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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Artigos: Déficit de Atenção Infantil





Na atualidade, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é considerado um distúrbio bio-psicossocial, isto é, envolve fortes fatores genéticos, biológicos,  sociais e ambientais que contribuem para a intensidade dos sintomas.  Rodhe, Mattos e cols. (2003), escreveram que  o TDAH já foi entendido como um transtorno comportamental que afetava apenas os meninos, porém, hoje em dia, é facilmente diagnosticado também em meninas, adolescentes e adultos.

Rohde, Barbosa, Tramontina & Polanczyk (2000) datam o primeiro registro na literatura médica que faz referência aos sintomas do TDAH na  metade do século XIX. Desde então, vários foram os nomes atribuídos a este transtorno e ao longo do século XX, muitas foram as opiniões e discussões em torno de suas causas e efeitos na vida das pessoas.

Em 1999, Scahill e colaboradores, estudando 449 crianças da zona rural  perceberam que o TDAH também pode estar associado à baixa renda familiar, à crianças que vivem em lugares superpovoados, à história de doenças maternas psiquiátricas e à famílias desestruturadas.

Segundo Barkley (2006, p. 15), em 1865 já havia referências de  crianças com TDAH e foi na poesia do médico alemão Heinrich Hoffman que o transtorno apareceu pela primeira vez, porém, o crédito científico acabou ficando com George Still e Alfred Tredgold que foram os primeiros autores a se dedicarem a este comportamento infantil que hoje identificamos como TDAH.

Still acreditava que crianças impulsivas, agressivas e desafiadoras possuíam um “defeito no controle moral” e que na maioria dos casos se apresentava como crônico. Pensava ainda que estas crianças tinham adquirido o defeito em decorrência a uma doença cerebral aguda.

Em 1908, Tredgold e anos após, Pasamanick, Rogers e Lilienfeld usaram a teoria das lesões precoces, leves e despercebidas para justificarem déficits de aprendizagem e comportamento. Tanto Still, como Tredgold observaram ser possível obter melhoras temporárias na conduta de crianças com TDAH , a partir de medicamentos ou alterações no ambiente, mas ainda assim, enfatizaram a permanência relativa da deficiência nestes casos.

Desde então, o TDAH passou a ser associado com doença cerebral com patologias comportamentais. Motivo pelo qual, alguns investigadores começaram a estudar outras causas potenciais destas “lesões cerebrais” e manifestações comportamentais. Shirley (1939) apontou os traumas natais,  Meyers e Byers ( 1952) a encefalite e outras infecções como o sarampo, Byers e Lord (1943)  a toxicidade do chumbo, Levin ( 1938)  a epilepsia, Blau (1936) Werner e Strauss (1941) os traumatismos cranianos.

Para Srtauss e Lehtinen (1947), as crianças que sofriam deste transtorno, deveriam estudar sob fortes recomendações de que as salas de aula deveriam ser pequenas, com reduzidas quantidades de estímulos visuais e de que até mesmo as professoras deveriam privar-se de adornos, ou vestimentas muito coloridas para não chamar demais a atenção para si, desviando o foco de aprendizagem do aluno.

Foram necessárias muitas décadas para que pesquisadores separassem as contribuições de retardos intelectuais, dificuldades de aprendizagem, ou outras deficiências neuropsicológicas das contribuições dos déficits comportamentais para a falta de adaptação destas crianças.

Embora ecos destas recomendações ainda sejam muito comuns em salas especiais, pouco ou nenhum respaldo científico são encontradas para a sua eficácia.

Como visto, o TDAH já foi considerado de muitas maneiras, a partir de diversos estudos que aos poucos foram sendo aprimorados e esclarecidos.

O que sabemos é que o TDAH é muito mais do que um transtorno de comportamento, embora muitas vezes seja confundido com o mesmo, é uma disfunção orgânica por falta da produção de substâncias químicas pelo cérebro.


Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) pode afetar crianças, adolescentes e até mesmo aguns adultos. Os sintomas variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. As crianças com esse transtorno são consideradas, com freqüência, crianças com um temperamento difícil. Elas prestam atenção a vários estímulos, não conseguindo se concentrar em uma tarefa única e, assim, cometendo erros muitas vezes grosseiros. É comum terem dificuldade para manter a atenção, mesmo em atividades lúdicas e com freqüência parecem não escutar quando chamadas. Muitas vezes não conseguem terminar seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais. Têm dificuldade para organizar tarefas, evitando, antipatizando ou relutando em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante. Costumam perder facilmente objetos de uso pessoal. Esquecem facilmente atividades diárias. Outra característica é a impulsividade, que aparece em respostas precipitadas mesmo antes de as perguntas terem sido completadas. Com freqüência, são crianças que têm dificuldade de aguardar sua vez, interrompendo ou intrometendo-se em assuntos alheios.

Sintomas relacionados à desatenção:

• não prestar atenção a detalhes; 
• ter dificuldade para concentrar-se; 
• não prestar atenção ao que lhe é dito; 
• ter dificuldade em seguir regras e instruções; 
• desvia a atenção com outras atividades; 
• não terminar o que começa; 
• ser desorganizado; 
• evitar atividades que exijam um esforço mental continuado; 
• perder coisas importantes; 
• distrair-se facilmente com coisas alheias ao que está fazendo; 
• esquecer compromissos e tarefas;
• Problemas financeiros, 
• Tarefas complexas se tornam entediantes e ficam esquecidas; 
• Dificuldade em fazer planejamento de curto ou de longo prazo.


Os sintomas relacionados à hiperatividade/impulsividade:

• ficar remexendo as mãos e/ou os pés quando sentado; 
• não permanecer sentado por muito tempo; 
• pular, correr excessivamente em situações inadequadas; 
• sensação interna de inquietude; 
• ser barulhento em atividades lúdicas; 
• ser muito agitado; 
• falar em demasia; 
• responder às perguntas antes de concluídas; 
• ter dificuldade de esperar sua vez; 
• intrometer-se em conversas ou jogos dos outros.


Causas

As pesquisas têm apresentado como possíveis causas de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)  a hereditariedade, problemas durante a gravidez ou no parto, exposição a determinadas substâncias (chumbo) ou problemas familiares como: um funcionamento familiar caótico, alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução, famílias com baixo nível socio-econômico, ou famílias com apenas um dos pais. Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças. Segundo Goldstein, alguns fatores podem propiciar o aparecimento do TDAH quando em condições favoráveis, por isso as causas do TDAH são de uma vulnerabilidade herdada ao transtorno que vai se manifestar de acordo com a presença de desencadeadores ambientais. A ansiedade, frustração, depressão ou criação imprópria podem levar ao comportamento hiperativo.





Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade deve ser diagnosticado e tratado ainda na infância para não causar maiores prejuízos ao desenvolvimento interpessoal e escolar da criança. O tratamento inclui psicoterapia individual e, às vezes, terapia familiar. Quase sempre faz-se necessário o uso de medicação com um resultado muito satisfatório.