O que seria um museu criativo? Como instituições que trabalham com a memória podem ser inovadoras, diversificar suas iniciativas, ampliar sua presença? Questionamentos como esses mobilizam as atividades da 8ª Primavera dos Museus. Tradicionalmente proposta pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), neste ano a ação acontece entre 22 e 28 de setembro, convidando as instituições brasileiras a refletir sobre o tema “Museus Criativos”. Pela terceira vez consecutiva, o Espaço do Conhecimento UFMG participa da Primavera dos Museus com uma programação especialmente desenvolvida para a data, completamente gratuita.
René Lommez Gomes, diretor científico-cultural do Espaço do Conhecimento UFMG, retoma a história do surgimento dos museus para falar sobre como eles podem agir de modo inventivo. “Os museus nasceram como instituições criativas: eram instituições de pesquisa que tinham como função guardar coleções e produzir conhecimento sobre elas. Só ao longo do tempo que a extroversão desses conhecimentos tornou-se uma necessidade para os museus e, a partir de então, abriram-se para palestras, exposições e visitações públicas. Foi com a ideia da democratização dos saberes que a instituição foi migrando para a concepção de um museu de maior contato com os públicos, trazendo novas perspectivas de pesquisa e produção criativa. Começou-se então a pensar em como fazer divulgação científica, em como expor, como ser acessível – e a essa vertente chamamos ‘comunicação museológica’.”
Relacionar-se para inovar
O diretor explica que, no caso do Espaço do Conhecimento, grande parte das ações desenvolvidas estão voltadas para a pesquisa em torno da comunicação museológica: “Em muitas das nossas vertentes de trabalho buscamos mecanismos de atingir o público e, nesse sentido, chegamos a produções completamente novas. São muitos os focos criativos: divulgação científica, produção audiovisual e ações de comunicação, da expografia e do núcleo de acessibilidade. Além disso, como um museu universitário, tudo o que fazemos é entendido como um processo de investigação”.
Sobre a programação especial para a Primavera dos Museus, René Lommez destaca as formas como o Espaço do Conhecimento remodela os conteúdos que recebe: “Mesmo uma exposição como a ¡MIRA!, que foi gestada fora do museu, foi repensada para dialogar com nossa perspectiva de trabalho. Nessa montagem, por exemplo, temos um enfoque adicional – os processos criativos dos artistas, não presente na montagem original”.