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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Artigos: Quilombo dos Palmares



Estendendo-se de meados do século XVI aos fins do XIX, a escravidão, nas Américas, de africanos e descendentes foi um dos episódios mais dolorosos da História dá Humanidade. Mas a toda essa crueldade, que despovoou a Africa e vitimou milhões de seus melhores filhos, opôs-se um modelo de resistência admirável: os quilombos.
Na Angola pré-colonial esses mitos de arraiais militares e núcleos habitacionais e comerciais, abertos a africanos de quaisquer etnias, já desempenhavam um papel político e econômico fundamental. Transplantada para as Américas, a instituição (chamada cumbe ou palanque na América hispânica) firmou sua importância na resistência à escravidão.
Mas de todos os quilombos americanos sem dúvida, o mais importante foi a confederação dé Palmares nascida por volta de 1590, quando escravos de um; engenho pernambucano, depois de uma rebelião sangrenta, refugiam-se na serra da Barriga, atual Alagoas, e lá criam as bases de um incômodo "Estado livre" em pleno Brasil colonial.

Até a destruição de seu reduto principal, em 1694 (cem anos depois), Palmares foi, de fato, um verdadeiro Estado autônomo encravado na capitania de Pernambuco: no auge de sua produtiva existência suas relações com as comunidades vizinhas chegaram a ter momentos de uma troca econômica rica e organizada. E essa autonomia, abalando a autoridade colonial, motivou uma repressão jamais vista.
De 1596 a 1716, ano da destruição de seu último reduto, os palmarinos suportaram investidas de 66 expedições militares e atacaram 31 vezes. E em toda essa luta avulta a figura do grande líder Zumbi. Estrategista comparável aos grandes generais da História ocidental, como Ciro, Aníbal, Alexandre e Napoleão, Zumbi dos Palmares, morto à traição em 20 de novembro de 1695, aos 40 anos de idade, é hoje visto como o maior líder da resistência anti-escravista nas Américas. O tricentenário de seu "ingresso na História", ora comemorado, é a final redenção de um dos maiores heróis da Humanidade.
Em fins do século XVI, escravos de um grande engenho da capitania de Pernambuco, depois de uma rebelião sangrenta, refugiam-se na Serra da Barriga, na região conhecida como Palmares, hoje pertencente ao Estado de Alagoas, e lá se organizam em kilombo - misto de arraial militar núcleo habitacional e comercial supratribal e supra-étnico, comum na -Angola daquele tempo.
Já na virada para o século XVII, o número de escravos e libertos reunidos em Palmares, e que por necessidade de sobrevivência descia para saltear os engenhos vizinhos, somava centenas de quilombolas. E à desorganizac,ão inicial seguiu-se uma estruturação do reduto. Tanto que, por volta de 1630, Palmares já teria cerca de 3 mil aquilombados, desenvolvendo uma agricultura avançada para os padrões locais e da época, plantando cana-de açúcar, milho, feijão, mandioca, batata e legumes; fabricando artefatos de palha, manteiga e vinho; criando galinhas e porcos; e desenvolvendo uma organizada atividade metalúrgica, necessária à sua subsistência e à sua defesa.
A chegada dos holandeses a Pernambuco, em 1630, e as guerras que essa presença motivou facilitaram a fuga de mais gente para Palmares. Em conseqüência, o quilombo (agora já uma confederação de aldeias) foi se fortalecendo e se transformando em uma real e perigosa ameaça ao poder colonial. Aí, então, a repressão tomou corpo.
De 1596 a 1716, ano da destruição final da resistência quilombola na região, os palmarinos suportaram investidas de 66 expedições coloniais, tanto de portugueses quanto de holandeses. E, em 31 vezes, tomaram a iniciativa do ataque.
Ivan Alves Filho, importante historiador contemporâneo das guerras palmarinas, divide essa história em quatro fases: na primeira, que vai de 1596 a 1630, os ataques coloniais se dirigem a quatro ou cinco aldeamentos, na segunda, de 1631 a 1654, fase da ocupação holandesa de Pernambuco as investidas se concentram na cidadela de Macaco, principal reduto palmarino; na terceira, de 1655 a 1694, travam-se as batalhas mais encarniçadas, aí ocorrendo a queda de Macaco; e, finalmente, na quarta, ocorrem as mortes de Zumbi (1695) e de seus sucessores Camuanga (desaparecido em 1699) e Mouza do Palmar (1716). Mas em 1725 ainda há tropas militares na Serra da Barriga, antecipando a ocupação oficial do território que se dá, afinal, no ano de 1736.
Durante sua longa existência, Palmares teve vários chefes. Mas a História até agora conhecida reservou para dois deles, Zumbi e Ganga Zumba, o papel de protagonistas principais dessa verdadeira epopéia. E o ano de 1678 é o divisor de águas entre esses dois estilos de comandar: depois de sérias perdas suportadas pelos palmarinos em 1677, Ganga Zumba, então principal dirigente, negocia a paz com as autoridades coloniais e abandona a Serra com seus seguidores, provocando uma séria dissensão nas hostes palmarinas e o início da liderança de Zumbi.
Em 1680, no arraial de Cucaú próximo ao litoral, onde se estabelecera, Ganga Zumba morre envenenado. E a partir daí a repressão a Palmares vai se tornando cada vez mais cruenta, com a participação de milhares de soldados, de milícias patrocinadas pelos senhores de terras e até mesmo de combatentes mercenários. Quinze anos depois, o líder Zumbi - após dezessete anos de combate em que se notabilizou como um dos maiores generais da história da Humanidade -, atraiçoado por um de seus comandados, morre, durante a expedição repressora de Domingos Jorge Velho.
A experiência palmarina foi a maior e mais longa contestação à ordem escravista em todo o mundo e em todos os tempos. Por extensão - e mesmo por ter sido Palmares um reduto que abrigava negros, índios e brancos pobres -, a saga de Zumbi é um rico episódio de luta contra o racismo. Assim, o dia que marca o seu "ingresso na História", 20 de novembro, foi escolhido como "Dia Nacional da Consciência Negra". Consciência que se amplia e se faz ainda mais alerta em 1995, ano do Tricentenário de Zumbi.

Os efeitos da colonização repercutem até hoje, pela importância dos resultados da expansão econômica, demográfica e cultural, e mesmo da miscigenação nos países do Terceiro Mundo. São, no entanto, complexos os problemas que esses países enfrentam para organizar suas economias em bases mais justas, modernizar suas estruturas e assegurar o progresso social sem comprometer a independência, nos moldes da cooperação internacional.

Um continente de famintos - Adversidades climáticas somente ampliam a miséria de milhares de africanos, que vivem abaixo das condições mínimas de sobrevivência.
Com a agricultura extensiva, matas são derrubadas e em seus limites o deserto avança.
Outro problema é o descompasso existente entre o enorme crescimento populacional e o reduzido crescimento populacional e o reduzido crescimento, ou mesmo estagnação, da agropecuária.

Apesar de ter sido durante a 1º Guerra Mundial (em regiões Asiáticas) que começaram a se formar os movimentos nacionalistas que propunham a libertação dos povos dominados por potências imperialistas européias, a descolonização da Ásia e da África, só foi possível, depois que a 2º Guerra Mundial terminou, porque ouve o declínio dos países europeus e porque o avanço do nacionalismo estimularam os movimentos de libertação.