FOTOGRAFIAS

AS FOTOS DOS EVENTOS PODERÃO SER APRECIADAS NO FACEBOOCK DA REVISTA.
FACEBOOK: CULTURAE.CIDADANIA.1

UMA REVISTA DE DIVULGAÇÃO CULTURAL E CIENTÍFICA SEM FINS LUCRATIVOS
(TODAS AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NAS PUBLICAÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DE QUEM NOS ENVIA GENTILMENTE PARA DIVULGAÇÃO).

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Artigos: Memória



Um dos fatos mais curiosos com relação à memória é a ilusão do déjà-vu (o já visto), em que uma pessoa tem a falsa impressão de familiaridade com situações que, no entanto, são vividas pela primeira vez. Estudiosos da memória ainda buscam uma explicação para o fenômeno.
Memória é a capacidade da mente humana de fixar, reter, evocar e reconhecer impressões ou fatos passados. A função de lembrar e sua oposta, esquecer, são normalmente adaptativas. O aprendizado, o pensamento e o raciocínio não seriam possíveis sem a memória, mas a capacidade de esquecer também tem muitas funções. Serve como referência de tempo (pois as lembranças tendem a se tornar mais difusas com o passar do tempo), como instrumento de adaptação a novos aprendizados (pela supressão de antigos padrões) e ainda como forma de aliviar a ansiedade decorrente de experiências dolorosas.
Os primeiros estudos experimentais sobre a memória foram realizados pelo psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus. No fim do século XIX, ele planejou e executou experiências sobre o aprendizado de sílabas sem sentido (a fim de reduzir a interferência do significado nos processos de retenção), que lhe permitiram avaliar a capacidade e o tempo de armazenamento da informação, bem como a facilidade de recuperação do material armazenado.
O britânico Frederic C. Bartlett, ao contrário de Ebbinghaus, trabalhou com material significativo: formas, fotografias, figuras que sugeriam objetos etc. Sua hipótese básica afirma que a pessoa só retém esquemas muito gerais daquilo que experimentou anteriormente. O processo de evocação seria, assim, melhor definido como processo de reconstrução.
Também na psicanálise se elaborou uma teoria da memória. Para Sigmund Freud, o mecanismo da recuperação da informação e, principalmente, o fenômeno do esquecimento teriam como causa um fator repressivo de caráter inconsciente. De fato, muitas das técnicas psicanalíticas são destinadas a desfazer esse bloqueio repressivo que impede o acesso a antigas experiências armazenadas que, segundo Freud, nunca se perdem verdadeiramente. Para os behavioristas, o mecanismo da recuperação da informação se constrói, sobretudo, pela associação entre estímulos e respostas. Os behavioristas e neobehavioristas explicam o esquecimento da informação armazenada por interferências no processo de recuperação.
Alguns autores, insatisfeitos com as teorias behavioristas e influenciados pelas críticas antibehavioristas do lingüista americano Noam Chomsky, assim como pelas novas teorias de manipulação da informação e da comunicação, abordaram o problema da memória de uma nova perspectiva. Estudaram a capacidade humana de processar a informação como parte da temática geral da percepção e recorreram aos esquemas de funcionamento dos computadores para descrever a organização de todo o sistema.
Memória e processamento da informação.
Segundo as modernas teorias cognitivas, que estudam fenômenos básicos da inteligência como a percepção, o aprendizado e a memória, relacionando-os aos mecanismos da informática, são três os processos básicos da memória: codificação da informação, armazenamento e recuperação. Codificação é o processo pelo qual a forma física da informação de entrada transforma-se numa representação interna. O armazenamento consiste na fixação da representação interna mediante o estabelecimento de relações entre ela e as demais representações que o indivíduo possui. Se essas relações se destroem, produz-se o esquecimento. O processo de recuperação permite utilizar a informação armazenada quando necessário.
No que diz respeito ao armazenamento da informação, distinguem-se três tipos: sensorial, memória a curto prazo e memória a longo prazo. Assim, o indivíduo utilizaria estratégias, desde as mais simples até as mais complexas e estruturadas, para representar e recuperar a informação que recebe. Essas estratégias variam conforme o tipo de informação e a finalidade com que o sujeito se propõe utilizar posteriormente tal informação.
Dessa perspectiva, os processos da memória adquirem caráter dinâmico e ativo, de forma que o sistema aprende pela interação com o meio e não pelo estabelecimento de conexões entre estímulos e respostas, como quer a teoria behaviorista. A estrutura interna utilizada para organizar a informação está em contínua mudança e se reconfigura de acordo com cada nova experiência. Durante a vida dos indivíduos, modifica-se a forma de codificação da informação e aumenta progressivamente o número de conceitos dos quais se parte, assim como o das relações que se estabelecem entre os diferentes elementos da informação. As estratégias são semelhantes para todos os indivíduos, embora seu resultado difira em função de serem diferentes as capacidades e circunstâncias.
Aprimoramento da memória.
Os estudos psicológicos sobre a memória podem ter aplicações imediatas no desenvolvimento e fortalecimento da capacidade individual de memorização. A maioria das técnicas mnemônicas (ou de memorização) baseia-se na rápida transferência da informação contida na memória de curto prazo para a de longo prazo, mediante a utilização de códigos de informação que facilitem a retenção. Algumas das regras mais usadas consistem em agrupar os diferentes elementos que compõem a informação, descobrir regras simples por meio das quais ordenar uma seqüência determinada de elementos, organizar hierarquicamente a informação que se deve guardar, estabelecer correlação entre os elementos que se oferecem à aprendizagem e outros já conhecidos etc. De qualquer maneira, nenhuma dessas técnicas pode remediar situações de origem patológica, mas tão-somente beneficiar uma memória normal.