos 1980 vai poder matar um pouco da saudade das composições de Cazuza, que ganham toques de tamborim e agogô, mas sem deixar os acordes da guitarra de lado. Na onda dos blocos temáticos que tem ganhado cada vez mais adeptos -Sargento PimentaToca Rauuul e Bloco pra Iaiá, para citar alguns -, o Exagerado, idealizado  pelo produtor Rafael Braga, prova que o carioca e boêmio Cazuza dá samba. E dos bons. "Mantemos a base original das músicas, até para as pessoas não se perderem na melodia. Em cima dela, colocamos instrumentos de percussão, não nos limitando apenas a samba e marchinha. A gente vai para frevo, baião, reggae, é um som bem diversificado, buscamos inspiração no Brasil inteiro", afirma Braga.

No repertório, sucessos como ExageradoPor Que a Gente é Assim,Codinome Beija-Flor e Vida Fácil ganham ritmos de samba, baião, reggae e frevo, respectivamente. A mistura, garante o produtor, tem agradado. "Fizemos alguns ensaios em novembro e dezembro do ano passado e não ouvimos nada contra. Os fãs mesmo do Cazuza que participaram vieram falar com a gente, dizendo que tinham medo do que poderíamos fazer com as músicas dele, mas que a gente os surpreendeu. Se atendemos bem aos fãs do Cazuza, não tem como não atender bem às outras pessoas", diz. O bloco faz seu último ensaio neste domingo (17), a partir das 17h, no Arco do Teles, no Centro. O evento, gratuito, é uma prévia do que vem por aí no primeiro carnaval do grupo, marcado para a terça-feira de carnaval (09/02), no mesmo local, a partir das 15h.

"Em abril, o Cazuza faria aniversário e pretendemos lançar um show aqui no Rio e tentar rodar por alguns estados para prestar uma homenagem. A partir daí, também queremos lançar nossa oficina de percussão já para o desfile de 2017, para trazer novos integrantes para o bloco", comenta o produtor. O Exagerado tem Helton Alves no vocal, Bruno Viana na guitarra, Victor Matos no baixo, Renan Farias, Thomaz Almeida, André Churros e Marcelle Cabral na percussão. Felipe Bruno assina os arranjos musicais.

A inspiração para criar um bloco pode surgir das mais variadas formas, quando menos se espera. No carnaval passado, por exemplo, o "pau de selfie" era uma verdadeira febre entre os adeptos do autorretrato. Foi pensando nisso que o publicitário Marcelo Arthur resolveu colocar o blocoPega no Meu Pau de Selfie e Balança na rua. Não demorou muito para que ele caísse nas graças dos cariocas, reunindo milhares de foliões através de um evento marcado nas redes sociais. Este ano, por conta dos Jogos Olímpicos, o nome pode até ter mudado um pouco - agora atende por Pega na Minha Tocha e Balança -, mas a irreverência continua a mesma. Marcelo explica que, a cada edição, pretende trazer um tema atual para o nome do bloco, mantendo apenas o início (Pega) e o final (Balança).

"É algo premeditado. O nome do bloco não mudou, o que muda são as características e o tema que estamos tratando. O objetivo é trabalhar com temas mais atuais", afirma Marcelo, que incentiva os foliões a irem fantasiados ou mesmo levarem seus próprios instrumentos. "É um bloco para se divertir e levar os amigos. Os blocos grandes punem quem falta aos ensaios, a gente quer que as pessoas participem, não queremos ser um grupo fechado".

O primeiro ensaio aberto do bloco para o carnaval 2016 acontece no domingo (17), a partir das 17h, no Quiosque Zeronove, no Parque do Flamengo. O desfile está sendo organizado através das redes sociais para o dia 10 de fevereiro, na Praça São Salvador, já que o Pega não integra a lista oficial da Riotur. Por enquanto, quase 900 pessoas confirmaram presença. Marcelo diz que o fato de não estarem na lista gera um pouco de insegurança. "Temos um lado mais sério que ainda não conseguimos mostrar. Nossa escolinha de bateria está funcionando desde outubro e vamos receber donativos para o lixão de Jardim Gramacho. É um bloco muito entre amigos, para trazer os familiares e incluir as pessoas. Colocamos nosso principal local como Zona Sul e demos outras opções e, mesmo assim, a autorização não foi liberada. Entemos que é um passo de cada vez e vamos continuar tentando. Estamos fazendo nosso papel de promover, de fato, um carnaval de rua".   

Tem carnaval para todos os gostos. Outra promessa de diversão garantida e diferente é no Agytoê, que não vai deixar ninguém parado na terça-feira de carnaval (09/02) com seu desfile pela Rua do Teatro, no Centro, a partir das 18h. A batucada começou em outubro de 2013, a partir da vontade do grupo de brincar o carnaval de rua carioca a partir da cultura e da luta dos blocos afro-baianos. O repertório passeia por ritmos como o samba-reggae dos anos 1970 e 1980 e pela axé music dos anos 1990. Misture-se a isso o mistério da cultura egípcia e o resultado é um baile popular irresistível. 

Veja aqui a lista completa dos blocos.