Diversos animais possuem o hábito de se alimentar e viver durante a noite e, por isso, possuem alguns mecanismos que os permitem enxergar no escuro e se locomover.
O exemplo mais famoso de animais noturnos talvez sejam os morcegos. Figurinhas fáceis em qualquer história de terror com episódios noturnos, os morcegos passam o dia todo abrigados em locais escuros como o fundo de cavernas e grutas e saem somente à noite para se alimentar. Mas o que fez com que em um mesmo lugar alguns animais prefiram a noite e outros o dia?
É claro, que os fatores que levaram determinadas espécies a desenvolver hábitos noturnos envolvem uma gama de relações bem mais complexas. Mas o fato é que estes animais acabaram desenvolvendo características específicas que os tornaram aptos a viver durante a noite.
Os morcegos, por exemplo, desenvolveram um sistema parecido com um radar chamado de “ecolocalização”, no qual ele emite um som de freqüência muito alta pelo estalar de sua língua ou pelas narinas e, conforme o som rebate na superfície (formando um eco) e é captado por eles, lhes permite distinguir obstáculos e, claro, suas presas.
Outra adaptação dos animais noturnos está na visão. A maioria deles possui apenas os bastonetes, fotorreceptores (células da visão) bastante sensíveis a luz, mas que não os permite distinguir cores, oq eu não significa que eles enxerguem mal. A coruja-das-torres (Tyto alba), por exemplo, possui uma visão capaz de distinguir um alvo a mais de 10 metros de distância e consegue enxergar com apenas 10% da luz de que o olho humano precisa.
Os animais noturnos precisaram desenvolver outras características que não apenas a visão para poder sobreviver em meio à escuridão.
Os morcegos desenvolveram a ecolocalização e as mariposas, suas presas, desenvolveram uma audição aguçadíssima para captar o barulho dos morcegos (que pode chegar a 160 decibéis, mas que não pode ser percebido pela audição humana) e conseguir fugir deles. Já as cobras não venenosas desenvolveram um recurso capaz de perceber o calor de suas presas com tamanha precisão que elas conseguem saber até o tamanho da vítima e, se esta for grande demais, fugir para se proteger.