O Brasil, como maior país da América do Sul, divide quase 16 mil km de fronteira terrestre com seus vizinhos. Das 618 terras indígenas identificadas no país, 180 delas estão na faixa de fronteira e, se por um lado, as etnias ali residentes desfrutam de uma grande diversidade biológica e sociocultural, por outro, desafios territoriais e de visibilidade se estabelecem.
Para falar sobre o assunto, o Café Controverso do próximo sábado, 13 de setembro, recebe o artista plástico, escritor e produtor cultural Jaider Esbell e o integrante da Comissão Pró Índio do Acre Terri Valle Aquino. Com o tema “Povos indígenas em regiões transfronteiriças”, o encontro acontece às 11h da manhã na cafeteria do museu e tem entrada gratuita.
No encontro, Terri Valle falará sobre os desafios culturais, políticos e econômicos enfrentados pelas etnias que vivem nas proximidades da fronteira internacional Brasil-Peru. O pesquisador dará enfoque à questão dos diferentes grupos que vivem no estado do Acre, de maneira permanente e/ou sazonal, mas em situação de isolamento. De acordo com o pesquisador, “tais povos optaram ou foram forçados a isolar-se em locais mais remotos da floresta amazônica, distantes de segmentos da sociedade nacional, inclusive de outras comunidades indígenas já contatadas, para garantir a sua sobrevivência física e cultural, devido a experiências traumáticas anteriores”.
Jaider Esbell debaterá a articulação entre povos transfronteiriços que se configura a partir de seu trabalho com arte contemporânea indígena. Como articulador cultural, o artista macuxi mobiliza, no estado de Roraima, etnias indígenas brasileiras, da Venezuela e da Guiana através da arte. “A arte contemporânea indígena é o principal motor do ‘Encontro de todos os Povos’ que realizamos em Roraima. Curiosamente, quando pensamos nos povos além-fronteira, percebemos que ancestralmente eles já se encontravam [nesses locais] antes desses limites serem colocados. Foi a criação das fronteiras que trouxe dificuldades para reconectarmos essas relações", afirma Jaider.
Café Controverso
O conhecimento raramente passa pelo consenso e sua construção se faz, sempre, pelo diálogo. Nos Cafés Controversos, os temas são amplos e diversificados, e não se detêm aos tratados no interior do Espaço do Conhecimento: abordam diferentes setores da cultura, das artes e da ciência. Um espaço de debate e troca de ideias e perspectivas.
O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes através da utilização de recursos museais. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, o Espaço do Conhecimento é fruto da parceria entre a operadora TIM e a UFMG e conta com o apoio da Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG e da DAC – Diretoria de Ação Cultural da UFMG.
Serviço:
Café Controverso: Povos indígenas em regiões transfronteiriças
Data: 13 de setembro, 11h
Local: Espaço do Conhecimento UFMG - Praça da Liberdade, 700
Entrada franca
Mais informações: www.espacodoconhecimento.org.
Informações para a Imprensa: (31) 3409-8366
