O dado de abril mostra que, a retração recorde da economia, não apenas no PIB, porém disseminada em diversas atividades e componentes da demanda, é a pior da história recente. A indústria e o setor de serviços, que respondem por aproximadamente 95% do valor adicionado total da economia também tiveram os maiores recuos de sua série histórica iniciada em 2000, assim como o consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo. Em um país que, após três anos de fraco crescimento, ainda não havia conseguido se recuperar da última recessão, finda em 2016, que causou uma retração de 8,1% no PIB ao longo de 11 trimestres, o resultado de retração de 9,3% do PIB em apenas um mês, registrado em abril não é nada animador e só evidencia os enormes desafios que serão enfrentados pela economia no decorrer de 2020.”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
A economia apresentou recorde de retração em abril, tanto na comparação contra o mês imediatamente anterior, quanto na interanual em decorrência das medidas de isolamento social necessárias para o combate a pandemia de COVID-19. Esse padrão de recuo recorde também foi observado na indústria e no setor de serviços. Na análise da série livre de efeitos sazonais a indústria caiu 15,7% influenciada pelos expressivos recuos da transformação (-24,3%) e da construção (-11,7%) enquanto o recuo de 7,3% dos serviços reflete a deterioração, principalmente, das atividades de comércio (-18,3%), transporte (-15,1%) e de outros serviços (-14,0%). Pela ótica da demanda, a formação bruta de capital fixo e o consumo das famílias também apresentaram recorde de retração com recuos de 23,0% e de 7,7%, respectivamente.
A desagregação desses dois componentes mostra que, na margem, houve queda tanto dos componentes da FBCF de máquinas e equipamentos, construção e outros tanto dos componentes do consumo das famílias de bens não duráveis, semiduráveis, duráveis e de serviços.
O estudo completo está disponível no site.