O conceito de instrução programada consistia em dividir o material a ser ensinado em pequenos segmentos logicamente encadeados e denominados módulos. Cada módulo terminava com uma questão que o aluno deveria responder preenchendo espaços em branco ou escolhendo a resposta certa, entre diversas alternativas apresentadas, para poder passar para o próximo módulo. Caso contrário, ou seja, o aluno informasse a resposta errada, a resposta certa poderia ser fornecida pelo programa ou, o aluno seria convidado a rever módulos anteriores (Valente, 1998).
A grande problemática da utilização dessa sistemática de ensino foi à produção do material que orientava o uso da ferramenta bem como de suas atividades pedagógicas, que não foi possível produzirem em grande quantidade. No entanto, com o advento do computador, observou-se que os módulos do material instrucional poderiam ser apresentados com grande flexibilidade. Assim, durante o início dos anos 60 diversos programas de instrução programada foram desenvolvidos para serem utilizados no computador.
A evolução recente das tecnologias digitais modifica tanto as relações na sociedade como as noções de espaço e tempo. Se antes levávamos dias ou até semanas para sermos informados de eventos distantes, hoje podemos ter a informação de forma quase instantânea. Essa realidade possibilita a ampliação do conhecimento e, ao mesmo tempo, cria outras preocupações como a possibilidade da diminuição da privacidade e o excesso de informação. A escola deve levar professores e alunos a refletir de forma crítica sobre as implicações do avanço da tecnologia digital sobre a vida das pessoas no mundo contemporâneo.
Nessa perspectiva Kenski (2003:72/93) afirma que: “a opção pelo ensino com o computador (…) exige alterações significativas em toda a lógica que orienta o ensino e a ação docente em qualquer nível de escolaridade (…) o ponto fundamental da nova lógica de ensinar (…) é a redefinição do papel do professor”. Dessa forma ao ter acesso à tecnologia, os professores podem pensar em como elas aprimoram práticas cotidianas, tais como no uso de vídeos e apresentações para expor conteúdos. A tecnologia pode ainda ser usada para ampliar as possibilidades educativas, ao permitir que os alunos explorem fenômenos de forma simulada, pesquisem conteúdo na internet, façam suas próprias produções etc.
Referências:
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003.
VALENTE, J.A. Diferentes usos do computador na Educação. In: VALENTE JA. (Org.). Computadores e conhecimento: repensando a educação. 2ª ed. campinas: Gráfica Central UNICAMP, v. , p. 1-27, 1998
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003.
VALENTE, J.A. Diferentes usos do computador na Educação. In: VALENTE JA. (Org.). Computadores e conhecimento: repensando a educação. 2ª ed. campinas: Gráfica Central UNICAMP, v. , p. 1-27, 1998
1 … tudo aquilo que o ser humano inventou, tanto em termos de artefatos como de métodos e técnicas, para estender a sua capacidade física, sensorial, motora ou mental, assim facilitando e simplificando o seu trabalho enriquecendo suas relações interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer. (Chaves, 1999)
2 Para saber mais sobre a Máquina de Ensinar de Skinner acesse: http://www.youtube.com/watch?v=vmRmBgKQq20