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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Exposição Ivens Machado



Desde oengenheiro de fábulas”, retrospectiva que ocupou o Paço Imperial em 2001, o celebrado artista conceitual e escultor Ivens Machado não fazia uma grande exposição no Rio. O espaço da Casa França-Brasil, que classifica como “belíssimo”, atraiu e aguçou seu desejo de criar em amplitude.
Evangelina Seiler, presidente da Casa, convidou o artista para pensar essa grande exposição, que encerrará um ano bastante criativo e movimentado na instituição. – O conjunto da obra de Ivens Machado é muito importante na história da arte contemporânea brasileira. É um grande artista e temos a honra de recebê-lo aqui com essa mostra única.
Ivens concebeu para a mostra grandes ambientes com suas obras, todas sem título. – Criar um título, seria a meu ver uma nova obra, portanto minhas obras são assim, sem título – explica. A primeira delas é releitura de uma obra anterior, apresentada pelo artista na Bienal de São Paulo de 2004: apresenta grande quantidade de troncos de madeira (certificada e aprovada pelo Ibama para utilização na obra) em pilhas de alturas variáveis (entre 1,80 m e 2,20 m), numa disposição inédita, obtida com o auxílio de formas de alumínio posteriormente retiradas.
Pirâmides de terra de alturas variadas contemplam um pequeno aeromodelo de 70 cm, que paira sobre elas. – Essa obra tem uma novidade: a inserção do movimento, representado pelo aeromodelo. Isso não é muito comum no meu trabalho – conta Ivens.
Numa das salas laterais o público atravessará um ambiente opressivo, mesmo claustrofóbico, construído com caixas de papelão de todos os tamanhos e formatos – e, ao final do percurso, encontrará um trabalho inédito de videoarte, produzido para esta exposição. O protagonista é o próprio artista, que foge de uma perseguição por um personagem do seu imaginário. – Acabo apanhado, preso e fragilizado – revela.
A outra sala lateral é ocupada por painéis de azulejos em cuja superfície Ivens interfere, descontextualizando sua função.
A terra, as madeiras e as caixas de papelão utilizados na exposição de Ivens Machado, serão reaproveitados após o encerramento da mostra. A adequação das obras ao espaço da Casa França-Brasil e a supervisão da montagem contam com o suporte do arquiteto Pedro Rivera.
Tanto a organização dos troncos quanto os montes de terra e a composição de caixas de papelão propõem uma trajetória, um percurso para se chegar a algum lugar.
O catarinense Ivens Machado nasceu em Florianópolis em 1942. Autor de uma obra singular e consagrada, participou de várias bienais, com destaque para a de Paris, a do Mercosul e a de São Paulo. Desde o início, sua obra despertou grande interesse de galerias, museus, curadores e críticos de arte. Ivens Machado é também um dos pioneiros da videoarte no Brasil, ao lado de artistas como Anna Bella Geiger, Sonia Andrade e Letícia Parente.
Entre as suas mostras mais recentes estão Made in China (Luciana Brito Galeria, São Paulo, 2010), Encontros/Desencontros (Oi Futuro, Rio, 2008), Acumulações (Paço Imperial, Rio, 2007) e Quase escultura (Galeria Márcia Barrozo do Amaral, Rio, 2007). O engenheiro de fábulas percorreu, em 2001/2002, o Paço Imperial (Rio), a Pinacoteca do Estado (São Paulo), o Museu de Arte Contemporânea de Curitiba e o Museu Vale (Vitória).