Trabalhadores, estudantes, pesquisadores, moradores de Manguinhos e usuários do Centro de Saúde da ENSP estiveram reunidos na tarde de quarta-feira, 19 de abril, para discutir o aumento da violência na região. As incursões policiais nas favelas ao redor da Fiocruz têm trazido, como consequência, a morte de inocentes, além de alterar drasticamente o cotidiano da instituição. Na manhã do mesmo dia, um jovem de 19 anos, filho de uma liderança de Manguinhos - que é ex-bolsista de um projeto da ENSP -, foi baleado pelas costas. Diante da vulnerabilidade de todos, a assembleia extraordinária decidiu suspender as aulas até terça-feira, dia 25, quando será realizado grande ato, puxado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - alvejada na semana passada - que também paralisou as atividades acadêmicas. A proposta é realizar ações ao longo desses dias e mobilizar toda a comunidade da Fiocruz, dos territórios ao redor e a mídia para chamar atenção das diversas formas de violência que atingem não só o campus da Fundação e seu entorno, mas a sociedade brasileira como um todo.
Ainda nesta quarta-feira, representantes da Fiocruz debateram o assunto com o subsecretário de Comando e Controle da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, Rodrigo de Sousa Alvez. O chefe de gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel, o coordenador-geral de Gestão de Pessoas, Juliano Lima, o diretor da ENSP, Hermano Albuquerque, Paulo César Ribeiro, diretor da EPSJV e Wilson Savino, do IOC, participaram da reunião.
Ato contra a violência em Manguinhos
A Fiocruz promoverá na próxima terça-feira, 25/4, um ato contra a violência em Manguinhos. A concentração será a partir das 8h30 na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV). O ato tem o objetivo de promover uma reflexão sobre a necessidade de enfrentamento da violência e chamar a atenção da sociedade e das autoridades sobre a situação atual.
Durante a concentração, das 8h30 às 10h, será realizada uma oficina de cartazes no pátio da EPSJV. Todos os trabalhadores e alunos de várias unidades e moradores de Manguinhos se encontrarão às 10h, em frente à Rosa dos Ventos, próxima à portaria da Avenida Leopoldo Bulhões, e pouco depois, às 10h20, sairão em passeata até o Castelo, onde será realizado ato de protesto, às 11h. Após o ação, o grupo da EPSJV retornará à Escola em passeata, pelo Caminho de Oswaldo Cruz.
Na parte da tarde, serão realizadas rodas de conversa na EPSJV e a visita de uma comissão de trabalhadores da Fiocruz ao Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila, em Manguinhos. O objetivo da visita é debater propostas de segurança, reorganização e revitalização das escolas de Manguinhos. Às 14h, a conversa será sobre a violência nas escolas de Manguinhos. A partir das 15h, uma liderança comunitária de Manguinhos irá falar sobre as consequências da violência na região.
Acesse os canais oficiais de comunicação da ENSP/Fiocruz
Em virtude da insegurança e alertando para os possíveis desencontros de informação, a Direção da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca salienta a importância de os alunos, trabalhadores, usuários do CSEGSF e moradores de Manguinhos acessarem os canais oficiais de comunicação da ENSP e da Fiocruz, a fim de obter informações autênticas sobre a situação de violência e funcionamento das atividades institucionais.
A Fundação instituiu Grupo de Trabalho, resultado do Programa Institucional de Articulação Intersetorial em Violência e Saúde, que vem se reunindo com regularidade para manter ações de segurança estruturadas.
Baixe o Aplicativo ENSP
“É importante que todos acessem os canais oficiais de comunicação da Escola. Também estamos trabalhando em conjunto com os desenvolvedores do Aplicativo ENSP para emissão de alertas em casos de violência na região. Precisamos utilizar todas as ferramentas possíveis para garantir a segurança de alunos, trabalhadores, usuários de nossos serviços e moradores”, orienta Rita Mattos, coordenadora de Comunicação da ENSP.