O professor Marco Aurélio Vannucchi Leme de Mattos, da Escola de Ciências Sociais (FGV CPDOC) vai lançar a coletânea "Corporativismos ibéricos e latino-americanos" nos dias 26 e 27 de junho, em Buenos Aires. A obra, organizada pelo Instituto de Investigaciones “Gino Germani” da Universidad de Buenos Aires, visa contribuir para a retomada de uma agenda de pesquisa que tenha o corporativismo como seu eixo ao apresentar uma abordagem mais global e variada do tema, especialmente com ênfase naquelas regiões onde sua apropriação se mostrou particularmente profícua e original: a América Latina e a Europa ibérica.
Segundo o autor, observa-se atualmente, em várias partes do mundo, um interesse renovado pelo tema do corporativismo. Marco Aurélio acrescenta que um dos traços marcantes da nova produção sobre o corporativismo é o debate sobre sua relação com regimes autoritários e democráticos.
“A posição dominante atualmente entre os estudiosos é de recusa de uma associação necessária entre corporativismo e autoritarismo. Dentre os argumentos mobilizados pelos estudiosos que comungam tal posição está o exemplo escandinavo, que adotou formas corporativas para implementar Estados de Bem Estar Social”, destaca.
Vanucchi explica que o fenômeno origina-se na ampliação da participação dos setores sociais subalternos na política e na consolidação do capitalismo industrial.
“O corporativismo foi apresentado pelos seus defensores como uma modalidade de representação de interesses e de organização societal e estatal alternativa tanto à democracia liberal quanto ao socialismo. Propondo-se a garantir estabilidade social pela conciliação de classes, o corporativismo irradiou-se da Europa para o restante do mundo nas primeiras décadas do século passado. Tema prestigiado pela historiografia e pela ciência política, o corporativismo tem conhecido no último decênio um interesse renovado, que tem gerado livros, artigos e eventos acadêmicos no Brasil e no exterior”, completa.