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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Sondagem da Construção – Quesito Especial – avalia expectativas das empresas sobre PAC e Minha Casa Minha Vida

A Sondagem da Construção de dezembro de 2015, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (IBRE), incluiu questões adicionais referentes aos Programas Federais de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa Minha Vida (MCMV). Os quesitos tratam de observações e expectativas das empresas quanto à evolução do volume de obras relacionado a cada programa federal e foram pesquisadas somente as empresas que informaram realizar obras no âmbito de um programa respectivo.
Para 64,3% das empresas, o volume de obras relacionadas ao PAC diminuirá nos próximos 12 meses. Esta proporção havia sido de 33,9% no mesmo período de 2014 e de 50,1% em junho de 2015. No sentido oposto, 7,1% preveem aumento na quantidade de obras, uma queda considerável na comparação com as pesquisas de dezembro de 2014 e junho de 2015 (14,5% e 20,0%, respectivamente).
Assim como no PAC, as empresas que atuam exclusivamente no MCMV vêm sinalizando uma expectativa de forte diminuição do volume de obras para os próximos 12 meses. 65,6% das empresas projetaram queda. Há um ano, este percentual era de 15,4% e, em junho, de 53,6%. Já a proporção das que informaram aumento do volume diminuiu de 35,3%, em dezembro de 2014, para 7,9%, em junho de 2015, e chegou aos 8,8% em dezembro de 2015.
O pessimismo das empresas também aumentou nos últimos 12 meses. No que diz respeito à tendência dos negócios do PAC para os próximos seis meses, o saldo de respostas (diferença entre a proporção de empresas que preveem melhora e piora no ambiente de negócios) ficou negativo, fechando em -5,9 pontos percentuais em dezembro de 2015, contra 10 pontos percentuais no mesmo período de 2014. A diferença no MCMV passou de 24,5 p.p. em dezembro de 2014 para -1,7 p.p nesta última sondagem.
Com a perspectiva de reduzir o volume de obras, a indicação de contratação das empresas nos próximos meses tem se reduzido ainda mais. No PAC, a proporção de empresas prevendo admissões e desligamentos de trabalhadores para os três meses seguintes apresentou saldo de -23,1 p.p. em dezembro de 2014. Um ano depois, o saldo negativo ficou em -31,9 p.p.. Para o total das empresas do setor, a evolução foi mais desfavorável, com os saldos passando de -12,3 p.p. em 2014,  para -39,0 p.p. em 2015. Já no MCMV, essa relação passou de -6,1 p.p. em 2014, para -42,4 p.p. em 2015. Ainda assim, as empresas que atuam no MCMV estão ligeiramente menos propensas a efetuar desligamentos que as que atuantes no PAC.
Comparando-se os índices de confiança das empresas que atuam exclusivamente no PAC ou no MCMV com as que não atuam em nenhum dos Programas Federais nota-se que, a despeito dos atrasos de pagamento e da desaceleração destes programas, a confiança das primeiras é ainda superior à das demais. Além disso, a queda dos índices entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015 teve intensidade ligeiramente inferior.