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sábado, 7 de julho de 2012

Exposição "Rio Lado B- Anotações Imprecisas"



Como diz o ditado, o bom filho à casa torna. De volta ao bairro onde nasceu, Orlando Mollica inaugura seu novo ateliê e a exposição “RIO LADO B – ANOTAÇÕES IMPRECISAS”, no dia 7 de julho, sábado, às 15h, no casarão de 1894 que pertenceu à neta do Barão de Mauá, no Rio Comprido. Arquiteto e urbanista, Mollica associa em seis telas de 2m por 1,40m sua própria memória afetiva – seja como morador da Zona Norte, seja mais tarde como arquiteto urbanista, nas suas “andanças por alguns desses lugares”. Plotter, monotipias, tintas metálicas em tons de prata, bronze e dourado, tintas fluorescentes, óleos aquídicos e não aquídicos, acrílico e tinta vinílica; bastão a óleo e retoques com giz pastel são aplicados sobre lona, com base em anotações e estudos feitos com pastel oleoso em papel formato A-4 sobre colagens e desenhos realizados entre 79 e 80, que vão poder ser consultados pelo público, em um álbum.
TÃO INSTIGANTES QUANTO AS TELAS EM SI SÃO OS TÍTULOS…
“Botando o boi na sombra no caminho do Sumaré” (onde um carro depenado fica à sombra de lindos Flamboyants num trecho da Estrada do Sumaré), “Giverny em Acari” (que mostra um carro submergindo no Lago de Giverny que fica dentro de o Rio Acari), “Canto de sabiá na boca do túnel” (um sabiá que esconde seu canto na boca de um túnel), “Tráfego, balões, túnel e viaduto” (a tela é um cenário imaginado que mostra a multiplicidade de situações criadas no entrechoque do progresso e da cultura popular, citando os cenários místicos de Minas criados por Guignard, “A ronda da favela cem anos depois de Dall’Ara” (a indefectível presença do poder público nas comunidades pobres na forma de polícia), “Fechando o comércio antes e depois da chuva para ver o viaduto passar” (de um comércio fantasmagórico à moda de Oswaldo Goeldi, que pára para ver o viaduto passar) e “Porto das Mil Maravilhas” (um panorama das maravilhas de Porto futurista, onde mais uma vez vão conviver o fausto dos grandes arranha-céus com a, favela do entorno, nas margens pantanosas da Maré, Manguinhos) fazem uma crítica às brutais intervenções urbanas que assolam a cidade, especialmente a Zona Norte.
Desprovidas de um tempo cronológico que inclui um passado, um presente e um futuro precisos, as telas, assim como um conjunto de áreas da ZN que inclui o Rio Comprido, Catumbi, Rocha, São Cristóvão, Caju, Del Castilho, Inhaúma, Pilares, Higienópolis, Bonsucesso, Manguinhos, Maré, Abolição, Engenho de Dentro, Encantado, Água Santa, Barreira do Vasco, Pavuna, Vigário Geral, Parada de Lucas e Cordovil, coexistem num tempo mítico e impreciso, indeterminado e desmedido: o tempo da crônica. Um tempo “apenas capaz de ser percebido poeticamente como fenômeno singular e autônomo, independente da marcha inexorável do tempo histórico: das grandes obras rodoviárias que estupram o Rio de Janeiro em sua marcha para o progresso”, como afirma o próprio artista.
“Definitivamente, o Brasil não é um país pop, mas místico e mítico na sua essência!”, brada Mollica.
No Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, essas áreas da Zona Norte e do Centro estão associadas a pintores como Eliseu Visconti, Gustavo Dall’Ara, Bustamante Sá, Gastão Formenti, Eugênio de Proença Sigaud e Rodolpho Chambelland; todos muito importantes como cronistas visuais das grandes transformações “progressistas” do Rio de janeiro, desde o começo do século XX, no Governo do Prefeito Pereira Passos (com a abertura da Av. Rio Branco, e mais tarde, com o Plano Agache, o Desmonte do Morro do Castelo e a abertura da Av. Presidente Vargas).
PARÓDIA A MARCEL DUCHAMP E SUAS “READYMADES”
Além das seis telas, outras quatro imagens integrarão a exposição. Conceituadas como “handmades”, parodiando Duchamp e seus readymades, são recortes de detalhes dos quadros que serão plotados sobre tela e posteriormente retocados à mão de forma a obter novos resultados a partir desses detalhes. Elas se diferenciam basicamente pelo fato de serem mais decorativas que críticas. Os quatro “handmades” mostram o aspecto mais decorativo dos trabalhos, e destacam o lado Sublime do Romantismo ao contrário das telas grandes onde é o lado Pitoresco do mesmo Romantismo que sobressai.
SAIBA MAIS SOBRE ORLANDO MOLLICA
O artista plástico Orlando Mollica tem um vasto currículo, resultado de mais de 40 anos de atividades profissionais, que incluem a de arquiteto e urbanista, com a qual conquistou, em 1979, um prêmio do Instituto dos Arquitetos do Brasil na categoria Desenho Ambiental. Conhecido por seu trabalho como caricaturista e ilustrador, entre 1973 e 1987 trabalhou no Jornal do Brasil, O Globo, Pasquim e outras publicações. E em 1987, recebeu o prêmio Melhor do Ano no Clube de Criação de São Paulo. Doutorado em Comunicação pela ECO-UFRJ e pesquisador especializado em semiologia urbana, foi professor adjunto e coordenador do departamento de Artes da Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula de 1975 a 2000.
Desde 1976, Mollica leciona desenho e pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Seus trabalhos correram o mundo em exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, inclusive em Beijing, na China, onde em 1995 participou de uma exposição coletiva.
Dentre suas exposições individuais destacam-se:  Instalação – Museu de Arte Moderna – RJ (1978), “Eu Rio “ – Desenhos – Sala Milliet – Funarte – RJ (1981), Gravuras “ Erosatíricas “ – Galeria Matias Marcier – RJ (1987), “ Que  Figuras “ – Desenho e Pintura em Técnica Mista –  Museu de Arte Contemporânea – Curitiba (1991), Pinturas em Técnica Mista – Centro Cultural Cândido Mendes – RJ, Desenhos Pinturas – Embaixada do Brasil – Paris (1995), “Peintures Recents”- Galerie Martine Collaire – Paris, “Imaginaire Populaire” – Installation – C.C.F.B. Paris – França (1997), “Aquarelas do Brasil” – Casa de  Cultura

Laura Alvim – RJ (1998), “Revista Revista” – MAM – RJ (2009) e “Revista Revista” – Fundação Medeiros de Almeida – Lisboa – Portugal (2009).
Já entre as exposições coletivas mais importantes das quais participou estão: 2º Festival Internacional  Du  Dessin  Politique – Bruxelas (1988), Exposição  Itinerante  “Plumes Acides” – França (1990), 11ºEncontro Brasil – Portugal de Humor / Museu de  Caricatura – Lisboa (1990), 6º Salão Nacional  de Caricatura – Portugal (1991), Processo no. 738. 765 –2  E.A .V  Parque Lage – RJ (1991), Brazilian Paitings – Las Vegas – USA (1991) e “Holywood Rock Graffitti” – Lithos Edições Artes Ltda – MAM – SP (1995).