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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

UM DOMINGO DE CURTAS-METRAGENS E PRÉ-ESTREIAS NA MOSTRA DE TIRADENTES

Em debate no sábado, homenageado Andrea Tonacci defendeu o olhar renovado para o mundo e para as imagens
O domingo na 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes dá sequência às sessões de filmes em vários espaços da cidade histórica mineira. Os curtas-metragens tomam o espaço do Cine-Tenda com várias sessões em sequência: às 15h e às 17h, no Cine-Tenda, acontece a Mostra Cena Regional, em dois programas, com 13 filmes realizados em Minas Gerais; no mesmo local, às 18h30, há a Mostra Panorama Série 2, com cinco títulos.
No Cine-Teatro Sesi, às 17h, tem uma sessão de “Bang Bang” (1970), clássico do homenageado desta edição, Andrea Tonacci. Às 20h, no Cine-Tenda, o inédito “Jonas”, de Politi, dentro da Mostra Transições, seguido de “Quase Memória”, de Ruy Guerra, às 22h. No Cine BNDES na Praça, o novo filme de Sandra Kogut, “Campo Grande”, é a atração às 21h.
No Seminário do Cinema Brasileiro, às 14h30, acontece o Encontro com a SAV/MiC, no qual o secretário do Audiovisual, Pola Ribeiro, conversa com profissionais do audiovisual sobre as políticas públicas do setor. Às 15h30, logo em seguida, o Encontro do CBC (Congresso Brasileiro de Cinema) discute os caminhos da entidade, com as presenças de Carem Abreu (vice-presidente do CBC) e Solange Stecz (diretora administrativa).
No Cine-Lounge, a partir da 0h30, na madrugada de domingo para segunda-feira, o show da multiartista Sara Não Tem Nome conta com performances, artes visuais e poesia, no lançamento do primeiro disco dela, “Ômega III”.

ANDREA TONACCI FALA SOBRE CRIAÇÃO
O primeiro dia de programação da Mostra, no sábado, foi marcado pelos dois debates dedicados a temas e homenagens do evento. No encontro Espaços em Conflito – Tradição e Atualização, foram levantadas questões sobre a presença do confronto e do dissenso na historiografia do cinema brasileiro. O crítico e curador Cléber Eduardopontuou títulos e relações entre eles especialmente na produção ficcional do país. “A partir dos anos 2010, alguma coisa aconteceu e diretores que tinham estreado em longas muito violentos e desiludidos fizeram filmes mais amenos, mais afetivos, mais negociados”, afirmou.
O cineasta Adirley Queirós, presente na mesa, contou de sua experiência na realização de dois longas-metragens em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, e da consciência de, em alguma medida, usurpar a imagem e as memórias de seus personagens. “O conflito acontece sempre. Tenho consciência de estar me apropriando da intimidade deles, não vou iludir ninguém de que é tudo sempre tranquilo. Você, como diretor, tem que saber da perversidade disso”.
Logo em seguida, na mesa Os Espaços Fílmicos de Andrea Tonacci, o cineasta homenageado dividiu a mesa com parceiros de trabalho e de vida, entre eles a montadora Cristina Amaral e o músico Ruy Weber. “O cinema é um processo de conhecimento, uma forma materializada que tenta se aproximar do que a mente pensa”, disse Tonacci, ao responder sobre a maneira como trabalha e faz seus filmes. Ele frisou se preocupar em questionar, nunca em ter certezas, e que um artista deve sempre perseguir a imagem inédita, aquela que ele não conhece. “Se uma imagem que eu vejo ou que eu penso eu já vi ou já conheci, então é preciso repensá-la, pois não será o meu caminho”.