FOTOGRAFIAS

AS FOTOS DOS EVENTOS PODERÃO SER APRECIADAS NO FACEBOOCK DA REVISTA.
FACEBOOK: CULTURAE.CIDADANIA.1

UMA REVISTA DE DIVULGAÇÃO CULTURAL E CIENTÍFICA SEM FINS LUCRATIVOS
(TODAS AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NAS PUBLICAÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DE QUEM NOS ENVIA GENTILMENTE PARA DIVULGAÇÃO).

sábado, 29 de junho de 2013

6ª Edição do Projeto Sarau do Memorial



A 6ª edição do Projeto “Sarau do Memorial”, desenvolvido pelo Memorial Minas Gerais Vale, tem como convidado o escritor Tonico Mercador, que fará a leitura de uma coletânea de poemas, retirados dos seus cinco livros publicados. A apresentação acontecerá no último domingo do mês de junho, dia 30, em duas apresentações, às 11 horas e às 13 horas, na Casa da Ópera. O evento é gratuito e aberto ao público.
A apresentação leva o título de “A carne da alma” e abordará temas profundos e polêmicos. Segundo Tonico, os poemas são viscerais, espirituais, ideológicos, anarquistas, musicais, amorosos, cruéis, inquisitivos, modernos, ousados e experimentalistas.
Antonio Augusto Mercador, que atende por Tonico Mercador, é publicitário, poeta e tradutor. Em 1986 assumiu o cargo de presidente da Associação Profissional dos Escritores de Minas Gerais, e foi fundador e diretor de redação da revista multicultural PALAVRA. Tonico possui cinco livros publicados. Sua primeira obra foi lançada em 1988, o “Itinerário da Era do Rock”, depois o poeta lançou “Iluminuras”, posteriormente “Perversos”, em seguida “Hotel Ambos Mundos” e por último “Olhos Quase Cegos”.


30 de junho de 2013
Domingo às 11h e 13h
Classificação indicativa: Acima de 16 anos
Local: Casa da Ópera, no Memorial Minas Gerais Vale
Entrada gratuita

Crazy Horse



A partir do dia 28 de junho, sexta-feira, o Cine 104 promove a estreia do filme Crazy Horse. Com direção de Frederick Wiseman, o longa que mostra o outro lado de um dos cabarés mais famosos do mundo, será exibido até o dia 04 de julho, quinta-feira, com sessões às 20h30.

Sinopse: Inaugurado na década de 50, o Crazy Horse converteu-se num lugar imperdível da noite parisiense, quase tão icônico na capital francesa como a Torre Eiffel ou o Louvre. O Crazy Horse é um dos cabarés mais famosos do mundo. São dezenas de técnicos e artistas trabalhando de forma incessante para produzir aquele que, segundo os proprietários do local, exibe o “melhor show de striptease do mundo”. Só que, por trás de todo o glamour, existe uma competição feroz por uma vaga entre as bailarinas e uma grande rivalidade entre o diretor e o diretor artístico. A câmera de Frederick Wiseman acompanha os bastidores da criação de um novo espetáculo



28 de junho a 04 de julho de 2013 (exceto segunda, 01/07)
Sexta a quinta-feira às 20h30
Local: Cine 104
Praça Ruy Barbosa, 104. Centro. (Praça da Estação)
Ingressos: R$10,00 (inteira) R$5,00 (meia)
Classificação: 14 anos
Inf.: (31) 3222 6457 / contato@centoequatro.org

Fórum "Novos Arranjos Familiares e Solidariedade"

Ópera Flamenca "Carmen" no Teatro Municipal de Niterói




Baseada na ópera de Bizet e no conto de Merimèe
Espetáculos:
Dia 06 de julho, sábado às 20h
Dia 07 de julho, domingo às 19h
Teatro Municipal de Niterói - RJ
Rua Quinze de Novembro, 35 - Centro
Informações: (21) 2620-1624
Duração: 1 hora e 30 minutos (sem intervalo)
Ingresso: R$ 50,00 (inteira)

Vendas pelo ingresso.com
Desconto 50% para músicos, idosos, estudantes com carteira e jovens menores de 21 anos.

Promoção Exclusiva Ouro Verde Produções
Imprima o Flyer com desconto de 50% e troque na bilheteria do Teatro na compra do seu ingresso.

FICHA TÉCNICA

Personagens:
Carmen: CLARICE PRIETTO
D. José: RICARDO TUTTMANN
Micaela: TANIA APELBAUM
Escamillo: FREDERICO OLIVEIRA
Garcia: FRANCIS FACHETTI (ator)

CORO POLIFONIA CARIOCA
Preparação e Regência: UESLEI BANUS

Músicos:
Piano: ELIARA PUGGINA
Violão: FÁBIO NIN
Flauta: LETICIA MALVARES
Percussão: ALEJO

Bailarinos flamencos: STUDIO GESTO
Coreógrafa: ELIANE CARVALHO

Concepção e Direção Geral: CLARICE PRIETTO
Direção Cênica: NETI SZPILMAN
Direção Musical: ELIARA PUGGINA e CLARICE PRIETTO
Direção de produção: ANACRIS MONTEIRO
Produção Executiva: GREICE YURIE e MARCOS MONTEIRO

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Artigos: Educação Infantil e Ecologia


Vivemos em uma época de profundas e significativas mudanças. A ação é constante e presente em todos os momentos e lugares. Como não poderia ser diferente, a escola também deve buscar novos caminhosque venham oportunizar às crianças, melhor atuação junto ao objeto do conhecimento.
Neste contexto, a observação e exploração do meio constituem-se duas das principais possibilidades deaprendizagem das crianças, pois proporciona experiências concretas indispensáveis, tanto ao desenvovimento intelectual quanto ao afetivo. É dessa forma que poderão gradualmente construir as primeiras as noções de respeito às pessoas do seu grupo social e das relações humanas. É importante que cada um compreenda e assuma a responsabilidade com o lugar em que vive, em todas as dimensões.
Assim a natureza, deve ser analisada levando-se em conta o seu vínculo com a sociedade uma vez que estão interligadas. Como pode-se observar ao longo dos tempos surgiram as preocupações com omeio ambiente,  com os recursos naturais renováveis e não-renováveis e com a continuidade da vida no planeta.

Para a construção de um mundo socialmente mais justo eecologicamente mais equilibrado é necessário uma grande responsabilidade individual e coletiva, do nível local e global. Deste modo, os valores ensinados devem ser vivenciados pelas crianças por meio da implementação de práticas voltadas para a resolução de problemas concretos que levem a uma participação ativa de cada criança e da coletividade.
Observar a infraestrutura dos bairros, promover palestras e convocar famílias, as associações de moradorespara debater os problemas e possíveis soluções são formas eficientes de envolver as crianças em atividades que certamente ficarão marcadas na vida deles. Partindo do meio em que vivemos, que é rico em possibilidades de exploração, deve-se sempre apresentar a realidade concreta e no ponto de partida para a criança entender melhor o seu mundo, seu espaço, sua história, reconhecendo a natureza como provedora de bens para sua sobrevivência na Terra.
Sabe-se que a criança constrói a sua vivência a partir de valores advindos de sua família e de grupos que lhe são próximos, adquirindo e desenvolvendo noções sobre o conceito de natureza e sociedade à medida que interage com o mundo à sua volta, dando-lhe assim sentido e significado.
O educador francês Célestin Freinet foi criador das aulas-passeio que tinham o  objetivo de aproximar o trabalho em sala da vida real das crianças. Freinet criou uma pedagogia do trabalho, na qual a atividade é o que orienta a prática escolar e o objetivo final da educação é formar cidadãos para o trabalho livre e criativo, capaz de dominar e transformar o meio e emancipar quem o exerce. Segundo as sua teoria, as relações entre o homem, as cidades e o meio ambiente sempre sofreram transformações e nunca foram iguais. A criança não só tem um papel ativo, a escola é a continuação natural da família e do meio.
Na concepção do professor e pesquisador Lev Vygotsky, a questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
Ovide Decroly, médico e ducador, afirma que as crianças aprendem o mundo com base em uma visão do todo, que posteriormente pode organizar-se em partes, ou seja, do caos à ordem. "O meio natural é o verdadeiro material intuitivo capaz de estimular forças escondidas da criança."
A possibilidade da criança de formular suas próprias questões, buscar respostas, imaginar soluções, formular explicações, expressar opiniões e concepções do mundo que a cerca, confrontando-as com as das demais pessoas contribui para que ela construa conhecimentos mais elaborados. A interação com adultos e crianças de diferentes idades, a participação em brincadeiras, em suas diferentes formas, a exploaração do espaço, o contato com a natureza são experiências necessárias para o desenvolvimento infantil.
É valido lembrar que para tanto, o professor, como mediador deve utilizar algumas estratégias de ensino com o intuito de ampliar a conhecimento das crianças, partindo de questionamentos, coleta de dados, experiência direta, experimentação, leitura de livros, revistas, jornais e enciclopédias, quando for o caso, sempre considerando os conhecimentos das crianças sobre o assunto a ser trabalhado.
Percebe-se que pelo conteúdo das respostas da entrevista, que as vivências na infância são cruciais no desenvolveimento da criança e se refletem durante toda a sua vida. O intenso contato com a natureza, os animais a sociedade e também o momento histórico no qual a pessoa vivia contribuíram muito para a formação da sua sensibilidade e percepção de mundo.
A humanidade finalmente acordou para a necessidade de preservar o meio ambiente e impedir a destruição da própria espécie. Há muito ainda para ser realizado. Muitas escolas já estão ajudando as crianças a mudar de atitude para se transformar em cidadãos mais consciente.

REFERÊNCIAS

UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ. Curso Superior de Pedagogia: módulo 4. Londrina: UNOPAR: 2007. 166 p. il.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Ensino Fundamental. – Brasília: MEC/SEF: 1998. 3v.: il.
REVISTA NOVA ESCOLA. Edição Especial: Grandes pensadores. A história do pensamento pedagógico no Ocidente pela obra de seus maiores expoentes. São Paulo, Editora Abril. Fundação Vitor Civita. Dezembro 2004.

Artigos: Fatores Geradores da Violência


Os fatores que geram a violência no Brasil, e em várias nações mundiais, são dos mais diversos modelos. Havendo situações onde a violência é uma marca que vem sangrando há gerações, como o racismo, o conflito de religiões, diferentes culturas. E há casos onde ela é gerada de forma pessoal, onde a própria pessoa constrói fatores que acabam resultando em situações violentas como o desrespeito, o uso de drogas, a ambição e até mesmo resultado da educação familiar. Circunstâncias refletem a conjuntura de uma nação, como quando há falta de empregos, fazendo assim uma busca desesperada por melhores condições de vida; a falta de investimentos do Estado; e o principal motivo para gerar violência que vem abalando a história da humanidade é a desigualdade social.
Vivemos numa sociedade consumista, “imoral e avançada”, onde o virtú, como dizia Maquiavel sobre os valores, tem perdido na escala de prioridades para a fortuna (bens materiais). A sociedade está amparada pela mídia que veicula uma necessidade material, como recentemente o ator da emissora Rede Globo, Lima Duarte criticou: “Lá é tudo dirigido a partir do comércio. Nunca é a partir da criação”. Um dos atores mais consagrados da televisão brasileira viu a necessidade urgente da mudança na concepção de mídia. Este é um alarme para que a sociedade boicote essa glamourização da ignorância que reflete na realidade atual. Assim, notamos uma influência significativa da mídia na sociedade, onde se caracteriza o modelo de cidadão como aquele que tem roupas de boas marcas, carros novos e outros bens que estão longe da realidade econômica da maior parte dos brasileiros.
Uma das formas encontradas pelos jovens das classes pobres da sociedade, para atingir seus objetivos, baseados em estilos de vida e na vontade de possuir os bens de consumo mostrados pela mídia, é o crime, sendo esse mundo a única alternativa para se conseguir dinheiro. 

Há ainda a FACILIDADE DE ACESSO ÀS ARMAS E ÀS DROGAS, além da sensação de IMPUNIDADE que fortalece cada vez mais o mundo do crime.

A DESIGUALDADE SOCIAL é um câncer que está piorando há séculos, quanto mais se fala sobre esse problema, mais as autoridades fecham os olhos, ou as janelas nos sinais de trânsito. A desigualdade social, identificada por mim como o fator que mais gera violência, é resultado da AMBIÇÃO dessa sociedade burguesa. Sendo que a maior parte da população não tendo outro meio de obter sua subsistência entra na vida do crime, e consequentemente na violência. Fator gerador da desigualdade social é o DESEMPREGO, como fora mostrado a preocupação, pelo menos aparente, de abranger este assunto nas últimas eleições presidenciais. Pois não há meio de obter um padrão de vida aceitável sem um emprego, e tendo procura demasiada e ofertas escassas muitas vezes trazem abusos nos assalariados, parecendo voltar a épocas anteriores a Revolução Industrial. Esses abusos muitas vezes trazem conseqüências assustadoras, como a marginalização do assalariado, que por não aceitar situações deploráveis tenta ‘vida mais fácil’ no tráfico de DROGAS. Efeito posterior é seu vínculo ‘eterno’ com o morro e a dependência da droga, sendo um criminoso inconseqüente em muitas vezes por não estar no seu estado normal.
Partindo para uma visão mais ampla da situação achamos causas mais subjetivas, como o RACISMO que é parte integrante da desigualdade social. Como mostra estatísticas recentes onde negros ganham significativamente menos que brancos, ou que negros são praticamente 50% da população brasileira, sendo que o número destes na universidade não chega a 5%.
A RELIGIÃO é motivo de conflitos no mundo inteiro, sendo que no Brasil este não é muito presente. Guerras seculares, e até milenares, vêm aniquilando seres humanos sem piedade, trazendo o nome de Deus como justificativo pra tal ato. Como ocorre no Iraque, onde Xiitas e Sunitas estão em guerra desde a morte de Maomé, por diferenças religiosas.
FALTA DE INVESTIMENTOS DO GOVERNO na sociedade para permitir o cidadão a recorrer a meios mais humanos para a sobrevivência é outro agente que gera violência. Pois sem um investimento pesado na educação, na infra-estrutura do país e radicais reformas tributária e agrária será muito difícil, quase impossível, diminuir a violência. Essa situação faz o cidadão NÃO TER PERSPECTIVA para um futuro promissor, aliado a uma perversa EDUCAÇÃO FAMILIAR que passa de geração para geração.

Como não dá para apagar com uma borracha toda a maldade do ser humano, tem-se que, num processo gradual e objetivo, eliminar os fatores geradores da violência.
Iniciando com os mais superficiais, mais fáceis de ser abatidos, sendo esses os de caráter material, como o desemprego, a falta de investimentos por parte do governo.
Medidas dadas como urgentes devem ser feitas nesse ritmo: urgente. Como estímulos no abate de impostos para a criação de empregos; aumento no salário do cidadão, transformando isso numa cadeia onde o custo se torna em benefício, pois quanto mais recebem mais gastam; reforma agrária é de suma importância a sua realização, porque é difícil a construção de um cidadão numa esfera onde não se tem nem o controle da segurança, onde quem comanda a favela são milícias armadas, além de tudo se cria uma imagem negativa do cidadão dos morros, fixando a discriminação e assim, a desigualdade social.
Outra medida é o investimento na educação, pois se percebe que grandes nações são resultados de grandes cidadãos. E com uma educação, desde o fundamental até o superior, de qualidade forma-se pessoas capazes e instruídas para reivindicarem seus direitos e assim cumprem com muito mais eficácia seus deveres. Pois a ignorância é aliada da violência, sendo que os traficantes agem principalmente nas favelas, onde os moradores têm menos conhecimentos que pessoas instruídas.
Há também a violência histórica, aquela que mancha a sociedade há séculos. Na realidade brasileira, o seu pior sintoma é o racismo e para acabar com ele, deve-se começar a criar um novo conceito de igualdade, pois vivemos rodeados por pensamentos conservadores, e estes são muito difíceis de mudarem. A igualdade racial tem que parar de ser idealizada e ser colocada na prática, pois essa herança do regime escravagista deve ser abolida do comportamento social. Isso reflete em várias situações, como na questão religiosa, onde mulçumanos com aspectos de pessoas do Oriente Médio são taxados de terroristas, um erro grave e preconceituoso, que como na questão do racismo negro deve ser abolida da ordem atual, com medidas duras tanto jurídicas como morais. Penas mais severas para racistas e exclusão social para estes.
Analisando um outro aspecto, notamos que o desigualdade social é resultado de todas essas violências, que geram problemas muito graves. E o motivo da violência estar se alastrando como inço deve-se também pela impunidade e pela facilidade de se obter armas e drogas. Para o fim disso, precisa-se de medidas eficazes e não simplesmente arranjar culpados. É preciso tornar as leis e as penas mais duras e que haja uma capacidade de reabilitação para o infrator, e arrancar o mal pela raiz dando capacidade de convivência social na sociedade, lhes garantindo educação, emprego, saúde, segurança e dignidade para atingir seus objetivos.
De forma urgente, precisamos mudar o comportamento social para que a violência não se alastre e que todos tenham realmente direitos iguais. Que ninguém tenha que fazer manifestações exigindo que se cumpram seus direitos, pois se são direitos devem ser obrigatórios. Que todos tenham segurança para que ninguém precise comprar uma arma para se defender de delinqüentes inconseqüentes. E que ninguém precise virar um delinqüente por falta de oportunidade, por fome ou para saciar a de seus filhos.
Medidas das autoridades contra a violência terão que ser mais objetivas e não simplesmente aumentar o número de policiais nas ruas e falar que ladrão não presta. Tem que investir na educação para que a próxima geração venha com pensamento na mudança e não a mudança no pensamento.

Artigos: Martin Heidegger


O maior representante do movimento existencialista é Martin Heidegger que procurou reconstruir metafísica em novas bases, mediante a aplicação do método fenomenológico do estudo ser. Foi discípulo de Husserl. 


NECESSIDADE DE UMA NOVA ONTOLOGIA... 
A primeira especulação Martin Heidegger, puramente ontológica, é dirigida para a solução do problema do ser. Embora já tenha sido estudada pela filosofia de todos os tempos, jamais foi resolvido, porque em vez de estudarem o ser como tal os filósofos sempre, estudaram um modo, particular de ser (Platão as idéias, Aristóteles a substância).
Na verdade, porém, “a respeito do problema do ser”, não só se tem a solução, como também o problema que é obscuro e confuso: é preciso abordá-lo desde o começo e fixar uma posição autêntica a seu respeito.
A FENOMENOLOGIA  DO HOMEM...
O ser nunca se manifesta diretamente, imediatamente, em si mesmo, mas sempre como o ser deste ou daquele ente.
Segundo  Heidegger, a compreensão do ser é, ao mesmo tempo uma determinação do ser do homem.  O homem é a porta de acesso ao ser. Aqui Heidegger  aplica o método fenomenológico: parte do homem de fato, deixa que ele se manifeste tal qual é, e procura compreender, sua manifestação.
Na sua pesquisa antropológica, ele descobre no homem alguns traços fundamentais, característicos do seu ser, traços os quais ele dá a denominação de existenciais.
O primeiro existencial é o ser-no-mundo que se encontra em situação (chamado de Daisen  ser-em-situação, por Heidegger), num círculo de afeto e interesses; o homem que está sempre aberto para se tornar algo novo. A própria situação presente é determina por aquilo que ele pretende fazer no futuro: muito do que ele faz hoje, senão tudo, ele o  faz em vista do que ele quer ser amanhã.
Segundo existencial Heidegger chama se existência a esta característica do homem de ser fora de si, diante de si, por seus ideais, por seus planos, por sua possibilidades.
Heidegger afirma que a essência, isto é, a natureza do homem, consiste na sua existência.
O terceiro existencial é a temporalidade. O homem é um existente porque está essencialmente ligado ao tempo. Isso faz com que ele se encontre sempre alem de si mesmo, nas possibilidades futuras. Neste sentido o homem é futuro. Mas para pôr em ato essa possibilidade, ele parte sempre de uma situação, na qual ele já se encontra, neste sentido ele é passado. Finalmente, enquanto ele faz uso das coisas que o cercam, ele é presente.
A temporalidade tem a função de unir a essência com a existência.
As três “estases” temporais (passado, futuro e presente) correspondem, no homem, três modos de conhecer: o sentir, o entender e o discorrer. Pelo sentir está em comunicação com o passado; Pelo entender, está em comunicação com futuro, com as suas possibilidades; Pelo discorrer, ele está em comunicação com o presente.
Entre os dois primeiros existenciais, ser-no-mundo e existência, há uma clara diferença. Um prende o homem ao passado, o outro projeta o futuro. A vida do homem será inautêntica ou autêntica conforme ele se guiar pelo primeiro ou pelo segundo.
Tem uma vida a inautêntica ou banal quem se deixa  dominar pela situação, o desejo de saber se torna vão, o inautêntico sabe na aquilo que a massa  sabe e submete-se prazerosamente à lei da massa. Observa Heidegger,  ela (a massa) o dispensa de responsabilidades, como a responsabilidade de tomar iniciativas e decisões: tudo está decidido na vida de cada dia.
Leva a vida autêntica quem assume como própria e constrói um plano próprio. Autêntica é a vida de quem deve o apelo do futuro, as próprias possibilidades. E já que entre as possibilidades humanas a ultima é a morte. Vive autenticamente aquele que leva em consideração a morte como a possibilidade de deixar de existir “aqui”, cessar.
Segundo Heidegger, a morte pertence à estrutura fundamental do homem, é um existencial ela não é uma possibilidade distante, mas constantemente presente. O ser está sempre nesta possibilidade, depois dela não há outras. O homem. Apenas começa existir, já está atirado nesta possibilidade. Com a morte o homem conquista a totalidade de sua vida. Enquanto ela chega ela não chega, falta a ele alguma coisa que ainda não pode ser e que será. O homem adquire consciência da sua submissão à morte através da angústia, outra disposição fundamental do ser.
Heidegger chama a morte de “principio de individuação”, o princípio formal da vida humana: a vida humana se torna um todo somente mediante a morte, que a limita. Só a morte permite ao homem ser completo.


A NATUREZA DO SER...
Para Heidegger o ser é definido como aquilo que se faz presente no ente, que o ilumina e se manifesta nele. Embora o ser esteja no ente, não há nada no ente que revele a natureza do ser. O homem é “o guarda do ser”, mas só cumprirá essa missão se souber preservar a dignidade do ser. O homem permanece sempre só com á natureza, isto é, com mediato jamais poderá ele encontrar imediatamente “o próprio ser”. Mas o homem sabe que o  ser dá a todo ente a “garantia de ser”. Sem ela, todo o ente permaneceria no nada, na privação absoluta do ser. Mas o modo pelo qual se dá este “construir-se” do ente por meio do ser é coisa que não lhe é dado saber. Em conseqüência disso, a explicação do grande segredo do “constituir-se” da existência e o esclarecimento de sua relação com seu fundamento são impossíveis, estando esta questão oculta em mística obscuridade. 


A LINGUAGEM...
A filosofia de é Heidegger é também filosofia de linguagem, uma vez  que é no homem, ser-em-situação, é através da linguagem que se da a epifânia do ser.
Heidegger distingue duas espécies de linguagem, uma original e outra derivada.
A linguagem original exprime diretamente o ser, mostra-o, revela-o e o traz para a luz. A linguagem original é a fonte primordial do aparecer das coisas. O falar original esta na base de todo o movimento do universo: ele é a relação de todas as relações.
Heidegger atribui a linguagem original uma densidade ontológica fundamental: a palavra é aquilo que sustenta o ser em todas as coisas.
Linguagem derivada é a linguagem humana, a qual consta de duas fases, uma da resposta é outra da proclamação. Os mortais falam enquanto correspondem à linguagem, que pode se dar de dois modos: percebendo e respondendo. Toda palavra pronunciada é sempre resposta; Faz com que  o ser humano entre numa “servidão libertadora”, na qual o homem é encarregado de transferir o dizer original que não tem som, para o som da palavra.  


JUÍZO CRÍTICO DO PENSAMENTO DE HEIDEGGER... 
O pensamento de Heidegger é muito complexo e difícil, os critérios costumam distinguir duas fases no seu pensamento: a de Ser e Tempo, e a das Obras Posteriores, pois julgam um e emaranhado de contradições. E a contradição fundamental está em pensar que os entes, não possuindo o ser, nem a verdade do ser possam aparecer verdadeiramente como são; e que o ser não seja um ente, seja tal que os ilumine e faça aparecer ao homem, tornando a linguagem humana a sua palavra.