Até recentemente a educação infantil não estava inserida no ciclo básico, mas a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96 permitiu que este estágio pedagógico encontrasse sua própria posição no esforço de formação das crianças; da mesma forma a arte abriu caminho neste espaço pioneiro, uma vez que ela exerce uma tarefa essencial nesta esfera educacional, englobando os fatores do conhecimento, da sensibilidade e da cultura.
Este surto criativo permanece na criança até cerca de 6 ou 7 anos de idade, por conta de inúmeros fatores psíquicos, e a partir deste momento a maior parte dos indivíduos deixa de lado esta tendência potencial e segue outros caminhos. Infelizmente os movimentos pedagógicos dominantes, ao invés de estimular os futuros adultos a desenvolverem seus dons artísticos, optam por refrear os impulsos criativos e a livre capacidade de expressão dos aprendizes.
Assim, a educação, que deveria privilegiar a liberdade de manifestação dos alunos, acaba por reprimir o lado perceptivo das crianças, antes que possa ser plenamente aprimorado. Os professores levam para as salas de aula seus pontos de vista sobre a arte, o qual espelha o discurso predominante na esfera social. Assim, eles reforçam determinadas ideias, como, por exemplo, a de que a produção artística é algo que emana do nada, da mente de um gênio criador.
Pesquisas recentes indicam que o ensino de arte na educação infantil ainda parte do antigo conceito de ‘belas-artes’, o qual confere às obras um significado geral e inalterável; da mesma forma os métodos pedagógicos, neste campo, fundamentam-se em enfoques empíricos e / ou inatos, ou seja, referentes àquilo que já nasce com o Homem.
Desta forma, a ideia que estes professores têm sobre o ensino da arte reflete-se nos seus planejamentos, na aplicação dos métodos à prática pedagógica, na seleção dos instrumentos com os quais os alunos irão trabalhar, e na própria interação do aluno com esta disciplina. Não é de se admirar, portanto, que eles ofereçam aos estudantes atividades que envolvem a pintura de imagens mimeografadas, cópias de linhas distintas, colagens sobre formatos anteriormente elaborados pelos mestres, bem como o aprendizado de variadas técnicas artísticas.
A maior parte dos educadores não leva em conta que tais metodologias estão completamente defasadas dos modernos mecanismos de interação com o campo visual, não se ajustam à relação que, desde cedo, as crianças mantêm com o universo imagético. Além disso, o suprimento de modelos que devem ser reproduzidos implica na imposição da visão de arte do professor e, por extensão, da sociedade, o que definitivamente tolhe o impulso criativo do público infantil, diferenciado em cada um.
O critério de excelência, nestes casos, é o quanto o aluno consegue aproximar sua produção artística do molde que lhe foi concedido. Não importa, portanto, a liberdade de interpretação de cada criança ou o toque de qualidade de sua obra, independente da fidelidade ao modelo imposto pela prática pedagógica. Assim o ensino de arte visa, na práxis, preparar o aluno para que ele possa escrever com a devida coordenação motora, ou conquistar o dom de delinear letras e números.
Fontes:
http://www.culturainfancia.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&catid=52:arte-educacao&id=503:como-vai-a-arte-na-educacao-infantil&Itemid=110
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=24
http://www.culturainfancia.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&catid=52:arte-educacao&id=503:como-vai-a-arte-na-educacao-infantil&Itemid=110
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=24