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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Livro “Analu Cunha” reúne ensaios analíticos e em fotogramas sobre obra da artista, e é lançado com debate e projeção de video inédito, dia 04/12, no Parque Lage


Analu Cunha, artista que é uma das referências em videoarte no país, lança livro sobre sua obra, com entrevista conduzida pela crítica de arte Glória Ferreira, análises sobre seus vídeos escritas pela também crítica de arte Tania Rivera e pelo artista Wilton Montenegro, além de um ensaio com os fotogramas desses vídeos, realizado pelo artista e designer João Modé, e uma cronologia afetiva escrita pela artista Elisa de Magalhães.

O livro será lançado na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, e é editado pela Letra e Imagem com o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio.
O lançamento terá uma mesa de debate sobre a obra da artista, mediada por Glória Ferreira e composta por Tania Rivera e Wilton Montenegro. Também será apresentado o vídeo inédito Sex Machine.



A obra e vida de um nome dos mais significativos em videoarte no país acaba de ganhar registro impecável. Trata-se do livro “Analu Cunha”, justa homenagem à artista homônima feita por Glória Ferreira, crítica, artista e autora da entrevista; Tania Rivera, ensaísta, crítica e psicanalista; Wilton Montenegro, artista e ensaísta; João Modé, artista e designer, autor de um ensaio com os fotogramas dos videos de Analu; além de uma cronologia afetiva que cruza obra e vida, escrita pela artista Elisa de Magalhães. Realizado com o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro (SMC/RJ), o livro permitiu o resgate de imagens da maior parte de sua produção artística, dos anos 80 aos dias atuais, incluindo sua participação na exposição “Como vai você, Geração 80?” até sua recente estada de um ano em Paris, em 2013, como parte do doutorado. O livro será lançado no dia 04 de dezembro, quinta-feira, às 19h, na EAV - Escola de Artes Visuais do Parque Lage, acompanhado de um debate e da apresentação de Sex Machine, video inédito em tela dupla, e contará a presença de toda a equipe, inclusive da homenageada.
O livro traça um amplo panorama da obra da artista e percorre seus trabalhos em diversos suportes, como desenho, escultura e instalação, destacando sua produção em videoarte. Desde 2004, a artista dedica-se, exclusivamente à videoarte. A apresentação dos ensaios sobre sua obra entrecruza, ao longo dos textos, diversas reflexões sobre criação, constituindo-se em um exame mais aprofundado das questões contemporâneas em arte.
Os filmes de Analu Cunha, segundo Tania Rivera, são pequenas janelas para um mundo imenso, apresentando cenas criadas pela artista, mas que, de alguma maneira, “já estavam lá, na vida, silenciosas porém pulsantes, à espera de um olhar”. Ainda segundo Rivera, “talvez exista, independente de nós, um universo das imagens no qual os filmes de Analu Cunha se recostam e, às vezes, põem-se silenciosamente a conversar uns com os outros”. A crítica e psicanalista destaca, em seu ensaio, a referência pop nos videos da artista, inclusive em seus desenhos dos anos 80. Os títulos de seus vídeos, revela Rivera, têm sempre algo de pop – por isso, frequentemente estão em inglês. Mas em vez de acentuar na imagem seu caráter de cultura de massa (como faz Lichtenstein com sua referência aos quadrinhos, por exemplo), “Analu Cunha assimila o pop ao corriqueiro, à vida, sem idolatrias nem concessões ao espetáculo (nem mesmo em nome de uma atitude crítica), a artista faz então algo como um antipop”.
Para Wilton Montenegro, “se suas obras parecem sempre imóveis, seus filmes são sempre quase imóveis, às vezes com apenas uma leve sugestão de movimento, instantanés em que o tempo parecer escorrer lentamente, quando apenas transcorre em tempo real”.


A artista Analu Cunha

A partir do histórico traçado por Elisa de Magalhães, o livro aborda desde suas primeiras incursões na arte, ainda criança, ao lado do pai, quando o ajudava a colorir suas animações e acetatos. Em 1981 ingressa na Escola de Belas Artes da UFRJ e no ano seguinte a artista passa a frequentar o curso de gravura em metal no Museu do Ingá, sob orientação de Anna Letycia Quadros e Assunção Souza, determinante para sua opção pela carreira artística. Em 1984, participa da exposição “Como vai você, Geração 80?”. No fim da década, participa do grupo que viria a se chamar Visorama, e em 1989, apresenta sua primeira individual no Centro Cultural Cândido Mendes, época em que começa uma nova pesquisa em arte e em novas formas de trabalhar a superfície bi-dimensional.
A partir de 1996, ano do nascimento de seu filho, Analu passa a dividir, por três anos, ateliê na Gávea com seu grande amigo, o artista João Modé. Nessa época, começa a trabalhar com esculturas em madeira, pedra e vidro soprado, que decorrem naturalmente de seus desenhos.
Em 2000, Analu dedica-se a uma prática artística de outra ordem: vai trabalhar com a artista Patrícia Canetti na criação do site Canal Contemporâneo. No mesmo ano atua com arte-educação, o que leva quase naturalmente, em 2003, ao desenvolvimento do Projeto minha casa, no qual pensa o desenho mais conceitualmente, no espaço, resultando logo em seguida em uma instalação na sua individual Minha casa – onde estar?, no Centro Cultural Cândido Mendes.
2004 é o ano marcante para Analu Cunha, pois passa a produzir exclusivamente vídeos. Seu primeiro trabalho com o novo suporte foi o vídeo Theo e as coisas, no qual, uma criança, seu próprio filho, brinca com a paisagem vista da Ponte Rio-Niterói que vê passar através da janela do carro. “Observando os desenhos de Analu, percebe-se uma narrativa imagética em cada um deles, como se fossem telas de cinema”, aponta Elisa de Magalhães na cronologia. Mesmo mudando de suporte, ela nunca pararia de desenhar. Em 2005, ingressa no mestrado em artes visuais na EBA/UFRJ e retoma o desenho no ano seguinte, na série “Sonhos com voo”, apresentada na exposição coletiva “Educação: Olha!”, na galeria A Gentil Carioca. No ano seguinte produz o díptico Uma ilha / Duas ilhas, em que a câmera, embora circulando em torno de pontos fixos, cria a ilusão de movimentos diferentes. 
Sua produção se intensifica em 2008, assim como o número de exposições nas quais os apresenta. No Espaço Cultural Sérgio Porto, exibe o vídeo Nefelibata, e prepara João, a cruz e o horizonte, em que os dois fortes da entrada na baía de Guanabara, Santa Cruz em Niterói e São João no Rio, como se perdidos, se procurassem.
Em 2012 apresenta a videoinstalação Pickpocket no cofre da Casa França-Brasil, e logo depois viaja para cumprir o estágio de doutorado na França, na Université Paris 1 – Sorbonne, retornando ao Brasil no ano seguinte. Montenegro observa em seu ensaio que a artista, “da Europa trouxe de volta a trilogia Misunderstood (2013), filmada lá, onde tudo é notável, a começar pela presença marcante da diagonal dividindo a tela e das múltiplas narrativas simultâneas criadas nos reflexos dos dois planos: mudança de enquadramento, velocidade, corte, superfície – muda a perspectiva, permanece a temporalidade, a noção de contiguidade”.
Foi ao refletir sobre o áudio das imagens que criava, que a artista escolheu o som como tese de doutorado, que terminou em 2014, mesmo ano em que lança este livro e apresenta o video inédito Sex Machine. E como a artista não para, dois dias depois do lançamento do livro, inaugura a exposição “Táticas da imagem” no Centro Municipal de Arte Helio Oiticica, junto com mais dois artistas, Denise Cathilina e Cezar Bartholomeu.


SERVIÇO:

04/12 – quinta – Lançamento do livro “Analu Cunha”
Escola de Artes Visuais (EAV) – Parque Lage
Horário: 19h
Endereço: R. Jardim Botânico, 414 - Jardim Botânico, Rio de Janeiro 
Informações: (21) 3257-1800
Entrada gratuita