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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Artigos: A História do Canal do Panamá



O Canal do Panamá está entre os maiores esforços da humanidade que vem contribuindo para o progresso do mundo. Este marco foi possível graças a força internacional, sobre a liderança dos Estados Unidos. Esse canal artificial está localizado no istmo do Panamá, na América Central. A passagem une os oceanos Atlântico e Pacífico, possuindo 81 quilômetros de extensão, 91,5 metros de largura e 26 metros de profundidade. Sua travessia leva cerca de nove horas e o tráfego é intenso, passando a cada ano 14 mil embarcações, fluxo que representa quatro por cento do comércio marítimo mundial.
Pode-se notar assim a importância estratégica e econômica do canal, que contribui com o comércio mundial e com a economia dos países envolvidos.

Após a descoberta do continente americano, recorde-se que o objectivo foi atingir a Índia pelo Ocidente, vários foram os navegadores que procuraram a passagem que dava o acesso ao outro oceano. Apenas Fernão de Magalhães em 1520 logrou descobri-la, bem ao sul do continente americano, através de um estreito batizado com o seu nome. Isso significava que para ligar por via marítima os dois lados desse continente tinha-se de rodear esse mesmo continente pelo sul. Essa penosa viagem significava meses de navegação. Não admira portanto que desde então se tenha pensado em abrir um canal que unisse os oceanos Atlântico e Pacífico   
Tal idéia de abrir uma via de navegação marítima através do istmo do Panamá remonta ao século XVI, quando o conquistador espanhol Vasco Nunes de Balboa atravessou pela primeira vez a faixa de terra que separa os oceanos Atlântico e Pacífico e verificou que a sua largura não chegava a cem léguas. Em 1534, o Imperador Carlos V mandou investigar e encarou a possibilidade de abrir um canal que pouparia à armada castelhana meses de navegação para atingir o Peru. No entanto, a região era um caos geológico dificultando e muito a exploração do local.
Após quatro séculos de nenhuma tentativa de construção do canal, em 1848 reinicia-se a idéia de implementação de um projeto de edificação do canal. Com a descoberta de ouro na Califórnia, milhares de aventureiros de várias partes do mundo, para encurtar o caminho até o metal precioso, atravessaram o istmo do Panamá a pé ou pelo então recém construído caminho-de-ferro. Os Estados Unidos por sua vez também utilizaram esta via para mandar reforços militares para a Costa Oeste e ali consolidar uma soberania ainda pouco segura.


No entanto, o francês construtor do Canal de Suez apresentou em 1876 o seu projeto de construção de um canal no istmo do Panamá. Foram feitos os primeiros levantamentos e as primeiras negociações com o governo da Colômbia, a quem pertencia a província do Panamá, acerca da concessão da construção e exploração do futuro canal.

Em 1878 ocorre a assinatura de um tratado com o governo de Bogotá, repassando à sociedade francesa a exclusividade da construção do canal e da sua exploração posterior por um período de 99 anos. Iniciam-se assim os trabalhos e logo surgem os primeiros imprevistos, a malária,a febre amarela e outras doenças tinham dizimado 20.000 operários e a hostilidade ao empreendimento pelos Estados-Unidos não favorecia o bom andamento do projeto.


Canal do Panamá


Em 1887, o projeto foi finalmente abandonado. A companhia francesa foi encarregada pelos credores de salvar o que ainda podia ser salvo do desastre financeiro. Uma nova companhia, a Compagnie Nouvelle du Canal de Panama, foi criada em 1894 pelos franceses para tentar acabar o canal, mas também não teve sucesso. Restava agora encontrar um comprador já que a concessão dos terrenos só terminava em 1903. O governo dos Estados Unidos encontrava-se atento e, em 1902, o Congresso norte-americano autoriza a compra da concessão dos franceses.
O Oportunismo Norte-Americano:
O governo colombiano, apoiado pelas demais repúblicas latino-americanas, já inquietas com a ambição hegemônica dos Estados Unidos, não autorizou a transação. Em contrapartida, os Estados Unidos apoiaram a agitação separatista no Panamá. Quando, em 1 de novembro de 1903, o Parlamento de Bogotá veta a concessão do canal aos Estados Unidos, a frota norte-americana bloqueia todos os portos do Panamá e, três dias depois era proclamada a independência da República do Panamá. Finalmente, um mês mais tarde, as novas autoridades panamenhas assinam um acordo com os Estados Unidos para a construção e exploração do canal. O tratado, ratificado em 1909, entregava aos Estados Unidos a posse da futura via navegável e de uma faixa de cinco milhas de terras de ambos os lados do canal, pelo preço de dez milhões de dólares.
A marinha norte-americana tinha sido encarregada de levar o projeto com sucesso, e as obras recomeçam em 1904, marcada por uma disciplina e estratégia militar que havia faltado aos europeus. 

A construção demorou 10 anos desta vez com mais recursos tanto financeiros (371 milhões de dólares),como tecnológicos.Trabalharam mais de 35 mil homens. Mesmo assim o projeto inicial foi várias vezes alterado e o responsável inicial John F.Wallace demitiu-se sendo substituído por John Stevens e este finalmente por George Goethals.

Construção do Canal do Panamá
 


Ao lado está uma das primeiras fotos tiradas do  local onde mais tarde iriam transformar em um dos 3 canais, do canal do Panamá
A solução de comportas mostrou-se a mais acertada. Um dique em Gatun criou um lago artificial cujas águas enchem as eclusas. As eclusas de Gatun elevam os navios a 26 metros até ao lago artificial. Como são duplas permitem a subida e descida simultânea de navios. Ao fim de 8/9 horas os navios atingem o oceano Pacífico depois de terem descido 9,5 m na eclusa de Pedro Miguel e 16,5 na de Miraflores. Todas as eclusas têm 305 metros de comprimento por 33 metros de largo e nestas os barcos são puxados por pequenos comboios chamados de "mulas". 

Em Agosto de 1914 terminaram as obras e o cargueiro SS Ancon foi oficialmente o primeiro navio a passar o canal.



A importância deste canal, é de vital importância para o comércio mundial, justifica a presença de um forte continente militar norte-americano numa base sediada no Panamá.
Desde então se inicia o comércio marítimo na região do canal, intensificando os laços entre os Estados Unidos e o Panamá, que conviveram pacificamente até a década de 50, com a administração militar norte-americana na Zona do Canal.
No entanto, a partir dos anos 60, os nacionalistas panamenhos começaram a ver no canal e nas altas grades eletrificadas que o envolviam, um símbolo do imperialismo norte-americano, remetendo a idéia do Muro de Berlim. A situação se agrava em 1964, quando ocorre a morte de 21 estudantes panamenhos que tentavam içar a bandeira de seu país na Zona do Canal. Tal fato inicia uma mobilização popular.
Em 1968, o general Omar Torrijos assume o poder no Panamá e inicia árduas negociações com os Estados Unidos para fazer vingar os seus projetos de reforma agrária e de recuperação da soberania sobre o canal.

Por fim, inicia-se a década de 70 e as negociações precisam ser efetivadas, regulamentando a questão do canal o mais rápido possível. Algumas questões devem ser repensadas e profundamente analisadas. Os direitos de exploração da área do canal foram adquiridos pelos Estados Unidos, que construíram o Canal do Panamá. No entanto, tal intervenção ameaça a soberania panamenha sobre o seu território e sobre os seus recursos. A idéia da transferência do canal também fere o orgulho norte-americano, que possui objetivos de consolidar sua supremacia mundial, principalmente no cenário da Guerra Fria vigente, o que torna a área do canal ainda mais estratégica.
O impasse fica ainda maior pois a repercussão do caso se alastra em nível internacional, despertando a opinião pública para a importância desse problema nas Américas. A questão ameaça a segurança continental, principalmente levando-se em consideração a área de neutralidade no canal e o contexto da década de 70. Sendo assim, a Organização dos Estados Americanos coloca o assunto em pauta nas suas discussões como forma de alcançar a resolução definitiva do problema.
Em 1977, o tratado foi revisto passando o Panamá a controlar o canal desde de 31 de Dezembro de 1999.


O Canal do Panamá Hoje:
Eclusa de Miraflores
Eclusa de Miraflores
Eclusa de Gatun

Eclusas de Gatun